Um conjunto de organizações não-governamentais (ONG) da Guiné-Bissau vai juntar-se num fórum para lutar por melhor acesso a financiamentos internacionais, que dizem estar a ser canalizados para ONG estrangeiras, anunciaram em comunicado.
As organizações guineenses queixam-se de uma tendência para "maior complexidade e burocratização" no acesso a financiamentos, que está a "converter as ONG guineenses em simples executoras de projetos" liderados por "ONG internacionais".
A situação está a "corroer as relações entre elas [as ONGs], que deixam de ser de parceria para se transformar em subalternização, através de processos de subcontratação", refere-se no documento.
Por outro lado, há populações que beneficiavam de projetos de longo prazo de ONGs guineenses, mas que se veem negligenciadas, porque as organizações têm que obedecer agora a uma "lógica dominante de busca de resultados de curto prazo, quantificáveis e tangíveis, que possam satisfazer os doadores", acrescenta-se.
O comunicado é subscrito por 11 organizações guineenses.
Um núcleo dinamizador deverá iniciar os trabalhos para que seja criado "um espaço de concertação, sinergias e solidariedade entre ONG guineenses antes do fim do corrente ano de 2016" para tentar mudar o cenário.
Esse espaço servirá para "influenciar as linhas de financiamento disponibilizadas para a Guiné-Bissau, para que apoiem e favoreçam mais efetivamente as ONGs guineenses e o trabalho que desenvolvem".
Outro dos objetivos passa por "proporcionar um clima de maior estabilidade política e económica e de boa governação a nível local e nacional, capitalizando experiências de advocacia e de diplomacia não-governamental".
O núcleo dinamizador é constituído pelas ONG guineenses AD - Ação para o Desenvolvimento, ALTERNAG, DIVUTEC, EDEC, RENAJ e Tiniguena, que coordena o grupo.
Lusa/Conosaba
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