terça-feira, 14 de novembro de 2017

GUINÉ-BISSAU: CONSELHO SUPERIOR ISLÂMICO PREOCUPADO COM "ESCALADA VERBAL" DA CLASSE POLÍTICA

Foto/arquivo
Bissau - O presidente do Conselho Superior dos Assuntos Islâmicos (CSAI) da Guiné-Bissau, Tcherno Embaló, afirmou estar preocupado com a "escalada verbal" entre a classe política do país e pediu contenção nas declarações públicas.

O responsável referia-se aos discursos de líderes políticos opositores ao Governo e ao Presidente guineense, José Mário Vaz, que têm previsto duas manifestações de rua na quinta e na sexta-feira, em Bissau.

De acordo com o presidente do CSAI, "até se pode admitir" ataques entre os políticos, "mas nunca a divisão" dos guineenses "através de etnias ou religião", disse.

Tcherno Embaló referiu que alguns políticos têm vindo a proferir ataques contra outros a partir de pressupostos étnicos ou religiosos, insinuando mesmo ligações terroristas de alguns dirigentes do país, sublinhou.

"Condenamos os ataques que estamos a ouvir, em que um político, muçulmano, está a ser conectado com terrorismo. Temos a certeza que não há terrorismo na Guiné-Bissau", defendeu o líder do CSAI.

O primeiro-ministro guineense, Umaro Sissoco Embaló, de confissão muçulmana, foi apontado por um líder da oposição ao seu Governo como tendo alegadas ligações ao terrorismo.

Segundo Nuno Nabian, líder da Assembleia de Povo Unido, Partido Social Democrata da Guiné-Bissau (APU-PDGB), os números de telefones de Sissoco Embaló teriam sido encontrados nos aparelhos celulares de um terrorista morto recentemente num país vizinho da Guiné-Bissau.

O presidente da CSAI pediu "ponderação e contenção" entre os líderes guineenses, mas também apelou para que haja um diálogo no país, afirmando que a sua organização está pronta para participar e impulsionar qualquer processo de reconciliação.

Tcherno Embaló reforçou que a Guiné-Bissau "é de todos os guineenses" e que ninguém virá de fora para resolver os problemas do país, muito menos trazer a paz e o desenvolvimento.

Conosaba/angop

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