O Presidente da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, disse hoje que não tenciona dissolver o Parlamento, contrariamente às projeções para 2016, feitas nesse sentido, no contexto da crise política que afeta o país.
"Por acreditar ser possível criar condições de estabilidade governativa no quadro da atual configuração e dinâmica política parlamentar, não equaciono a hipótese de dissolver a Assembleia Nacional Popular [Parlamento] guineense", disse José Mário Vaz.
Num discurso à nação, por ocasião do fim do ano, o chefe de Estado da Guiné-Bissau afirmou que "os custos da dissolução do parlamento" seriam maiores do que quaisquer benefícios para o país.
Vários círculos políticos, assim como analistas, têm defendido que o Presidente guineense poderia vir a ser obrigado a dissolver o parlamento, na sequência da crise política que assola o país.
O Governo em funções tem tido dificuldades em fazer passar o seu programa no parlamento, devido às lutas internas no partido maioritário, o Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC).
"É imperioso que os partidos políticos representados no parlamento, em particular as suas lideranças, reforcem a cultura do diálogo e a coesão interna para a busca do consenso alargado", defendeu José Mário Vaz.
A título pessoal e institucional, o Presidente guineense prometeu empenhar-se para a busca de soluções que possam dar estabilidade governativa ao país.
José Mário Vaz exortou os guineenses e a classe política, em particular, para não persistirem no erro cometido no passado, forjado pelo ego individual.
"Olhando para o passado recente, temos de ter a humildade para reconhecer que (...) havia muita coisa que certamente poderíamos ter feito diferente", destacou o líder guineense.
José Mário Vaz reconheceu que 2015 "foi um ano difícil", marcado sobretudo pela crise política que levou à demissão do Governo, mas admitiu que a mesa-redonda com os doadores "foi um êxito" alcançado pelo país, que é preciso capitalizar, disse.
O líder guineense vaticinou um bom ano de 2016, mas exortou os cidadãos a empenharem-se na produção do arroz, para que o país possa finalmente produzir as 80 mil toneladas daquele cereal, base da dieta alimentar guineense, que o país importa todos os anos.
Lusa/Conosaba
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