Uma das juntas de dilatação da ponte Amílcar Cabral, em João Landim, que liga Bissau a zona norte do país, concretamente região de Cacheu, está num estado avançado de degradação. A obra foi construída em 2003 mas há muitos meses mais de oito (08) centímetros da junta de dilatação da ponte está cortada
A constatação foi feita pela Rádio Sol Mansi (RSM) que deslocou ao local, na manhã desta segunda-feira (26), e constatou que ao atravessar a ponte dá para ver o mar de cima da ponte.
No local a RSM ouviu as pessoas sobre o perigo que aquela situação pode causar pela vida humana. No entanto, os populares acusam as autoridades nacionais de negligência porque “todos os dias o presidente passa aqui para ir a Calequisse (sua terra Natal) e os nossos ministros passam e vêm a situação mas nada fazem”.
“A ponte está mal. Eles deixam tudo para piorar e vão deixar as pessoas morrerem para depois decretarem o luto nacional. A polícia faz a cobrança e exigem documentos e o Fundo a mesma coisa”, lamenta a mesma pessoa ouvida pela RSM.
Também a RSM ouviu um dos condutores que acabou de fazer a travessia e pede às entidades responsáveis do país para resolverem a situação da degradação avançada da ponte.
Para a passagem na ponte, as viaturas são obrigadas a desviar para outra via (facto não permitido por questões de segurança). Faco confirmado por outro condutor que alerta no perigo que o facto causa porque a “barra de direção dá medo”.
“Já não é possível atravessar a ponte na velocidade normal, caso contrário a pessoa entra na vala e parece uma quebra-mola. Isso é perigoso porque corre-se o risco de cair no mar”, adverte o condutor que também pede intervenção urgente das autoridades competentes.
Urgente encontrar solução
Igualmente ouvidos esta segunda-feira, pela RSM, os dois sindicatos dos motoristas, SIMAPA e SINDAMTRAR, respectivamente, chamam atenção das autoridades na necessidade “urgente” de encontrar a solução para a reabilitação da ponte.
“A situação é vergonhosa porque os motoristas são obrigados a pagar o Fundo Rodoviário de seis em seis meses e são obrigados a pagar a portagem por cada travessia”, lamenta o responsável do SINDAMTRAR.
“Que façam o possível para fazer a manutenção da ponte porque todos os dias fazem cobrança. No estado em que se encontra, a ponte pode cair a qualquer momento”, adverte o responsável do SIMAPA.
Falta de manutenção periódica
O director-geral das Infra-estruturas de transporte, Luís Miguel da Silva Malú, admite, esta segunda-feira, numa entrevista exclusiva á RSM, que o estado da degradação da junta de dilatação da ponte Amílcar Cabral de João Landim tem a ver com a falta da manutenção periódica.
“A junta pode ser metálica ou membrana e serve para tapar os buracos e permite o movimento das diferentes partes da estrutura e normalmente tem o seu período de manutenção (que deverá acontecer de 15 em 15 anos) ”, explica.
O responsável desdramatiza o facto de existirem possibilidades de a travessia ser interrompida enquanto a situação prevalecer.
“A suspensão da via é dramatização. A abertura é menos de 8 centímetros porque a junta degradou. Até o momento o que se pode fazer é colocar sinais que alertam os condutores na necessidade de diminuírem a velocidades”.
A ponte foi construída em 28 meses pela empresa espanhola "Necso Intercanales" e tem 785 metros de comprimentos e 11,4 metros de largura, com duas faixas de circulação automóvel de 3,5 metros cada.
Por: Elisangila Raisa Silva dos Santos / Braima Siga/radiosolmansi com Conosaba do Porto
Imagem: Braima Siga
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