Flora Gomes, cineasta guineense
Evento abordou histórias da luta, que englobam os filmes mais antigos, e histórias de memória, com produções recentes.
SÃO PAULO — São Paulo acolheu neste mês de Novembro, no chamado de mês da Consciência Negra no Brasil, a mostra África(s). Cinema e Revolução, que faz uma homenagem aos filmes que retratam as lutas de independência em Angola, Moçambique e Guiné-Bissau.
A curadora da mostra, Lúcia Monteiro, disse que um dos objectivos da exposição era mostrar como o olhar artístico do cinema conta as histórias de revolução nesses três países "irmãos" do Brasil.
A mostra foi dividida em dois trechos, segundo Lúcia: histórias da luta, que englobam os filmes mais antigos, e histórias de memória, com produções recentes.
A exibição aconteceu entre os dias 10 e 23 de Novembro, mas os organizadores esperam que novas edições ocorram nos próximos anos no Brasil ou até mesmo em Angola, Moçambique ou Guiné-Bissau.
Contudo, ainda não há confirmação de novas datas e locais para a mostra.
O cineasta guineense Flora Gomes, um dos mais importantes nomes do cinema africano, reconheceu à VOA que o interesse dos brasileiros por seus filmes o surpreendeu.
Em sessão de debate com o público, ele afirmou que não imaginava que sua carreira iria chegar tão longe, já que começou na profissão por influência de Amílcar Cabral, líder do PAIGC (Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde).
Cabral ajudou a enviar jovens estudantes ao exterior, entre eles Gomes, para estudar cinema com o objetcivo de que eles filmassem o processo de independência de seu próprio país anos depois.
Gomes disse que sua carreira se tornou uma homenagem a Cabral, o grande nome da revolução em Guiné-Bissau.
Ele também afirmou que o registo daquele momento histórico foi importante para mostrar o quão importante era a revolução pela qual sua nação natal passou.
Entre as produções de Flora exibidos na mostra está "Morte Negada" ou "Mortu Nega", de 1988, o primeiro filme de ficção de seu país e que mistura uma história inspirada na mitologia africana com as vivências reais da guerra de independência de Guiné-Bissau.
Conosaba com Voa
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