O principal hospital da Guiné-Bissau, o Simão Mendes, em Bissau, depara-se com dificuldades para garantir pelo menos uma refeição diária aos doentes internados e a responsável pelos serviços de cozinha, Berta Ié, faz um apelo para que quem possa ajudar.
"Peço às pessoas de boa vontade que ajudem o hospital a superar as dificuldades", disse Berta Ié, informando que o Simão Mendes necessita, diariamente, de 120 quilogramas de peixe ou carne e 90 quilos de arroz.
A nutricionista responsável pela dieta alimentar dos doentes, diz que diariamente a direção do hospital acaba por disponibilizar apenas 45 quilos de carne ou peixe e 75 quilos de arroz, base da comida dos guineenses.
O Simão Mendes, que recebe doentes de todas as partes da Guiné-Bissau, tem oficialmente 720 camas, mas Berta Ié acredita que "em casos de pico de doenças" o hospital chega a albergar o dobro de utentes.
"O hospital só fornece almoço aos doentes, o pequeno-almoço e o jantar, são da responsabilidade dos familiares", explicou a nutricionista embora não concorde com a situação que sublinha, porém, ser a realidade do país.
Berta Ié afirma saber que o hospital é que devia fornecer todas as refeições aos doentes mas dadas as dificuldades de tesouraria teve que pedir aos familiares que se ocupem de duas refeições diárias, observou.
"Temos doentes com problemas de hipertensão, diabete, colesterol ou crianças mal nutridas, toda essa gente precisa de uma dieta especial, mas dadas as circunstâncias não tem sido assim", enfatizou Ié.
Recentemente o Simão Mendes recebeu apoios do novo primeiro-ministro guineense, Umaro Sissoco Embaló, nomeadamente dois frigoríficos, utensílios de cozinha e 15 caixas de peixe, apoios que Berta Ié agradece e espera por mais.
"Lanço apelo às pessoas de boa vontade para que apoiem os doentes do hospital Simão Mendes", defendeu.
Conosaba com a Lusa
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