Um simpósio organizado pelas Nações Unidas para discutir a reconciliação nacional na Guiné-Bissau, cujo início estava previsto para sexta-feira, foi adiado para fevereiro, anunciou hoje a organização em comunicado.
A iniciativa conta com a presença do ex-presidente de Timor-Leste, José Ramos Horta, como convidado de honra, que vai partilhar com as instituições guineenses a experiência timorense de reconciliação.
Por questões de agenda de vários participantes, o simpósio vai decorrer de 08 a 11 de fevereiro, anunciou a missão da ONU na Guiné-Bissau.
"Enfrentar o passado para construir a Guiné-Bissau de amanhã" é o título do evento que pretende ajudar o país a sarar feridas entre dirigentes guineenses e a pôr fim aos ciclos de instabilidade.
Como reflexo da situação, só nesta legislatura, iniciada há dois anos e meio, o país já conheceu cinco governos.
José Ramos Horta é o convidado de honra do encontro e regressa a Bissau depois de, em 2014, ter terminado uma missão como representante especial das Nações Unidas em solo guineense.
O simpósio internacional é organizado por uma comissão que desde 2009 está a preparar a Conferência Nacional "Caminhos para Paz e Desenvolvimento".
O trabalho foi interrompido em 2012 com um golpe de Estado e retomado em 2015 com o apoio das Nações Unidas e do governo de Timor-Leste.
A comissão já ouviu três mil pessoas em todo o território da Guiné-Bissau para organizar a conferência que permita "escolher um mecanismo de reconciliação nacional para a Guiné-Bissau", indica a organização.
Pretende-se "atacar as causas de conflito e escrever a história comum dos guineenses para que o país possa virar a página e avançar para o desenvolvimento", sem que a política seja o reflexo de desavenças perpetuadas entre gerações.
O simpósio tem como objetivos "ajudar manter o impulso dos preparativos para a conferência nacional" e despertar cada vez mais cidadãos para o assunto.
Conosaba/Lusa
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