O director-geral das florestas da Guiné-Bissau mostrou-se preocupado com as cortes dos troncos nas florestas de forma clandestina. A preocupação demonstrada, esta quarta-feira (26), durante o périplo nas diferentes serrações da província Leste do país
A visita também pretende constatar se as serrações ainda estão a funcionar tendo em conta as recentes entradas de contentores de madeiras na capital Bissau e no interior do país.
Augusto Cabi - que recentemente foi nomeado para o cargo – diz que a corte ilegal das árvores continua ainda no país porque já foram realizadas três apreensões dos camiões que transportavam troncos para capital Bissau.
Isso acontece numa altura em as serrações estão a cumprir o período de cinco anos da moratória decretada pelo governo.
“O que nos deixa preocupado é a madeira que está em Bissau até então, num momento em que as serrações não estão a trabalhar. Nas serrações que percorremos não há vestígios de que eles ainda estão a trabalhar”, sustenta.
O responsável afirma, no entanto, que a corte ilegal das madeiras ainda continua na Guiné-Bissau e ainda existem pessoas com moto-serra a fazer corte de forma clandestina.
“Eu mesmo já fiz três apreensões dos camiões com troncos de madeira. Onde aquelas madeiras foram cortadas e como conseguiu chegar a Bissau”, interroga.
Sobre entrada clandestina dos troncos na capital Bissau, director geral das florestas aponta responsabilidade às pessoas ligadas a área.
Guardas florestas facilitam entrada de contentores
Segundo ele, o principal responsável pela entrada das madeiras é a nossa equipa que está nos postos de controlo, porque as vezes “o nosso próprio pessoal é que escolta os contentores de madeiras”.
“Em que quadro o nosso pessoal escolta os contentores”, interroga.
“Se o governo diz que a madeira não pode ser cortada significa que não pode ser cortada, quem podia ter as madeiras são as serrações, mas todos estão parados devido o período de moratória do governo e agora onde saem as madeiras”, interroga.
Augusto Cabi promete tomada de novas medidas para poder colmatar as práticas nefastas nas florestas do país.
“A partir da próxima semana vou colocar os técnicos florestais nos postos de controlo como forma de controlar estas situações. Também vou criar gabinete de estatística em Safim, onde todos os produtos florestais vão ser registados e isso vai ser o mais rápido possível para melhor controlar a situação”, sustenta.
Comandante de destacamento nega acusações
Entretanto, em jeito de resposta, o Major Mário Mussa Camara, comandante de destacamento numero 1 - da zona Biombo – Bissau - nega as acusações proferidas, ontem, pelo director geral das florestas, que aponta a responsabilidade aos técnicos florestais pela entrada clandestina de produtos florestais na capital Bissau
Mário justifica que os são apenas fiscalizadores dos contentores que entra para Bissau
Em entrevista á Rádio Sol Mansi, Mário Mussa Camara sustenta que os documentos que quem autorizam a entrada dos contentores em Bissau é a comissão criada pelo governo para o efeito.
Camara diz a direcção geral da floresta é que fiscaliza os produtos florestais a serem transferidos.
Apesar da adopção em 2015 de uma moratória por um prazo de cinco anos para a exploração florestal na Guiné-Bissau, na sequência de desmatação abusiva no período de 2012-2014, o abate florestal continua de forma clandestina ainda no país.
No período anterior as regiões de Bafatá e Oio são as zonas mais afectadas com a corte abusiva dos troncos.
Por: Elisangila Raisa Silva dos Santos / Braima Siga/radiosolmansi com Conosaba do Porto
Imagem: Braima Siga
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