Carlos Correia, novo primeiro-ministro guineense
A nomeação de Carlos Correia como novo primeiro-ministro foi bem recebida pela classe política guineense. Os cinco partidos com assento no Parlamento classificam o veterano do PAIGC como "uma figura respeitada".
Carlos Correia é uma figura que reúne consensos, a começar pelo do Presidente José Mário Vaz. O chefe de Estado guineense aceitou a proposta do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) para o cargo de primeiro-ministro.
"É uma figura de reconhecido mérito, cuja experiência acumulada confere garantia de bom desempenho para as funções em que acaba de ser investido", afirmou o Presidente guineense após a tomada de posse de Carlos Correia, esta quinta-feira (17.09).
"Estou persuadido de que as ações do seu Governo serão norteadas de rigor e transparência e de que cada franco CFA a ser gasto será rigorosamente aplicado na satisfação das necessidades básicas e urgentes das nossas populações."
Veterano
Esta é a quarta vez que Carlos Correia, 84 anos, vai liderar um Governo da Guiné-Bissau. Veterano da luta armada pela independência do país e engenheiro agrónomo, formado na antiga Alemanha de Leste, Correia é conhecido nos meandros da política guineense como um homem sério e um político íntegro.
No discurso de tomada de posse, o novo primeiro-ministro disse que tudo fará para que haja um bom relacionamento com os principais titulares dos órgãos de soberania: "Pautarei a minha ação pelo respeito à Constituição e às leis do país. Tudo farei para que haja um relacionamento institucional são e profícuo, que contribuirá decisivamente para um clima de paz e estabilidade, tão necessárias ao desenvolvimento do país."
"Pessoa nobre"
Carlos Correia deu "sempre mostras de ser uma pessoa nobre, uma pessoa capaz de desempenhar essas funções, estamos gratos com o nome", comenta o líder do Partido da Convergência Democrática, Vicente Fernandes.
O novo chefe do Executivo "representa, para nós, um símbolo da unidade nacional. É também alguém que já deu provas, nas várias funções que desempenhou, nomeadamente como primeiro-ministro, de ser uma pessoa que pode aglutinar, em seu redor, todo um conjunto de sensibilidades."
Florentino Pereira, secretário-geral da segunda maior força parlamentar, o Partido da Renovação Social (PRS), refere que desconhece, até aqui, "qualquer comportamento que possa pôr em causa a capacidade e a idoneidade" de Carlos Correia como figura política.
Crise foi "forjada"
O líder da União para Mudança, Agnelo Regalla, também aplaude a nomeação do novo primeiro-ministro. Sublinha, no entanto, que não havia motivos para a Presidência da República desencadear uma crise que paralisou o país por mais de um mês.
Agnelo Regalla, líder da União para Mudança
"Esta crise foi forjada por interesses inconfessáveis que não serviram a Guiné-Bissau", adianta o político. "Não havia razões para o país passar 40 dias sem Governo."
O Presidente José Mário Vaz demitiu o primeiro-ministro Domingos Simões Pereira a 12 de agosto, sob alegações de incompatibilidade.
DW/CONOSABA
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