A deputada trabalhista tinha 41 anos e faleceu devido às feridas produzidas por tiros e punhaladas, após incidente ainda não esclarecido.
A opinião pública do Reino Unido foi sacudida nesta quinta-feira (16/6), com a notícia do assassinato da parlamentar trabalhista Jo Cox.
A política tinha 41 anos e faleceu devido às feridas produzidas por uma punhalada e alguns tiros que recebeu, após incidente ainda não esclarecido.
O ataque ocorreu em plena luz do dia, em Birstall, região de West Yorkshire, Reino Unido. A polícia prendeu um homem de 52 anos, identificado como Tommy Mair, que seria o suposto assassino de Cox.
Procedente de Batley, uma localidade da região de West Yorkshire, no norte da Inglaterra, Cox foi a primeira pessoa em sua família alcançar os estudos universitários. Em 1995, ela se graduou na prestigiosa Universidade de Cambridge.
A partir de então, se dedicou à defesa de duas causas distintas, embora vinculadas: a política e a ação humanitária.
Durante uma década, ela trabalhou na ONG Oxfam, que concentra sua ação na luta contra a pobreza. Cox chegou a ser chefe das campanhas humanitárias.
Também trabalhou com a ONG Save The Children (“Salvemos as Crianças”), com a Sociedade Nacional para a Prevenção da Crueldade contra Crianças, com a Fundação Bill e Melinda Gates e com o Fundo da Liberdade, uma organização focada na erradicação das formas modernas de escravidão.
Recentemente, Cox preparava o caminho para o lançamento da UK Women (“Mulheres Britânicas”), um instituto de investigação dedicado a trabalhar com as perspectivas e necessidades das mulheres no Reino Unido.
Paixão europeísta
Sua carreira política sempre esteve vinculada à Europa. Uma vez diplomada, pela Universidade de Cambridge, Cox começou a colaborar com o trabalho da parlamentária Joan Walley no lançamento da organização Britain in Europe (“Grã-Bretanha na Europa”), dedicada a impulsar a causa europeísta no Reino Unido.
Logo, passou a trabalhar em Bruxelas, em instituições da União Europeia, junto com a europarlamentária trabalhista Glenys Kinnock.
Durante quatro anos, Cox liderou a Rede de Mulheres Trabalhistas, onde buscava estimular a participação das mulheres na vida pública.
No ano passado, nas eleições gerais, ela foi eleita pela primeira vez como membro do Parlamento Britânico, após obter os votos suficientes para que o Partido Trabalhista pudesse vencer os conservadores no distrito de Batley e Spen.
“O ódio que a matou”
Brendan Cox, esposo e pai dos dois filhos de Jo Cox, divulgou nesta mesma quinta-feira (16/6), uma declaração na que convoca os cidadãos para “lutar contra o ódio que a matou”.
“Hoje é o início de um novo capítulo em nossas vidas. Mais difícil, mais doloroso, menos alegre e com menos amor. Junto à família e os amigos de Jo, trabalharemos durante cada momento de nossas vidas para amar e nutrir os nossos filhos, e para lutar contra o ódio que a matou”, disse ele.
“Jo acreditava num mundo melhor e lutou por ele cada em dia de sua vida (…) neste momento, ela certamente gostaria que ocorressem duas coisas, antes de qualquer coisa: que nossos filhos queridos estejam banhados de amor e que todos pudéssemos nos unir para combater o ódio que a matou. O ódio não tem credo, raça ou religião. É um veneno”, afirmou a nota.
O líder do Partido Trabalhista britânico, Jeremy Corbin, disse que todos os militantes da legenda, assim como todo o Reino Unido, está em comoção pelo espantoso assassinato de Cox.
“Jo morreu cumprindo o seu dever público, no coração da nossa democracia, escutando e representando as pessoas, servindo as pessoas que a elegeram”, declarou o líder trabalhista.
O primeiro-ministro britânico, David Cameron, qualificou a morte de Cox como uma tragédia. “Ela era uma parlamentária comprometida e solidária. Meus pensamentos estão com seu esposo e com suas duas crianças pequenas”, expressou ele, através de sua conta de Twitter.
Durante as últimas semanas de sua vida, Cox esteve trabalhando na campanha a favor da permanência do Reino Unido na União Europeia, relativa ao referendo que acontecerá no próximo dia 23 de junho. Porém, a campanha foi oficialmente interrompida devido ao seu falecimento.
Cox é a primeira parlamentar britânica assassinada desde o atentado explosivo contra o conservador Ian Gow, realizado pelo IRA (sigla em inglês do antigo Exército Republicano Irlandês), em 1990.
cartamaior/conosaba
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