O Estado da Guiné-Bissau tem vindo a endividar-se novamente através de empréstimos e neste momento deve mais de 200 milhões de euros ao mercado financeiro de países da Africa Ocidental, e já gastou mais de quarenta bilhões de francos Cfa só nas viagens de luxo, num período de dez anos. revelou hoje dia 04 em Bissau, o novo ministro da Economia e Finanças.
João Fadiá reuniu-se hoje com os operadores económicos para lhes transmitir as suas ideias para a nova política económica que pretende encetar na Guiné-Bissau para contrariar a falta de recursos públicos e o endividamento do Estado.
O ministro da Economia e Finanças guineense aproveitou a ocasião para criticar a opção tomada pelos governos nos últimos dois anos, nomeadamente por terem contrariado dívidas que disse terem sido utilizadas apenas no pagamento de bens de consumo de luxo e salários.
"Hoje as Finanças Públicas têm uma situação muito grave (...) o que não pode continuar", indicou João Fadiá, para sublinhar que a dívida do Estado para com a banca comercial e ao mercado financeiro da UEMOA "não trouxe melhorias para a população".
Disse que o dinheiro foi utilizado para o pagamento de despesas de consumo e luxo, nomeadamente compra de viaturas sem que se construísse nada que pudesse servir para a população.
João Fadiá quer mudar a tendência, propondo o aumento de arrecadação de receitas públicas, centralização das mesmas, contenção de despesas do Estado e do endividamento.
A dívida externa da Guiné-Bissau ascendia a cerca 1,5 milhões de dólares e foi perdoada depois de o país cumprir com uma série de critérios no âmbito da iniciativa de apoio aos países altamente endividados (HIPC, na sigla inglesa).
Na altura, ficou acordado com o Fundo Monetário Internacional (FMI) que o país devia "ter cuidado e critério" nos próximos endividamentos caso venha a ter necessidade disso.
Braima Camará, presidente da Camara do Comércio, Indústria, Agricultura e Serviços (CCIAS), que falava em nome dos empresários assegurou que, “se as Finanças Públicas estão com problemas, o setor privado está ainda pior", enfatizou Camará, que apontou a persistência da crise política como estando a inibir o ambiente de negócios na Guiné-Bissau.
Conosaba com Notabanca
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