O Coletivo dos Partidos Políticos Democráticos – Unidos contra a ditadura na Guiné-Bissau (CPPD), disse ter elementos suficientes para levar o Presidente José Mário Vaz, ao Tribunal Penal Internacional, devido à ligação com associações criminosas.
A determinação do Coletivo de levar à justiça internacional o Chefe de Estado guineense, foi manifestada pelo líder do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Domingos Simões Pereira, durante um comício popular realizado ontem, 4 de Novembro, no círculo eleitoral 28, em Bissau.
Simões Pereira disse na sua intervenção que o Presidente José Mário Vaz já tinha sido informado por elementos da comunidade internacional sobre a ligação da figura que nomeou para chefiar o atual executivo com organizações terroristas.
“O Chefe de Estado foi aconselhado por elementos da secreta internacional na altura que estava a preparar para nomear o atual chefe do governo. Ele foi informado que houve um atentado terrorista num dos países da sub-região, e um dos terroristas abatido durante o ataque foi encontrado no seu telefone portátil o número da figura que pretendia nomear para liderar o executivo na Guiné-Bissau. Apesar de todas as evidências que lhe foram apresentadas, acabou por nomear a mesma pessoa. Por isso, o Presidente será responsabilizado por todas as consequências deste ato”, advertiu o político.
Em relação à suposta intenção do Chefe de Estado em decretar “estado de emergência, Simões Pereira avisou que para o Presidente José Mário Vaz decretar, há um conjunto de leis que devem ser suspensas para que o mesmo possa ser aplicado.
“Não pode ser apenas da sua vontade de enviar os militares às ruas para baterem pessoas que estão a manifestar para exigir a reposição da legalidade democrática. Aproveitamos este ato para informar os guineenses que nos dias 16 e 17 do mês em curso vamos marchar e ninguém será agredido”, afirmou o líder dos libertadores.
Por sua vez, o presidente de Assembleia do Povo Unido – Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB), Nuno Gomes Nabiam, mostrou-se determinado na sua intervenção e disse que as marchas agendadas para exigir o cumprimento do Acordo de Conakry ou da Constituição da República, serão continuas até que o Presidente José Mário Vaz se renda e cumpra com as exigências do Coletivo.
“Queremos deixar garantias claras aos cidadãos para não terem o medo de participar nas marchas agendadas para os dois dias seguidos, porque serão realizadas pelos filhos desta terra. Estas marchas são muito determinante para o futuro dos filhos da Guiné-Bissau”, notou.
Vicente Fernandes, presidente do Partido da Convergência Democrata (PCD), assegurou que o seu partido não tem uma gota de respeito para com o Presidente José Mário Vaz que, conforme disse, não respeitou a Constituição da República, proibiu a escola às crianças guineenses e não quer o bem-estar da Guiné-Bissau”.
Reforçando a acusação proferida pelo líder do PAIGC, Vicente Fernandes insitiu que Chefe Estado fora aconselhado a evitar o nome do atual chefe de governo que, de acordo com informações das agências internacionais, integra a lista negra de segurança internacional.
“Não conseguimos entender até agora a razão que levou o José Mário Vaz, a escolher este nome que figura na lista negra das agências de segurança internacional. O povo guineense não pode aceitar isso e, temos direito de nos levantarmos para exigir a reposição da legalidade democrática”, observou.
Refere-se que o comício de ontem contou com a presença de líderes de diferentes formações políticas que fazem parte do Colectivo, com a exceção do presidente da União para Mudança (UM), Aguinelo Regala.
Registou-se uma participação massiva da população, na sua maioria os moradores do círculo eleitoral 28. No entanto, o local do comício estava fortemente segurado por elementos da Polícia de Intervenção Rápida e da Guarda Nacional.
O Coletivo conta até agora com 18 formações políticas, nomeadamente: Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Assembleia do Povo Unido – Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB), Partido da Convergência Democrática (PCD), União para Mudança (UM), Partido da Unidade Nacional (PUN), Partido de Solidariedade e Trabalho (PST), Manifesto do Povo (MP), Movimento Patriótico (MP), Partido da Nova Democracia (PND), Movimento Democrático Guineense (MDG), Aliança Socialista Guineense (ASG), Partido Democrático Socialista da Salvação Guineense (PDSSG), Partido da Renovação e Progresso (PRD), União Social Democrática (UDS), Partido Popular e Democrático (PPD), Partido Africano para Liberdade, Organização e Progresso (PALOP), Partido dos Trabalhadores (PT) e Partido Unidos Social Democrata (PUSD).
Por: Assana Sambú
Foto: Marcelo Na Ritche
Conosaba/faladepapagaio/OdemocrataGB
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