As autoridades da Guiné-Equatorial anunciaram hoje que abortaram um golpe de Estado contra o Presidente Teodoro Obiang Nguema, supostamente liderado por um general e orquestrado pelo líder do partido com representação parlamentar Cidadãos para a Inovação (CI).
Fontes oficiais equatorianas revelaram à agência Efe, em Paris, que "o instigador do golpe" é "o número um" do CI, Gabriel Nsé Obiang Obono, que contou "com a cumplicidade da oposição no exílio", nomeadamente do partido Coligação CORED, cujo líder histórico é Severo Moto.
As forças do regime detiveram quase "cinquenta pessoas" que se presume terem estado implicadas, tendo sido apreendidas armas, incluindo cinco lançadores de granadas, uma metralhadora e as munições, de acordo com as fontes.
A agência Lusa tinha noticiado, esta tarde, que a sede do partido CI na Guiné Equatorial (oposição) foi cercada por mais de 200 militares, que detiveram militantes nas ruas, informação avançada por um dos coordenadores do partido, que se encontrava dentro do edifício.
Num contacto telefónico com a agência Lusa a partir de Malabo, Mariano Ona relatou que a sede do CI foi cercada pelas 13:00 horas locais (mesma hora em Lisboa) por cerca de duas centenas de militares "vestidos com equipamento anti distúrbios, com a cara coberta e com espingardas automáticas de assalto", apoiados "por viaturas blindadas".
"Cortaram a rua de acesso à sede e estão a deter os militantes do partido que encontram pelas ruas", contou Mariano Ona, acrescentando que as tropas governamentais "não indicam a razão" para as detenções, apenas "alegam ter ordens superiores" para fazê-lo.
No total, estimou Ona, terão sido detidos mais de 120 militantes do partido.
No interior da sede do partido - que impugnou as eleições parlamentares de novembro -- estavam vários dos seus dirigentes máximos, incluindo Mariano Ona e o líder do Cidadãos, Gabriel Nse Obiang Obono.
"Temos receio de que eles [os militares] estejam à espera que anoiteça para entrarem na sede e deterem o líder do partido", relatou na altura Ona, não havendo para já informação sobre se este foram entretanto detidos.
"Desde que impugnámos as eleições que eles têm vindo a exercer este tipo de pressão", disse.
As eleições parlamentares de 12 de novembro foram ganhas, sem surpresa, pelo partido atualmente no poder, o Partido Democrático da Guiné-Equatorial, que conquistou 149 dos 150 lugares nas duas câmaras do Congresso. Foi eleito um único deputado entre os partidos da oposição, do Cidadãos pela Inovação.
O Partido Democrático da Guiné-Equatorial é liderado por Teodoro Obiang, Presidente da Guiné Equatorial desde 1979. O seu Governo tem vindo a ser acusado por várias organizações da sociedade civil de constantes violações dos direitos humanos e perseguição a políticos da oposição.
Conosaba/Lusa
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