Bissau, 21 Jun 16 (ANG) – O Presidente da Associação Nacional dos Agricultores da Guiné-Bissau (ANAG), afirmou hoje que, futuramente, o país vai passar a exportar mangas para os países da África Ocidental.
Jaime Boles Gomes falava em entrevista exclusiva à ANG, sobre a sua recente participação na “Semana de Mangas “ realizada em Dakar, de 31 de Maio a 03 de Junho, onde o país foi representado pelo governo e os seus parceiros incluindo a ANAG.
De acordo com Boles, o encontro de Dakar foi mais uma oportunidade para o pais, “porque a criação da Fileira de Mangas para exportação, é uma janela que abriu para reforçar e encontrar outra alternativa ao caju , que tem sido até aqui o único produto de exportação”.
“É triste e lamentável quando um país como o nosso que podia tirar muitos proveitos na área de produção agrícola, ficasse agarrado ao único produto que é o caju, quando acabar a campanha acaba-se automaticamente a exportação” disse.
Segundo Jaime Boles, se o país conseguir lançar a exportação de mangas, os camponeses vão ganhar mais dinheiro que servirá para financiar a diversificação da produção.
O Presidente da ANAG informou ainda que durante o encontro foi criada a Aliança Regional de Produção de Mangas da África Ocidental para Exportação, que congrega sete países da sub-região entre os quais a Guiné-Bissau, Gâmbia, Senegal e Guiné-Conacri, financiada pela Agência Americana de Cooperação e Desenvolvimento(USAID), e sob tutela dos Ministérios de Agricultura dos respectivos países.
“As mangas que temos no país são oriundas de uma produção amadora e essa prática deve ser ultrapassada para ingressamos no sistema mais profissional que visa seguir as exigência tecnológicas e científicas que permita aos nossos camponeses fazerem uma colheita de produtos de qualidade mediante as normas exigidas no mercado internacional “ frisou.
Para Jaime Bolis tudo isso passa pela colheita e boa conservação do produto para poder vir a ser comprado num preço bom no mercado internacional , e dar oportunidade a passagem à etapa de transformação de produtos agrícolas locais criando empregos e outros benefícios ao país.
Aquele responsável lamentou que os sumos que o pais importa podiam ser fabricado no país uma vez que existem localmente variedades de frutas desde laranjas, limão, maracujá, e muitos outros, que infelizmente são utilizados para enriquecer outros países.
Falando da comercialização da castanha de caju deste ano, o Presidente da ANAG disse que está a decorrer bem, uma vez que o preço de referência está a ser cumprido.
Boles frisou que, actualmente, a castanha de caju está a ser comprado num valor que varia entre os 600 e 650 FCA por quilo, salientando que o mais importante neste processo é a organização dos produtores em cooperativas e na venda colectiva que pode dar mais benefícios aos camponeses.
Jaime Boles relacionou o sucesso da campanha do ano em curso a procura de amêndoa de caju no mercado internacional, tendo apelado a prevalência da paz na Guiné-Bissau, “porque sem a ela não se pode fazer nada muito menos a criação de novos projectos de investimentos”.
A recém-criada Aliança Regional de Produção de Mangas da África Ocidental para Exportação vai ser presidida pelo Senegal e a Guiné-Bissau ocupa o lugar de Segundo Vice-Presidente até a próxima Assembleia-Geral, que será realizada a 17 de Outubro de 2017.
ANG/MSC/ÂC/JAM/SG/Conosaba
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