As autoridades guineenses impediram, pela terceira vez consecutiva, a marcha pacífica do Movimento dos Cidadãos Conscientes e Inconformados apoiada pela Liga Guineense dos Direitos Humanos e outras organizações da sociedade civil
A marcha deveria ter lugar na manhã deste sábado (22) mas, segundo Sumaila Djalo, porta-voz dos inconformados, as atitudes das autoridades, mais uma vez, revela a “consolidação de tirania” no país.
“Elas (autoridades) não têm dia de chegarem nas nossas casas dando ordens do que devemos comer. Não é o Movimento dos Inconformados que está mal na Guiné-Bissau mas todo o povo guineense porque esta situação está só a começar e se não lutarmos contra isso pacificamente irá causar-nos mais complicações. Agora, arroz custa mais de 25.000 francos, certificados escolares custam até 20.000 francos”, lamenta.
Segundo Sumaila os seguranças evocaram que os manifestantes não têm direitos de permanecerem na rotunda e existe ordem para dispersa-los.
“Se estamos a ser presos e agredidos porque estamos a reivindicar melhores condições de vida, muito bem e podemos ser até mortos mas a Guiné-Bissau é muito mais importante do que as nossas vidas”, determina.
A situação também foi lamentada pelo Presidente da Liga dos direitos Humanos, Augusto Mário da Silva que pede determinação na preservação da liberdade de imprensa consequência da liberdade de expressão.
“Para conquistar estes direitos demos estar firmes nas nossas convicções demonstrando que os valores que defendemos são superiores a qualquer outro interesse obscuros por detrás destas decisões arbitrárias que estão a ser tomadas neste momento”, diz.
Entretanto, o líder do Movimento Patriótico Guineense, José Paulo Semedo, diz que o acto demonstra “a frustração do actual regime” e, no entanto, acusa o presidente da república, o primeiro-ministro e o ministro da Administração interna pela proibição das marchas.
“José Mário Vaz diz que todos o que querem falar podem fazê-lo. Esta é a forma que o povo fala. O povo grita e faz cartaz porque ele (povo) é o dono do poder e dos recursos. Povo é como um rio, com todo o impedimento um dia consegue passar”, explica.
Os manifestantes chegaram a juntar na rotunda do aeroporto internacional "Osvaldo Vieira" mas foram dispersos pelas forças de segurança.
Os inconformados dizem ter cumprido todos os requisitos legais para manifestação e esta sexta-feira (21) realizaram vigília em frente a casa dos direitos para demonstrar o descontentamento em relação a proibição das manifestações.
Por: Elisangila Raisa Silva dos Santos/radiosolmansi com Conosaba do Porto
Sem comentários:
Enviar um comentário