Desde o início desta crise vários atores nacionais e internacionais, envolveram-se na procura de uma solução. Tais esforços resultaram por exemplo, nos acordos de Bissau e Conacri.
O acordo de Bissau, identificou seis passos para alcançar a estabilidade para o período restante da actual legislatura, que termina em 2018, que inclui o seguinte: um diálogo com as várias parte interessadas; um governo inclusivo consensual para continuar em funções até às eleições legislativas de 2018; as reformas da Constituição, da administração territorial, da lei eleitoral e da lei sobre os partidos políticos, bem como o fortalecimento do sistema de justiça; a implementação de reformas nos sectores da defesa e da segurança; a retirada da ECOMIB dentro de seis meses depois das forças correspondentes da Guiné-Bissau serem treinadas; e um mecanismo de monitorização e avaliação da CEDEAO para garantir que as conclusões do diálogo sejam implementadas.
Após a assinatura deste roteiro, a CEDEAO proporcionou um segundo encontro em Conacri entre os atores políticos envolvidos na crise política de 11 a 14 de Outubro, para ultrapassar o atual impasse na governação do país que contou para além dos políticos contou com a participação das organizações da sociedade civil, entidades religiosas, organizações femininas, comunidade internacional.
Mas os acordos de Conacri ainda não produziram o resultado esperado: a nomeação de uma personalidade consensual para chefiar o governo inclusivo. No acordo prevê-se que no prazo máximo de um mês a seguir à nomeação do primeiro-ministro, dever-se-á promover uma mesa redonda de diálogo nacional para discutir sobre o programa do executivo. Também de acordo com o texto, está previsto que os 15 deputados dissidentes "sejam reintegrados no PAIGC, sem condições, mas em conformidade com as regras em vigor no partido".
Na opinião dos guineenses os atores da atual crise devem respeitar e implementar os acordos assinados.
“Devem cumprir com os acordos assinados porque a população já está cansada com a situação que está a passar no país, porque foram assinar e regressaram e agora estão a dizer que não estão de acordo com o que assinaram” opinou uma cidadã em São Domingos.
Um outro cidadão afirmou quase a mesma coisa: “eu quero que cheguem a um consenso, porque estamos cansados e a passar fome, não há dinheiro por causa dessa situação, mas eles estão a comer e nós estamos a passar fome com a nossa família, queremos que cumprem com o acordo de Bissau e de Conacri” lamentou Rui, cidadão de São Domingos.
Na região de Bafata, os cidadãos opiniram que qualquer medida para pôr fim à crise é bemvinda.
“O teor do acordo tem grandes impossibilidades de ser posta na prática porque o maior problema deste impasse é que o interesse dos políticos está acima dos interesses da nação. A única saída é do Presidente tomar decisões, que passam em respeitar rigorosamente as regras democráticas, que diz que o país deve ser dirigido pelo grupo que venceu as eleições ou que dissolve-se o parlamento e devolve-se o poder de decisões ao povo” opinou Celestino.
Em Conacri estiveram várias organizações da sociedade civil como a Liga Guineense dos Direitos Humanos, a Associação Islâmica, a Plataforma Política das Mulheres e entre outras.
Estas organizações afirmaram que só havendo bom senso entre os envolvidos na crise que é possível a sua implementação.
Segundo Augusto Mário da LGDH, o acordo é muito importante para a Guiné-Bissau, “não só porque sugere um novo primeiro ministro mas também porque aborda a necessidade da revisão da constituição da república e adopção de um pacto de estabilidade” mas após o regresso de Conacri, os atores da crise têm estado a interpretar o acordo de formas diferentes, e isso preocupa-o.
“O acordo de Conacri deve ser respeitado e cumprido pelos atores da crise e para isso acontecer é preciso que reine bom senso entre as partes envolvidas” opinou Silvina Tavares, presidente da Plataforma Política das Mulheres.
Conosaba com uniogbis
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