O presidente e vários membros do Conselho Fiscal e Disciplinar (CFD) do Sporting apresentaram hoje a demissão e apelaram ao presidente do clube lisboeta, Bruno de Carvalho, e à restante direção que renunciem também aos cargos.
"Tendo em conta os superiores interesses do Sporting Clube de Portugal, que são e sempre foram a nossa maior preocupação, apelamos a que o presidente e os restantes membros do Conselho Diretivo apresentem a sua renúncia ao cargo de forma a permitir a marcação imediata de eleições", indicam os cinco subscritores do comunicado.
Além do presidente do CFD, Nuno Silvério Marques, e do vice-presidente, Vicente Caldeira Pires, também os membros Vítor Bizarro do Vale, Miguel Almeida Fernandes e Nuno Miguel Santos apresentaram ao presidente da Mesa da Assembleia Geral, Jaime Marta Soares, os pedidos de demissão.
Os subscritores indicam que têm "acompanhado com preocupação os factos ocorridos e que em nada dignificam a história, a imagem e os interesses do Sporting" e que o conselho fiscal não pretende "contribuir para o problema".
Depois de terem chegado à conclusão que o CFD "não tem competências estatutárias" para retirar o clube da "situação insustentável em que o mesmo se encontra", Nuno Silvério Marques e os restantes quatro membros decidiram apresentar a demissão.
"Estatutariamente, a resolução passará sempre por uma de três situações: renúncia ao cargo por parte do presidente do Conselho Diretivo, renúncia ao cargo por parte da maioria dos membros do Conselho Diretivo ou convocação de uma Assembleia Geral para a revogação do mandato", lembram.
Na terça-feira, cerca de 50 pessoas, de cara tapada, alegadamente adeptos 'leoninos', invadiram a Academia de Alcochete e, depois de terem percorrido os relvados, chegaram ao balneário da equipa principal, agredindo vários jogadores, entre os quais Bas Dost, Acuña, Rui Patrício, William Carvalho, Battaglia e Misic, o treinador Jorge Jesus e outros membros da equipa técnica.
Na sequência da invasão à Academia 'leonina', a GNR deteve 23 suspeitos, apreendeu cinco viaturas ligeiras, vários artigos relacionados com os crimes e recolheu depoimentos de 36 pessoas, entre jogadores, equipa técnica, funcionários e vigilantes ao serviço do clube.
O Ministério Público disse na quarta-feira que os detidos pelas agressões a futebolistas do Sporting são suspeitos de práticas que podem configurar crimes de sequestro, ameaça agravada, ofensa à integridade física qualificada e terrorismo, entre outros.
Conosaba/Lusa
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