Bissau, cidade lutadora
Bissau,
uma cidade que canta e encanta os seus visitantes e os seus devotos residentes.
Uma cidade de parca beleza, mas com muitas vidas partilhadas e teimosamente dividida
em frações. Bissau humilde e pacata. Cidade lutadora. Luta! Luta por tudo e por
nada, contra tudo, contra nada e contra si própria. Bissau luta com as duas
mãos, com a esquerda e com a direita, com a firmeza e com a desgraça. Ela luta
incansavelmente, sem lengalengas, nem fingimento. Uma luta extraordinariamente
formidável e imaginária.
Ora
luta contra o sol para que a noite chegue mais depressa – porque a noite é mais
romântica, favorece a vida noturna e agrada os morcegos ansiosos por mijar em Deus,
embora acabem sempre por levar com a sua própria urina na cabeça – ora luta
contra a lua, porque não lhe permite enxergar bem e longe – parece-se com as
trevas e com o medo do abismo que vive permanentemente com a escuridão que ela
carrega, na sua fase nova.
Bissau
dificilmente se consegue libertar de si mesma. Além disso, ela é como um poilão, quando cai, não cai sozinho, cai
com as suas gentes: os professores, os médicos e paramédicos, os funcionários
públicos, os operários, as mulheres bideras,
os homens djilas, as crianças
inocentes. E os políticos?
Os
políticos... Esses, ficam sempre colados aos ramos do poilão para que não toquem no chão quando este cai. Podem assim, continuar
a sua luta incessante, que faz de Bissau uma cidade de rumores que alimentam
motivos infindáveis para lutar: ontem, hoje e até quando? Esta questão foi
respondida, uma vez, por um político conceituado da praça pública:
-
Bissau deixará de lutar quando estivermos
saciados.
Apesar
de tudo, se Bissau conseguir saciar os seus políticos o que será do seu
encanto? Se um dia Bissau deixar de lutar, perderá o seu dinamismo, o seu
brilho, a sua humildade, perderá a sua essência... A luta não pode então parar!
Pode se calhar, é ser uma luta mais produtiva... Bissau deve lutar para se erguer
como uma cidade próspera, sem a habitual sujeira disfarçada pelos seus pseudopolíticos,
políticos demagogos.
Bissau
deve jamais cessar a sua luta, por mais feroz que ela seja, deve contudo, estar
preparada e de cabeça erguida para cumprir a sua missão, lutar, porque “barco
fundeado não ganha frete”! Bissau lança-te à luta para ganhares o teu tão
desejado desenvolvimento sustentável.
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