O comentador permanente da Radio Sol Mansi (RSM) dúvida da capacidade do governo de Umaro Sissoco Embalo em fazer funcionar Assembleia Nacional Popular (ANP) e aprovar os seus instrumentos de governação. As pessoas usam o Estado para destruir o Estado
Em entrevista, esta segunda-feira (19/12), a RSM, o politólogo Jorge Semedo sustenta a sua opinião pelo facto de no governo de Sissoco estar representado por “apenas um único partido com assento parlamentar” e alianças entre deputados em conflito com os seus respectivos partido, facto que no passado dificultou o governo de Baciro Djá.
“O que o presidente nos trouxe, além de ser um erro cometido mais uma vez por ele, é um elemento muito inconsistente, porque, pegando o exemplo de Baciro Djá não temos nada de seguro, a não ser irmos para aquilo que sempre foi o jogo guineense onde a corrupção e praticas ilícitas são utilizadas para manipular as instituições”, alerta.
“As pessoas usam o Estado para destruir o Estado. Isso é muita pena e preocupante para o futuro político guineense e também o futuro das nossas vidas”, lamenta.
Rui Jorge critica, por outro lado, a actuação da CEDEAO que segundo ele demostrou falta de experiência para minimizar possíveis conflitos e instabilidades na Guiné Bissau.
“Ouvimos o que o presidente da república falou (depois da cimeira da CEDEAO) é sua palavra contra a do mediador Alpha Conde. Neste aspecto temos que aceitar que o presidente guineense tem a sua razão, a CEDEAO cometeu o seu erro e José Mário Vaz, sem má-fé, soube aproveitar este erro para fortalecer a sua estratégia”
O comentador perante da RSM Sublinhou, no entanto, que o Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo-Verde (PAIGC) e a sua equipa negocial cometerem “erros grave”, por não exigir a confirmação no papel de o nome retido no acordo de Conacri rubricado.
“Não se pode sentar na mesa de negociação sem colocar no papel tudo o que foi discutido. Em qualquer sociedade moderna, de pessoas que sabem minimamente o que querem, todo o acordo chegado deve ser transcrito. O caso de o nome do primeiro-ministro não for colocado no papel foi um erro muito grave cometido pelo PAIGC”, adianta.
Lembramos que o presidente José Mário Vaz, na sua chegada ao país na madrugada deste sábado, vindo da Nigéria, disse que os líderes da organização estão "completamente desinformados" sobre a situação no país onde garante não existir "nenhum problema, tirando a politiquice".
A organização fez uma exortação expressa no seu comunicado final ao Presidente guineense no sentido de cumprir e fazer cumprir o chamado Acordo de Conacri, instrumento com o qual a CEDEAO acredita que a Guiné-Bissau poderá sair da crise política em que se encontra mergulhada há mais de 16 meses.
Sobre a posição da CEDEAO que recomendou a implementação do Acordo de Conacri, o líder guineense sublinhou que há divergências de entendimento sobre o assunto, frisando que na falta de consenso entre os partidos com assento parlamentar decidiu nomear Umaro Sissoco Embalo para o cargo de primeiro-ministro.
Por: Elisangila Raisa Silva dos Santos / Amadu Uri Djalo/radiosolmansi com Conosaba do Porto
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