Marrocos vai retirar-se de uma zona do disputado Saara Ocidental, onde aumentaram as tensões com os separatistas da Frente Polisário, apoiados pela Argélia, depois de intervenção do secretário-geral da ONU, António Guterres.
"O reino de Marrocos prosseguirá, a partir de hoje, uma retirada unilateral da zona [Guerguerat]", disse o Ministério das Relações Exteriores de Marrocos, num comunicado hoje divulgado, citado pela agência France Presse.
O comunicado oficial acrescenta que a decisão foi tomada pelo rei Mohamed VI, a pedido do secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres.
Rabat espera agora que "a intervenção do secretário-geral permita retomar a situação anterior na zona em questão, manter o seu estatuto intacto, permitir o fluxo do tráfego rodoviário normal, assim como salvaguardar o cessar-fogo", disse.
Numa chamada telefónica para António Guterres, na sexta-feira, o Reino de Marrocos pediu às Nações Unidas a tomada de medidas urgentes para acabar com a que considera a "provocação" da Frente Polisario ao cessar-fogo de 1991.
Marrocos insiste que a antiga colónia espanhola é parte integrante do seu reino, mas a Frente Polisário está a exigir um referendo sobre a autodeterminação.
Os dois lados lutaram pelo controlo do Saara Ocidental de 1974 a 1991, com Rabat a ganhar o controlo do território antes da entrada em vigor cessar-fogo negociado pela ONU.
Durante a chamada telefónica, Mohamed VI, de acordo com a informação hoje divulgada, condenou a "repetida incursão" de forças armadas da Frente Polisário no distrito de Guerguerat.
A tensão na região tem vindo a aumentar desde o ano passado, depois de a Frente Polisário ter estabelecido um novo posto militar no distrito de Guerguerat, perto da fronteira mauritana, a poucos metros de postos de soldados marroquinos.
No início de 2016, Marrocos começou a construir uma estrada asfaltada na área sul daquela zona, que separa os dois lados.
Conosaba/Lusa
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