Os familiares e amigos do ex-Presidente da Guiné-Bissau Kumba Ialá instituíram a partir de hoje uma fundação com o seu nome, com a qual pretendem "preservar as faculdades intelectuais e morais", anunciou a irmã do falecido político, Joana Nhanca.
A apresentação pública da Funkoya (Fundação Kumba Yala Cobde Nhanca) decorreu num ambiente festivo numa unidade hoteleira de Bissau na presença de políticos, empresários e magistrados.
Os autores da iniciativa lamentaram que o Governo e o Partido da Renovação Social (PRS), fundado por Kumba Ialá, não tenha estado presente na cerimónia.
De acordo com a irmã, Kumba Ialá "nasceu de uma família humilde", mas destacou-se ainda jovem "pela sua frontalidade" e espírito de "luta pelo próximo" o que lhe trouxe "carisma e o apoio da população" guineense.
"Com esses atributos Kumba Ialá chegou à mais alta magistratura da Nação", mas sem nunca resignar aos seus ideais de apoiar todas as franjas da sociedade guineense, destacou Joana Nhanca.
A presidente da comissão instaladora da Funkoya lembrou que Kumba Ialá elegia a educação e o ensino de qualidade para todos os guineenses para anunciar que este será um dos objetivos da fundação.
A Funkoya irá ainda dedicar-se à promoção da agricultura, à participação cívica dos cidadãos na construção democrática e valorização da convivência pacífica de todos os cidadãos na vida política, social, económica e cultural do país.
O professor universitário e advogado Fodé Mané, um dos convidados no ato de lançamento da Funkoya, enalteceu o papel de Kumba Ialá no processo democrático guineense para ressalvar que este dizia que a Guiné-Bissau "só irá para frente" com o respeito pelo Estado de direito democrático.
A madrinha da fundação, a empresária Anabela Osman exortou os guineenses a preservarem o legado de Kumba Ialá, salientando que o defunto Presidente pretendia o desenvolvimento da Guiné-Bissau "sem distinção de raça, cor, sexo ou religião" dos cidadãos.
Kumba Ialá foi Presidente da Guiné-Bissau de fevereiro de 2000 até setembro de 2003, altura em que foi derrubado, num golpe de Estado pelos militares. Morreu, em circunstâncias ainda por esclarecer, de doença súbita, no dia 04 de abril de 2014.
Conosaba/Lusa
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