terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

«RECADOS» PRS QUER PM DE CABO VERDE AFASTADO DOS ASSUNTOS POLÍTICOS GUINEENSES


O Partido da Renovação Social (PRS), que lidera a oposição da Guiné-Bissau, apelou hoje ao primeiro-ministro de Cabo Verde, José Mária Neves, "para que prescinda de interferir nos assuntos" guineenses.

O pedido do PRS foi feito por Florentino Pereira, secretário-geral do partido, numa conferência de imprensa promovida para comentar os últimos desenvolvimentos da política guineense, nomeadamente a crise no Parlamento.

Sem especificar qual a situação de alegada ingerência do primeiro-ministro de Cabo Verde, o secretário-geral do PRS pediu a José Mária Neves para que se preocupe com os problemas do seu país, ao invés de opinar sobre a crise guineense.

"Relativamente ao primeiro-ministro de Cabo Verde voltamos a apelar no sentido de prescindir, de abdicar [de comentar] os assuntos internos da Guiné-Bissau, sobretudo quando se trata de um conflito", afirmou Florentino Pereira.

O político guineense pede respeito aos dirigentes cabo-verdianos em relação à Guiné-Bissau, que disse ser um Estado soberano.

"Eu nunca ouvi um primeiro-ministro da Guiné-Bissau a falar das crises em Cabo Verde. É preciso respeitar a soberania. Somos parceiros, somos amigos, mas antes de mais, devemos respeitar a Guiné-Bissau enquanto Estado soberano", defendeu Florentino Pereira.

O secretário-geral do PRS também pediu aos representantes da comunidade internacional baseados em Bissau que adotem posições isentas no tratamento aos titulares de órgãos de soberania guineense - sem no entanto apontar factos.

De acordo com o secretário-geral do PRS, o Governo do primeiro-ministro, Carlos Correia "já não existe" e, disse, "devia ser demitido" pelo chefe de Estado, José Mário Vaz, sob alegação de caducidade, ou seja, por não se ter apresentado ao Parlamento.

O secretário-geral do PRS aponta um pacto de regime como "única saída" para a crise política que assola a Guiné-Bissau.

O pacto, diz Florentino Pereira, seria assinado por todos os atores políticos guineenses.

Lusa/Conosaba

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