Laureano Pereira
Um porta-voz dos dois sindicatos dos professores das escolas públicas da Guiné-Bissau, Laureano Pereira, disse hoje que os docentes "estão em guerra aberta" com o ministro do Comércio, Victor Mandinga, que os acusou de incompetência.
Em conferência de imprensa, Laureano Pereira respondeu às declarações do ministro, que sugeriu a contratação de professores portugueses, brasileiros e de outros países africanos de língua oficial portuguesa para lecionarem na Guiné-Bissau onde, disse, os docentes são incompetentes.
Segundo Victor Mandinga, os professores da Guiné-Bissau "só sabem fazer greves" quando "deviam era saber e ensinar bem a matemática e o português" aos alunos.
O ministro entende que o Governo devia canalizar o dinheiro que vai mobilizar para pagar as reivindicações dos professores, que iniciaram na segunda-feira uma nova greve geral até ao próximo dia 24, para contratação de professores de outros países.
Laureano Pereira, que é também líder do sindicato democrático dos professores (Sindeprof) disse que "estava iminente" a assinatura de um acordo de entendimento entre os sindicatos e o Governo, mas que as declarações de Victor Mandinga "irão agravar as relações" com o executivo.
O responsável sindical alertou o Governo para a necessidade de ter que contratar 12 mil professores para substituir todos os docentes das escolas públicas guineenses.
Quanto às razões da nova greve, o líder do Sindeprof indicou serem relacionadas com "incumprimento por parte do Governo" do memorando assinado em junho passado e que permitiu, na altura, o levantamento da paralisação laboral.
O memorando previa, entre outros pontos, o pagamento de salários e subsídios que o Governo deve aos professores respeitantes ao ano letivo 2012/13 e ainda a implementação do Estatuto da Carreira Docente, aprovado desde 2011, mas nunca aplicado, segundo os sindicatos.
Conosaba/Lusa
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