Bissau - Uma organização não-governamental da Guiné-Bissau, a Tiniguena, denunciou a existência de um projecto do Governo em mandar construir uma central eléctrica no parque natural das Lagoas de Cufada, a maior reserva de água doce no país.
Miguel de Barros, secretário executivo da Tiniguena, disse terça-feira que o projecto "já está a avançar" e que neste momento a empresa indiana já está a instalar os equipamentos dentro do parque, situação que tem sido denunciado pela população.
De acordo com o responsável, a construção da central, que serviria para abastecer de energia toda a zona sul da Guiné-Bissau, irá implicar o desmatamento de 12 a 15 quilómetros da floresta circundante ao parque das lagoas de Cufada.
"Se o projecto avançar vai afectar a maior reserva de água doce da Guiné-Bissau e contaminar os lençóis freáticos da zona", precisou Miguel de Barros, responsável da ONG que actua na conservação da natureza e desenvolvimento comunitário.
O mais grave, disse, é que o projecto não realizou nenhum estudo de avaliação dos impactos ambiental, económico, ecológico e social, como manda a lei do país, mas pretende avançar, o que vai trazer deslocação de comunidades, ruído e problemas para a alimentação do gado bovino.
A pesca, principal actividade da população da zona, também sairá afectada, realçou ainda Miguel de Barros, que vê ainda a construção da central eléctrica no parque das lagoas de Cufada como pretexto para o desmatamento da floresta.
O director da Tiniguena denuncia ainda o facto de alguns populares que estão contra o projecto estarem a ser alvo de ameaças das autoridades e outros subornados para que digam, a troco de dinheiro, que a instalação da central eléctrica é benéfica.
Conosaba com a angop.ao/angola
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