A minha maior
preocupação hoje em dia está relacionada com seguintes sectores:
11) A
Justiça - desde a independência esse sector continua a
estar fraco e frágil;
22) A
Saúde - é péssima, até entristece comentar o estado dos
nossos cuidados de saúde e hospitais que, praticamente, não existem. Isso é
triste e lamentável num estado independente e soberano;
33) A
Educação - com greves constantes, o nosso Sistema de ensino
tem se fragilizado por completo;
44) A
Agricultura - pelo menos tem uma perna para dar uns
passos – embora coxos – devido aos muitos constrangimentos neste sector vital
da nossa Economia;
55) A
Energia - continua a ser uma dor da cabeça endémica no
país, em pleno sec. XXI e num estado soberano;
66) As
Infra-estruturas, praticamente não existem… portanto não
vou falar nada, não há muito mais para dizer sobre isso...;
Perante o quadro
sombrio acima descrito, gostaria de lançar no ar seguintes questões, para
reflexão:
1.
Temos ou não governantes e para que
servem?
2.
Há ou não técnicos e quadros superiores
e para que servem?
3.
Há ou não vergonha na cara dos nossos
governantes e políticos?
4.
Porque existem tantos partidos
políticos, se eles não servem para nada ao povo, nem cumprem a sua missão?
5.
Porque os líderes políticos guineenses
são autênticas meretrizes, mudando de partidos como se estivessem a trocar de
roupas?
Apelo
a uma comunicação verdadeira entre governantes e líderes políticos.
Chamo atenção especial
para o sector da JUSTIÇA, sendo a
boa administração da Justiça a única forma de combater a impunidade e
desencorajar a corrupção, porque se a justiça funciona em pleno, a maioria
dos nossos governantes ou políticos não pode se candidatar ou exercer as
funções no aparelho de estado (tendo contas por prestar à Justiça), dai a
inexistência da moral, a que os nossos políticos e governantes se referem
invariavelmente.
Sabemos que, quando a
impunidade reina num país, não se pode esperar a estabilidade sócio-política e,
consequentemente o desenvolvimento sustentável e prospero do País.
O sucesso da edificação
de qualquer projecto-nação depende da capacidade que os líderes têm em reagir
de uma forma assertiva perante convulsões, instabilidade e problemas sociais,
fazendo funcionar a JUSTIÇA, eficazmente e com maior celeridade.
Posto tudo isso,
deve-se fomentar e produzir consensos, o que não é fácil, pois dá muito
trabalho, mas é o caminho necessário.
Fundamentalmente, os
líderes têm que ter a capacidade para transformar e eliminar os obstáculos,
abrindo vias para progresso.
Este povo tem grandes e
legitimas expectativas nos seus governantes e líderes partidários, isso deve
merecer respeito de todos e de cada um de governantes.
“Sinceramente é povo ca
mereci és tipos de maltrato (este povo não merece este tipo de maltrato), é
povo cansa dja (o povo está cansado), basta sabi boca (basta de conversas
bonitas), basta mon cumprido (basta roubos abusivos no aparelho de estado),
basta ladrões sem vergonha na cara, basta mentirosos, que passam o tempo só a
enganar inocentes, etc., etc.
Quando um líder não
consegue produzir consenso, deve analisar a sua estratégia de comunicação com o
grupo que o rodeia, também os que rodeiam, devem aceitar o que vem a ser a
decisão, para o bem do povo, da justiça e do desenvolvimento.
Um dos grandes
problemas da Guine é a fragilidade e
debilidade da oposição política que, praticamente, não existe.
Aponto esta questão,
porque a fragilidade da oposição é o um dos maiores problemas do nosso povo
que, apesar de tantos partidos políticos, mesmo assim continua a ser frágil.
Sinceramente na Guine,
não há partidos políticos sérios e capazes, lamento muito a falta de coerência
por parte dos nossos líderes e políticos, muitos lutam mais pelos seus
interesses pessoais, ou até interesse do partido, do que interesse da nação ou
do povo.
A
oposição sempre está com as mãos debaixo da mesa a pedir esmolas ou pedir
posições ou pastas no governo...
Considero que, enquanto
estes governantes de "mãos cumpridas" se mantiverem ou estiverem no
poder, ou na oposição, com estas atitudes, a Guine, não poderá ter perspectivas
boas, para o futuro, infelizmente.
Gostaria de pedir ao povo guineenses que confie mais em
si próprio, em vez de estar a gastar energias e perder tempo atrás dos
políticos e governantes incapazes.
Considero que as eleições
(e a governação) nunca poderão resultar numa alternância de poder, porque os
dirigentes políticos e governantes são como "marido e esposa”,
A Comissão Nacional de
Eleições e tribunais são deles.
Entramos nas incertezas
políticas e não há sinais que apontem para a resolução desse impasse que
afastou o país do seu rumo.
A corrupção é generalizada, principalmente
entre os agentes do sistema judicial. A impunidade é cada vez maior. A
instabilidade política é elevadíssima e os crimes do passado ainda estão por
julgar.
Considero que, apesar
das revelações assustadoras, o sistema de justiça tem tido dificuldades em
obter a atenção das autoridades, com vista às reformas necessárias.
Entretanto o país é
deixado à margem da luta contra o crime organizado e transnacional. A justiça
guineense é cada vez mais distante do povo., a quem deve servir, além de ser um
dos pilares fundamentais do Estado Independente e Soberano.
Bem-haja!
SANCUM
CAMARA, Ph.D
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