A minha reflexão, partiu de um debate realizado na
aula de encerramento da disciplina Educação Ambiental, ministrado pelo
professor Doutor Ivan Costa Lima, na universidade da Integração Internacional
da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB), na qual convidou o professor João de
Cumbe da Comunidade do Quilombo de Cumbe para debater os temas “Racismo
Ambiental e Justiça Ambiental”, nesse debate o professor convidado, narrou de
forma bem explicita e sintética aquilo que sabe e a experiência que teve em sua
Comunidade. Portanto, a explicação do professor João foi interessante porque nos
permitem fazer uma relação com aquilo que ao longo da disciplina abordamos em
sala de aula.
Após
a fala do professor convidado foi aberto o debate, na minha fala cumprimentei o
professor João, depois fiz alguns comentários e no final levantei algumas
perguntas a ele. Uma das perguntas era sobre os trabalhos que eles estão a
desenvolver para conscientização da comunidade local, sobretudo na área da
educação e a resposta dele é que, suas ações estão viradas mais para
conhecimento local, porque segundo ele essa educação atual fala mais da
desvalorização dessas comunidades, apontando como exemplo os materiais
didáticos que reproduzem aquele pensamento ocidental. Logo depois desse debate
comecei a pensar e lembrei-me de uma frase do antigo presidente dos Estados
Unidos de América Kennedy “um povo que não conhece a sua cultura é um povo nua,
um povo vazio”, portanto, com essas falas inicio a minha reflexão.
Caros, leitores e leitoras convido-vos a
refletirem comigo sobre as injustiças que acontecem neste planeta terra, injustiças
essas baseadas na cor da pele “BRANCA E NEGRA”, porém, gostaria de levantar
algumas indagações, ou seja, algumas perguntas que nem é preciso respondê-las,
mas para refletir:
De
onde vem o conceito de RAÇA?
Quem
o criou?
Para
que foi criado?
Como
é possível falar da igualdade, uma vez que o outro é marginalizado?
Como
é possível falar, todo mudo tem os mesmos direitos e alguns são excluídos?
Como
é possível falar na igualdade se a mídia é a principal promotor das
desigualdades?
Como
é possível acabar com a violência se o Estado é o principal patrocinador dela?
Que
mundo é que queremos construir?
O
conceito de RAÇA foi criado com um único objetivo, de dominar, para melhor
reinar. É um conceito criado pelos maiores ladrões do planeta e de todo tempo,
refiro-me dos invasores, colonizadores europeus, criaram para dominar a
população negra em seus respetivos lugares. Foi uma história de séculos e
séculos atrás, mas que até hoje em dia estamos a vivencia-los nas nossas
sociedades, práticas, essas patrocinadas pelos próprios governos e governantes.
Caros
leitores e leitoras, uma mão sozinha não é capaz de fazer nada, por isso, temos
que assumir esses desafios, que nos foram colocados, por sermos da pele preta.
Assumir esses desafios passa primeiramente orgulhar da cor da pele que Deus
criador nos deu, segundo reconhecer que somos vistos como aqueles que não têm
capacidades ou criatividades, mas que na verdade somos os melhores nas
criatividades e nos pensamentos, trabalhar para inverter isso, terceiro apostar
na Educação dos nossos filhos como uma ferramenta, segundo os autores Amílcar
Cabral e Paulo Freire a melhor armada de derrubar o seu inimigo é através da
Educação.
Enfim
Continuar com a produção de conhecimento a partir do conhecimento local e
adicionar com o exterior conforme dizia Amílcar Lopes Cabral “nunca é demais
adquirir aquilo que é do outro, mas sempre valorizando o seu”, porque segundo
ele adquirir do outro significa adicionar o seu.
Ninguém
pode falar melhor de se do que você mesmo! O titulo nos convida a refletir de
forma profunda em diferentes aspetos como:
Pensar
de onde viemos? Onde queremos ir? Quem somos nós? Quem fala, onde fala e para
que? Que tipos de pessoas querem ser? A realidade que estou a imitar
corresponde com a minha?
Para
encerar este pequeno texto de reflexão, gastaria de dizer o seguinte: enquanto
continuarmos com a reprodução do conhecimento ocidental como único e perfeito. Dar
valor mais o de fora, não valorizar educação, ou seja, o conhecimento local, a
baixa autoestima, admirar mulheres brancas e homens brancos, falar a língua estrangeira
como o nativo, fazer amizade só com os brancos, lançar livros só nas
universidades e não escolas básicas. Vamos
continuar nesta marginalização e sendo vistos como menos capacitados.
EU
SOU PORQUE VOCÊ É!
NÓS
SOMOS PORQUE VOCÊS SÃO!
NÃO
IGNORE O OUTRO!
“GRITAR
EM SILÊNCIO”
Samuel Adelino Ié, Bacharel em Humanidades pela Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB), atualmente é estudante do curso de licenciatura em pedagogia na mesma Universidade
Sem comentários:
Enviar um comentário