terça-feira, 5 de julho de 2016

PAIGC CONTESTA PROIBIÇÃO DE SAÍDA DO PAÍS DE MEMBROS DO ÚLTIMO GOVERNO DEMITIDO DO ENG.º CARLOS CORREIA



O PAIGC, partido vencedor das últimas eleições na Guiné-Bissau, acusou o Procurador-Geral da República (PGR), Sedja Man, de proibir sem razão alguns membros do último Governo de sair do país.

"É uma inequívoca demonstração de abuso de poder, manipulação ignorância", refere o Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) em comunicado hoje distribuído.

De acordo com o partido, a Procuradoria-Geral da Republica fez chegar uma lista de nomes aos postos fronteiriços e ao aeroporto internacional da Guiné-Bissau para impedir as saídas, sem que haja processos susceptíveis de limitar os movimentos das pessoas em causa.

Contactado pela agência Lusa, Sedja Man confirma a existência da lista em que estão incluídos vários membros do anterior Governo da Guiné-Bissau, uns na qualidade de testemunhas e outros como principais suspeitos em diferentes processos em curso.

A PGR refere que as limitações impostas são legítimas, estão previstas na lei e evitam que algumas figuras viajem para o estrangeiro e só regressem quando os prazos processuais tiverem expirado, referindo que" lei está acima de todos" .

O PAIGC não aceita, classifica a situação como um "desmando" da PGR e refere que só a intervenção das Nações Unidas possibilitou que o ex-primeiro-ministro Carlos Correia, 82 anos, viajasse na última semana para consultas médicas em Portugal.

Sedja Man confirmou à Lusa que Carlos Correia tinha a viagem "embargada", mas o Ministério Público foi "sensível ao estado de saúde" do veterano do PAIGC e autorizou a viagem.

De acordo com a PGR, o ex-primeiro-ministro é o "principal suspeito" num processo de desobediência civil relacionado com a ocupação do Palácio do Governo por vários membros do anterior executivo, entre 26 de maio e 09 de Junho.

A ocupação foi feita como protesto pela decisão do chefe de Estado, José Mário Vaz, em empossar um novo Governo que os membros do executivo demitido consideraram inconstitucional.

Carlos Correia é ainda testemunha num processo sobre exportação ilegal de madeira e noutro que averigua o resgate à banca privada guineense realizado em 2015, acrescentou Sedja Man.

Lusa com Conosaba

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