domingo, 26 de julho de 2015

ÁGUAS DE PORTUGAL DEVERÁ AJUDAR RESOLVER PROBLEMAS DE ABASTECIMENTO NA GUINÉ-BISSAU


A empresa portuguesa Águas de Portugal vai ajudar o Governo da Guiné-Bissau a resolver o problema de abastecimento em várias zonas da capital e arredores através de um "projeto global" em preparação.

Segundo o ministro guineense da Energia e Indústria, Florentino Mendes, as duas partes estão a trabalhar e prevê-se para breve a assinatura de um acordo que vai permitir à Águas de Portugal intervir na Guiné-Bissau.

O grupo português vai propor ao Executivo guineense um "projeto global" para captação, armazenamento, tratamento e distribuição de água para Bissau e aindapara Prábis e Quinhamel, regiões a nordeste da capital.

Florentino Mendes apontou que a falta de água em Bissau "é um problema grave", uma vez que a cidade apenas dispõe de cerca de 19 mil metros cúbicos dos cerca de 40 mil necessários.

"Neste momento temos grande parte da cidade de Bissau sem conduta de água. Estamos a trabalhar no sentido de alargar a rede de distribuição", disse o ministro da Energia e Indústria.

Para essa iniciativa, o Governo guineense conta com a experiência da Águas de Portugal e de outras empresas portuguesas.

MB // APN

Lusa/Fim

NUM PAÍS SEM UM ÚNICO MUSEU, ARTISTAS DA GUINÉ-BISSAU PEDEM MAIS DINHEIRO PARA A CULTURA





Os participantes na Conferência Nacional da Cultura da Guiné-Bissau pediram ao Governo um aumento das verbas para o setor da cultura e a construção de museus num país onde não há nenhum destes equipamentos.

O encontro, que juntou músicos, artistas das diversas artes e académicos, decorreu sob o lema "Cultura ao serviço da Nação", tendo visado, entre outros, produzir recomendações ao Governo para melhorar o setor.

Entre elas, destacam-se o apelo para o reforço da dotação orçamental para a Cultura, a construção de museus - o país não tem nenhum -, o ensino da cultura guineense nas escolas públicas e a institucionalização do Carnaval.

No encerramento do encontro, no sábado, primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Domingos Simões Pereira, exortou os "fazedores da cultura" a trabalharem para que esta ajude a desenvolver a economia do país.

O primeiro-ministro começou por agradecer a iniciativa, realizada 18 anos depois da última conferência do género, mas sublinhou ser "um exercício complicado" falar da cultura "num país onde não existe um único museu".

Para Domingos Simões Pereira, "não basta apenas" exigir o aumento da dotação orçamental do Estado para o setor, é também importante "pensar na indústria da cultura" integrada na economia.

"Ela tem que ser economicamente rentável e autossuficiente, o que significa que temos que nos preparar para consumir cultura", observou Simões Pereira.

O facto de as recomendações e os demais documentos produzidos na conferência terem sido projetadas em telas e não impressos em papel, mereceu um elogio do primeiro-ministro guineense que vê na iniciativa "uma preocupação" dos conferencistas com a ecologia.

A Conferência Nacional da Cultura guineense realizou-se na cidade de Cacheu, norte do país, durante três dias.

dnoticias.pt

«AUTOSSUFICIÊNCIA ALIMENTAR» MINISTÉRIO DA AGRICULTURA DISTRIBUI SEMENTES AOS AGRICULTORES DE LESTE DA GUINÉ-BISSAU



Bissau, 24 Jul 15(ANG)- O Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural acaba de distribuir cerca de 700 mil toneladas de sementes de arroz, milho e feijão aos agricultores de Bafatá e Gabu, duas regiões do Leste da Guiné-Bissau.

A iniciativa, segundo o ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural, João Aníbal Pereira enquadra-se nas acçöes de apoio do governo aos agricultores visando a autossuficiência alimentar.

Nesse quadro, o executivo ainda disponibiliza aos agricultores tubos para melhoria da gestão da água nas bolanhas, e vai ainda dotar os serviços de Protecçäo Vegetal de produtos para o combate as pragas, estando já planificado a sua distribuição ao nível nacional.

Quanto ao sector pastorício o ministro garantiu que em breve se inicia a campanha de vacinação de 300 cabeças de gado e que mais tarde , com apoio do Reino de Marrocos, mais gados serão vacinados.

Os agricultores, na voz do Presidente da Associação nacional dos Agricultores (ANAG),Jaime Boles Gomes agradeceu a iniciativa do Governo.
“Estas ajudas vão permitir aos agricultores ter um suporte para os próximos anos”, disse Jaime Gomes.

Ainda nessa ocasião o Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural através da Direcçäo-geral da Floresta e Caça procedeu ao lançamento da campanha de reflorestação de 80 aldeias das regiões de Bafatá e Gabu, sob o lema “Proteger as florestas esta nas suas mãos”. 

Prevê-se o repovoamento florestal daquelas tabancas com 65 mil plantas, numero que segundo Aníbal Pereira é inferior ao de árvores abatidos durante os últimos anos para exploração de madeiras. 

Leste, segundo o Director-geral das Floresta e Caça, Hipólito Djata é a zona mais afectada pela desflorestação, em consequência a mais seca do pais.

O CHEFE DO GOVERNO DA GUINÉ-BISSAU PRESIDE O ENCERRAMENTO DA III CONFERÊNCIA NACIONAL DA CULTURA





A cidade histórica de Cacheu, foi palco durante três dias, de 23 a 25 de julho, da III Conferência Nacional de Cultura, sob o lema “Cultura ao serviço da Nação”, que reuniu homens de cultura, de diversas quadrantes, investigadores, escritores, atores, músicos, bailarinos, funcionários e dirigentes da cultura, etc.

Os seus participantes no fim dos debates teceram Recomendações, encorajando o Governo a criar mecanismos de promoção cultural, de entre os quais: bibliotecas, editoras, casas de espetáculos, escolas de formação de arte e ofício, etc. E, em jeito de reconhecimento dos apoios concedidos redigiram uma Moção ao Governo.

A cerimónia de encerramento desta importante iniciativa cultural, contou com a presença de Sua Excelência, o Primeiro-ministro, Domingos Simões Pereira, que esteve acompanhado da deputada, Senhora Paula Pereira e do Conselheiro Senhor Luís Melo.

Ao usar da palavra da o Secretário de Estado da Juventude, Cultura e Desportos, Senhor Tomas Barbosa, depois dos formais agradecimentos, disse: “Nós estamos aqui para testemunhar um ato que é tão importante para delinear daquilo que deverá ser a futura política nacional da cultura.” Avançando, mais adiante acrescentou: “precisamente esta é economia criativa que a Guiné-Bissau bem precisa, para podermos de facto minimizar o impacto da pobreza ao nosso povo.”

Por seu turno, o Chefe do Governo satisfeito enfatizou: “estão de parabéns pela coragem e pela qualidade das recomendações que aqui saem... Ouvi com muita atenção as várias recomendações... e quero de facto incitar a todos que tomaram parte nestes dois dias de trabalho, porque realmente produziram algo tanto em substância, como em termos de projeção que pode orientar o sector da cultura... Agora o desafio é nós operacionalizarmos o conjunto de recomendações, que saem de Cacheu... gostei muito de registar a ligação que eu vi estabelecida entre a cultura e a economia... É importante nós pensarmos na industria da cultura. É importante pensarmos cultura como uma economia. Para esse efeito ela tem que ser economicamente rentável e tem que ser autossuficiente.” Ao terminar lança alguns desafios: “gostei realmente daquilo que ouvi. Mas, falar de cultura num país aonde de facto não existe um museu, é um exercício complicado! Falar da cultura sem a existência de uma biblioteca nacional... Mas, agora a partir do momento que destacamos essas necessidades temos que deitar mãos à obra e temos que ser capazes de transformar essa intenção em realidade.”

Bissau, 25 de julho de 2015

Gabinete de Comunicação e Informação
Carlos Vaz






O PRIMEIRO-MINISTRO GUINEENSE RECEBE O SUPREMO TRIBUNAL DA CEDEAO


Uma delegação do Supremo Tribunal da CEDAO, chefiada pela sua Presidente, Senhora, Maria do Céu Silva Monteiro, que se fez acompanhar pelos seus vice-presentes, foi recebida hoje, dia 24 de julho, pela Sua Excelência, o Primeiro-ministro, Senhor Domingos Simões Pereira.

O objectivo da missão foi agradecer o Governo pelo apoio prestado à instituição e divulgar junto aos seus Estados Membros, Governo e Povos, a existência do Tribunal.

Trata-se de um Tribunal criado há 24 anos, que só começou a funcionar em 2003, altura em que foram definidas as competências dos seus órgãos da decisão, cuja Presidência é rotativa pelos seus sete membros, a saber: Borkina Fasso, Guiné-Bissau, Guiné-Conacri, Libéria, Mali, Nigéria e Senegal.

Bissau, 24 de julho de 2015

Gabinete de Comunicação e Informação
Barnabé Gomes
Carlos Vaz



O GOVERNO GUINEENSE INTEIRA-SE DA EAGB E CICER


Hoje, sexta-feira, dia 24 de julho, Sua Excelência, o Primeiro-ministro, Domingos Simões Pereira, acompanhado do Ministro da Energia e Indústria, Senhor Florentino Mendes Pereira, esteve nas empresas: EAGB e a CICER, a fim de constatar in loco, o estádio das mesmas.

A primeira a ser visitada foi a Central Eléctrica de Bissau da empresa EAGB, aonde se inteirou do seu normal funcionamento. Depois seguiu para a CICER, uma grande referência do tecido industrial da Guiné-Bissau, paralisada há quatro anos, cujo reflexo se reflete no desemprego de um pouco mais de oitenta trabalhadores. Situação que constitui uma grande preocupação do Governo.

No fim desta digressão, interrogado pela imprensa, Sua Excelência garante que não se pode resolver problemas da energia, sem ter energia e que este povo nunca mais voltará à escuridão. Ainda, que o Governo irá analisar a capacidade já instalada na Central Eléctrica de Bissau e com base no consumo do parque industrial projetar a sua futura potência. Caso se justifique, após um estudo tomará a decisão de eventualmente construir ou não uma nova central.

Quanto a CICER, o Chefe do Governo não querendo antecipar nenhuma avaliação afirmou que constitui a intenção do executivo reabrir o processo e revisitar os cadernos de encargo da privatização, bem como das demais empresas em igual situação, para no fim as relançar.

Bissau, 24 de julho de 2015

Gabinete de Comunicação e Informação
Barnabé Gomes
Carlos Vaz


JUVENTUDE ISLÂMICA DA GUINE-BISSAU ´CRITICA COMPORTAMENTO ABUSIVO´ DAS AUTORIDADES



A Juventude Islâmica da Guiné-Bissau denunciou o "comportamento abusivo" de alguns elementos das autoridades públicas do país contra os seus membros e pede a intervenção do Presidente José Mário Vaz para por cobro à situação.

Em comunicado, o presidente da Comunidade Nacional da Juventude Islâmica da Guiné-Bissau (CNJI-GB), Carambá Dabó, denuncia "várias situações" envolvendo as autoridades contra os interesses e membros daquele grupo religioso.

Entre outros, citou o caso do alegado encerramento de uma mesquita construída dentro do Hospital Nacional Simão Mendes "a mando das autoridades públicas, sem fundamento".

A mesquita foi mandada construir dentro do hospital para aí serem celebradas orações por defuntos muçulmanos, mas nos últimos tempos tem sido utilizada para rezas quotidianas de dezenas de fiéis, facto criticado por não muçulmanos.

Carambá Dabó referiu-se ainda a uma alegada "perseguições aos elementos da comunidade de Canchungo", região norte do país, citando o caso de uma mulher que teria sido detida durante algumas horas "sob ordens do administrador" local.

A mulher teria sido detida por usar o véu integral na via pública, diz o comunicado, realçando ter sido uma detenção "arbitrária e abusiva".

Os jovens muçulmanos criticam também o parlamento do país por ter agendado, por duas vezes consecutivas, o tema do uso do véu no país "sem uma prévia auscultação abrangente" dos atores nacionais, lê-se ainda no comunicado.

Pedem às entidades do Estado guineense que respeitem o princípio da laicidade, plasmado na Constituição do país, afastando-se das questões religiosas.

Os jovens muçulmanos alegam no comunicado que o Estado admite que outras mulheres guineenses se apresentem na via pública "de roupas curtas que deixam o corpo à mostra e a outras não permite que se tapem de sua livre vontade".

Apelam ainda ao Presidente do país, José Mário Vaz, para "cumprir com a sua missão de garante da Constituição", ao mesmo tempo que exortam os membros da comunidade islâmica a se absterem de quaisquer atos de violência.

Dados do recenseamento da população de 2009 apontam que 45% da população guineense professa a religião islâmica.

MB // EL

Lusa/Fim

«INVESTIGAÇÃO CRIMINAL» MOVIMENTO DA SOCIEDADE CIVIL ENCORAJA PROCURADORIA-GERAL DA REPÚBLICA DA GUINÉ-BISSAU A PROSSEGUIR TRABALHOS


Bissau, 24 Jul 15 (ANG)- O Movimento Nacional da Sociedade Civil para a Paz, Democracia Desenvolvimento encoraja a Procuradoria-geral da República a prosseguir os seus trabalhos de investigação criminal independentemente de qualquer pressão ou interferência de terceiros , e que seja célere nas suas acçöes para que os indiciados possam provar as suas inocências.

O encorajamento vem expresso num comunicado desta organização da sociedade civil guineense relativo as investigações em curso no Ministério Publico e que envolvem deputados e alguns membros do governo.

No comunicado assinado pelo presidente desta organização, Jorge Gomes o Movimento pediu à Procuradoria-geral da República para que responsabilizasse criminalmente os mentores das pressões ou interferência nos inquéritos .

Esta organização da sociedade civil guineense declarou que é contra “qualquer acto de tentativa de manipulação ou tráfico de influencia como forma de confundir a opinião publica nacional e internacional”.

Por outro lado, o Movimento da Sociedade Civil exorta aos visados pelas investigações da Procuradoria-geral da República a não temerem pela justiça, e aos órgãos políticos pede para que reconheçam a independência dos órgãos judiciais.

“Não se pode construir uma sociedade de Direito sem um sistema judicial credível e independente”; lê-se no comunicado de três paginas no qual o Movimento considera que “hoje com o PAIGC a frente dos destinos da Nação, mais do que nunca é crucial que haja justiça no pais”.

As investigações em curso no Ministério Público devem envolver cerca de 10 deputados e membros do governo alguns já foram ouvidos.

Ao principio da semana em curso o Ministério Público solicitou o levantamento da imunidade parlamentar à mais dois deputados para serem ouvidos no âmbito de um processo de alegados actos lesivos aos interesses do estado.

O PAIGC, no poder já se manifestou contra a acçäo judicial do Ministério Público.
Em comunicado o Secretariado do PAIGC considerou que a oportunidade e procedimentos que estão a ser utilizados na instrução dos processos e a sua divulgação pública revelam a existência de “critérios seletivos, tendenciosos e parciais”, razão pela qual condena com veemência a continuação da sua prática, por colocar em causa o regular funcionamento do governo.

Ainda neste quadro, o Secretariado disse ter constatado, com estranheza, que só processos dos membros do PAIGC estão a ser objeto de fugas de informação, revelando uma clara intensão de propiciar a condenação prévia dessas pessoas na praça pública, sem garantia de um processo isento.

Por seu lado, o Ministério Público regiu dizendo que faz parte da estratégia do Governo e do partido que o sustenta fragilizar a ação das instâncias judiciais e promover a impunidade no país.

quinta-feira, 23 de julho de 2015

O MÉDICO CHEFE MARROQUINO AGRADECE AO PRIMEIRO-MINISTRO GUINEENSE



No passado dia 18 de julho, em gesto de solidariedade e amizade para com os fiéis muçulmanos, atendendo os festivos do Ramadão, Sua Excelência, o Primeiro-ministro, Domingos Simões Pereira, visitou o Hospital de Campanha dos Marroquinos, sito no Bairro de Ajuda, junto à Mesquita Central, para agradecer e ofertar presentes ao pessoal hospitalar por estar longe da família.

Hoje, quinta-feira, 23 de Julho, em reconhecimento o médico chefe da 3ª HMCC, Coronel Khalid Sair efetuou uma visita de cortesia ao Chefe do Governo.

Depois dos agradecimentos formais, em nome de todo pessoal hospitalar, entregou ao Primeiro-ministro um relatório dos trabalhos efectuados até a presente data, que inclui, consultas diversas (pediatria, medicina geral, dermatologia, pneumologia, cardiologia, oftalmologia e medicina interna), exames complementares (de biologia radiologia convencional, ecografia, electrocardiologia), bem como, as intervenções cirúrgicas, internamentos, evacuações sanitárias e atendimentos de urgências. Também, o Coronel presenteou a Sua Excelência, o Primeiro-ministro, com um símbolo da unidade médica militar.

O Chefe do Executivo uma vez mais agradeceu ao Governo Marroquino, em particular a equipa de médicos a operar na Guiné-Bissau pelo seu empenho.

Bissau, 23 de julho, 2015

Gabinete de Comunicação e Informação
Carlos Vaz






PRIMEIRO-MINISTRO GUINEENSE ACOLHE AS CRIANÇAS DA UEMOA COM HONRAS


Esta manhã, de Quinta-feira, 23 de Julho, no Salão Nobre Victor Saúde Maria do Palácio do Governo, Sua Excelência, o Primeiro-Ministro, Domingos Simões Pereira, recebeu um grupo de crianças dos países integrantes da UEMOA, que se encontra numa colónia de férias no nosso país.

A ocasião serviu para as crianças agradecerem ao Chefe do Executivo guineense pelo acolhimento reservado, tendo apelado a um entendimento, fraternidade, paz, tranquilidade e efetiva integração para a Guiné-Bissau.

O Chefe do Governo retribuiu as palavras que lhe foram dirigidas, garantindo entre outras, a institucionalização da iniciativa da parte do seu governo, intercâmbio entre as crianças dos países integrantes da UEMOA.

Tendo manifestado a sua disposição em acolher anualmente mais grupo de crianças, para uma troca de experiências com as suas colegas guineenses.

Bissau, 23 de julho, 2015

Gabinete de Comunicação e Informação
Barnabé Gomes
Carlos Vaz











JUSTIÇA\\ CEDEAO DIVULGA TRIBUNAL DE JUSTIÇA DA COMUNIDADE EM BISSAU


Bissau,23 Jul 15 (ANG) - A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) promoveu quarta-feira uma conferência de jornalistas na qual deu a conhecer o Tribunal de Justiça da organização oeste africana e a forma como os cidadãos da Guiné-Bissau podem lhe aceder.

Em declarações à imprensa, a Presidente do Tribunal de Justiça da CEDEAO, Maria do Céu Silva Monteiro referiu que o tribunal tem como competência a interpretação de textos legais que regem a CEDEAO, e de todos os seus instrumentos jurídicos, em caso da dúvida na sua aplicabilidade.

O tribunal, segundo a guineense Maria do Céu, dirime litígios entre cidadãos e o Estado.
Maria Silva Monteiro disse que apesar de o tribunal ter carácter internacional e regional, um cidadão ou instituição pode intentar uma acção directamente através do correio electrónico e os custos judiciais são isentos.

A ex-presidente do Supremo Tribunal de Justiça da Guiné-Bissau sublinhou que o tribunal deixou de ser uma instituição de estados para ser dos povos e pede aos jornalistas para o divulgarem junto dos cidadãos .

O tribunal de Justiça da CEDEAO conta com 7 juízes de diferentes países dos Estados-membros, seleccionados e nomeados pelos seus chefes de estados.

TRINTA POR CENTO DE EMPRESAS DEVEDORAS JÁ PAGARAM SUAS DIVIDAS

DG do INSS com seu homologo Cabo-Verdiano
Bissau,23 Jul 15(ANG) - O Director-geral do Instituto Nacional de Segurança Social(INSS), revelou hoje à ANG que 30 por cento das empresas com dívidas ao sistema já procederam à liquidação das suas contas .

Roberto Mbesba disse que o montante global da dívida está na ordem de mais de dois biliões de francos CFA, e relacionados aos descontos dos trabalhadores de diferentes empresas.

"Antes de recorrermos as cobranças coercivas determinamos um período para que as empresas em dívida para com o sistema viessem, voluntariamente, regularizar as suas situações", informou.

Segundo aquele responsável, o INSS emitiu um Circular segundo o qual, a partir do passado dia 1 até 17 de Julho corrente, todas as empresas que regularizaram as suas dívidas são isentadas de pagamento de juros de demora, na ordem de três por cento.

"Com base na ratificação pela Guiné-Bissau da Convenção Internacional da Segurança Social, quando a instituição se encontra numa campanha de cobrança pode dar um período de graça que permita aos contribuintes pagarem voluntariamente as suas dívidas sem aplicação de juro de demora", explicou.

Perguntado sobre o protocolo de acordo rubricado com a sua congénere cabo-verdiana aquando da visita oficial que o Primeiro-Ministro daquele país efectuou à Guiné-Bissau, Mbesba disse que o referido acordo data de Dezembro de 2011.

"O Protocolo de Acordo consiste no apoio técnico ao INSS da Guiné-Bissau para informatização de todos os dados ligados ao processo dos contribuintes, com base na perspectiva da governação electrónica que o país pretende introduzir", frisou.

"Com a introdução desse sistema o INSS vai abdicar de movimentar os processos através de papeladas passando a usar o sistema electrónico", disse.

Roberto Mbesta afirmou que o sistema que entrará em vigor em Agosto, vai tornar mais ágil o sistema de atendimento e o cruzamento de todos os dados ao nível de Segurança Social.

FRANÇA ACOLHE FESTIVAL DE MUSICA 'GUINE TERRA RANKA'



Dia 25 de Julho Paris acolhe primeiro Festival de Musica Guine Terra Ranka para Promover Uma Guine Bissau positiva e Proactiva este evento Conta com a Produção de VA&LU e DJAM EVENTS com Participação de Patche Di Rima, Ernesto Dabo, Micas Cabral, Ammy Injai, Juka Delgado, Nifeco, Lele Bissaly e Iragrett Tavares.

PORTUGAL PRECISA DE "GOVERNO ESTÁVEL E DURADOURO", DIZ CAVACO SILVA (OS PORTUGUESES VÃO 'AS URNAS A 4 DE OUTUBRO)



Numa declaração ao país, Cavaco Silva anunciou que assinou esta quarta-feira decreto a marcar a data das eleições legislativas. Os portugueses vão às urnas a 4 de outubro.

As eleições legislativas vão ser a 4 de outubro. O Presidente da República anunciou, numa comunicação ao país ao início da noite desta quarta-feira, que decidiu marcar as eleições para esse dia, que tinha, aliás, merecido o acordo por parte de todos os partidos.

Começando por destacar a especial importância das próximas eleições para o futuro dos portugueses, tendo em conta os “complexos desafios que o país enfrenta”, Cavaco Silva fez questão de deixar o aviso: não serão admissíveis “soluções governativas construídas à margem do Parlamento, dos resultados eleitorais e dos partidos políticos“.

Num discurso marcado pelo apelo ao consenso e ao esforço de compromisso entre as diferentes forças partidárias, o chefe de Estado sublinhou a necessidade de se chegar a “uma solução governativa estável e duradoura”. “Sem elas será muito difícil alcançar a melhoria do bem-estar a que os nossos cidadãos justamente aspiram”. Por isso, e depois de todos os “sacrifícios” que fizeram, “os portugueses têm o direito e o dever de exigir um Governo estável e duradouro“, insistiu.

E se dúvidas restassem sobre a posição de Cavaco Silva, o Presidente da República fez questão de dissipá-las: “É extremamente desejável que o próximo Governo tenha um apoio maioritário e consistente na Assembleia da República”. É isso que acontece em quase todos os países da União Europeia e é esse o exemplo que os políticos portugueses devem seguir, insistiu Cavaco. “Não há nenhum motivo para que portugueses sejam uma exceção” nem tampouco é “concebível que os nossos líderes partidários sejam incapazes de alcançar compromissos em torno dos grandes objetivos nacionais”.

Na mesma linha, e lembrando as dificuldades que os anteriores Governos minoritários enfrentaram – de “incerteza” de instabilidade permanente e de “contínua ameaça da queda do Executivo” – Cavaco Silva defendeu que o país “não pode dar-se ao luxo de juntar problemas político-partidários” à difícil conjetura económica. [Portugal] precisa de um Governo “sólido, estável e duradouro” e “cabe aos partidos a responsabilidade pelo processo de negociação, visando assegurar uma solução governativa estável e credível que disponha de estabilidade”.

Em noite de recados, Cavaco Silva pediu uma campanha eleitoral serena e elevada que não resvale “numa crispação sem sentido”, na “agressividade verbal”, na “crítica radical” e na “intransigência”. É preciso preservar “as pontes de diálogo entre as forças partidárias e os diversos agentes políticos” para que uma próxima solução governativa não fique comprometida à nascença, reforçou o Presidente da República.

Na terça-feira, Cavaco Silva recebeu todos os partidos com assento parlamentar para os ouvir sobre as suas preferências. PSD, PS e CDS concordaram que a data mais indicada seria 27 de setembro – para acelerar a formação de um Governo e a preparação do Orçamento seguinte. Todos, mesmo assim, disseram que seria aceitável o dia 4 de outubro.

Com as eleições a 4 de outubro, o período de campanha eleitoral arrancará a 20 de setembro.

PS estranha discurso de Cavaco. PSD nem por isso

Ninguém olhava com maus olhos para o 4 de outubro, mas ambos preferiam 27 de setembro para irem a votos. Cavaco Silva trocou-lhes as voltas e acabou por escolher o primeiro domingo de outubro para a realização das eleições. Ainda assim, PS e PSD acreditam que o próximo Governo vai ter tempo para preparar o Orçamento do Estado para 2016. Mas os socialistas não gostaram do que ouviram de Cavaco.

O Presidente da República insistiu na “necessidade de compromissos entre os partidos” partindo quase da certeza que o próximo governo não vai ter “maioria absoluta. Não me parece que seja correto”, começou por dizer Ferro Rodrigues, líder parlamentar do PS, no frente a frente com Luís Montenegro, na SIC Notícias.

“As sondagens mais importantes são as que acontecem na última fase da campanha, depois dos debates entre os líderes. É importante recordar que nunca houve nenhum debate entre Passos e Costa”, sublinhou Ferro, antes de acrescentar, mais uma vez, que o PS continua apostado em garantir a maioria absoluta.

O socialista acredita que o discurso de Cavaco Silva acompanha “uma certa obsessão” que existe entre alguns setores políticos que insistem em criar um casamento forçado entre PS e PSD/CDS. Mas os socialistas não querem fazer parte de uma política com a qual não estão de acordo e Ferro até se serviu dos exemplos europeus para explicar porquê. “Em todos os países em que houve acordos entre as forças socialistas e a direita, as forças socialistas ficaram feitas num oito”.

Antes, já Ascenso Simões, diretor de campanha do PS e número 1 por Vila Real, tinha afirmado que “as eleições de 4 de outubro ganharam uma nova dimensão, uma vez que o Presidente da República entende que nós precisamos de uma maioria absoluta”.

À Agência Lusa, Ascenso garantiu, ainda, que “o PS é a única força política que tem condições de cumprir alguns dos critérios que o senhor Presidente da República identificou, designadamente a apresentação de proposta claras e sustentáveis e também de futuro para a crise que temos vivido”.

Luís Montenegro, líder parlamentar do PSD, viu no discurso de Cavaco um apelo à “estabilidade política” para lá de qualquer forma de incentivo a um casamento forçado entre PS e PSD. Nem tampouco uma assunção clara de que não vai haver uma maioria absoluta, assegurou. “Não me parece que houvesse essa intenção tão velada em admitir que poderá não haver pela pronúncia do povo uma solução maioritária no Parlamento”. Montenegro acredita Cavaco quis passar uma mensagem de responsabilidade para que seja possível “preservar a situação de solidez e de estabilidade” conseguida pelo atual Executivo.

Reagindo também às palavras de Cavaco Silva, o vice-presidente do CDS-PP Nuno Melo crê que a coligação com o PSD vai conseguir, nas próximas eleições legislativas, obter a maioria que a estabilidade no país exige. “É exatamente por isso que o PSD e o CDS celebraram uma coligação, depois de concluído com sucesso o ciclo de ajustamento, a pensar nessa mesma maioria, que acreditamos vamos obter, na estabilidade que o país precisa”, afirmou à Lusa.

PCP recusa falar em maiorias absolutas. BE critica Cavaco

João Oliveira, líder parlamentar do PCP, também já reagiu às palavras de Cavaco Silva. “Os portugueses têm os exemplos das maiorias absolutas do primeiro-ministro Cavaco Silva, do primeiro-ministro José Sócrates, desta maioria absoluta de Passos Coelho e Paulo Portas, e sabem que a estabilidade política, em todas essas circunstâncias, significou a desestabilização das suas vidas, a desestabilização e inquietação das suas condições de vida”.

O líder comunista vincou também que “aquilo que está em cima da mesa não devem ser as preocupações relativamente à formação de maiorias absolutas, devem ser as preocupações relativamente ao caminho que os portugueses querem, não só para o seu país, mas para as suas vidas e a opção que têm de dar força a quem defende os seus direitos, e dar força a quem defende o seu futuro e as suas condições de vida”.

João Oliveira sublinhou que nas próximas eleições legislativas, “os portugueses terão opção de escolher entre aquilo que querem penalizar e aquilo a que querem dar força” e não devem estar “preocupados com a formação de maiorias na Assembleia da República, ou com eventuais maiorias absolutas que sirvam apenas para perpetuar a mesma política que PS, PSD e CDS têm vindo a fazer”.

O líder parlamentar do PCP afirmou ainda que “os portugueses têm a possibilidade de penalizar quem tem afundado o país e atacado os seus direitos e as suas condições de vida, ou dar força àquela que é a alternativa que o PCP e a CDU protagonizam de recuperação de direitos, de recuperação das condições de vida, de rutura com este caminho de afundamento do país”.

Pedro Filipe Soares, líder parlamentar do Bloco de Esquerda considera que Cavaco Silva não tem um mandato para impor ao país uma maioria. “Quem tem a voz numas eleições é o povo que elege deputados, que depois vão eleger um Governo, e esta é a sequência normal que tem de ser respeitada pelo Presidente da República”, sublinhou Pedro Filipe Soares aos jornalistas, acrescentando que Cavaco Silva “não tem nenhum mandato para agora estar com a mania da maioria que quer impor ao país”.

“As maiorias foram o maior fator de instabilidade do país, foram a maior garantia de que a voz das pessoas não era ouvida e por isso eu creio que este medo, quer do Presidente da República, quer de PS, PSD e CDS de não alcançarem uma maioria absoluta é só o medo de eles virem esboroar esta bipolarização nesta alternativa sem ser verdadeiramente uma alternativa real, e esta ideia de que querem virar o disco para tocar a mesma música”.

O líder parlamentar vincou que “o medo que o povo perceba que não vai mais em cantigas deste género é o medo que leva o Presidente da República tantas vezes fazer esta ameaça, esta chantagem sobre a democracia”.

“Quem diz que temos que ter uma maioria custe o que custar, antes de haver eleições, quem diz a esta distância e já ameaçou que só dará a posse a um Governo que seja de maioria, de facto está a tentar tutelar e condicionar as escolhas das pessoas”, considerou o bloquista.

Para Pedro Filipe Soares, Cavaco Silva “não tem nenhuma tutela sobre a democracia nem deve defender uma democracia tutelada” e que “já deveria ter começado por perceber que Portugal já é uma democracia madura, os portugueses já sabem bem as consequências das suas escolhas e já sabem escolher com liberdade”.

“Não temos uma democracia diminuída nem temos portugueses e portuguesas com atestado de incompetência democrática”, ressalvou o deputado bloquista, vincando que “se alguém tem atestado de incompetência são muitos dos governantes que nos trouxeram a esta situação, não o povo, não a sua capacidade de decisão”.

//observador.pt/

quarta-feira, 22 de julho de 2015

AUTORIDADES SANITÁRIAS REGISTAM CADA VEZ MAIS CASOS DE PALUDISMO


Buba, 22 Jul 15 (ANG) - A nova médica e Directora do Centro de Saúde, Arafam Mané “Ndjamba” em Buba, disse a ANG que o paludismo “está a aumentar consideravelmente” na zona, onde em cada cerca de 40 consultas externas, vinte são diagnosticadas como o paludismo.

Em declarações ao repórter de ANG, Venceslândia Ferreira explica que as razões deste crescimento rápido nos últimos meses, tem que ver com a presente época chuvosa que, em consequência, favorece ao crescimento de capins, maior situação de águas estagnadas, de lixeiras perto das casas, condições que favorecem a multiplicação de mosquitos causadores da doença.

De acordo com esta responsável sanitária, a tendência é para o aumento de casos de Paludismo, devido as “próprias” características deste período, ou seja, a medida que a chuva vai aumentando, vai-se criando as condições para a reprodução de mais mosquitos.

Como medidas preventivas, esta técnica sénior local aconselha as populações a limparem as suas residências, evitar água parada, retirar as latas e os pneus velhos próximos das casas, uso de camisas com mangas compridas no período da tarde, usos de repelentes, de redes nas janelas e, “principalmente”, de tendas impregnadas, para evitar as picadas dos mosquitos.

Falando dos sintomas desta doença endémica no país, Venceslância pede a qualquer indivíduo residente neste concelho, que sinta dor de cabeça, a febre que varia até 39 graus centígrados (sobretudo no período da tarde), dores articulares e musculares e até, algum vómito e diarreia, à se dirigirem ao hospital, porque, segundo disse, há recursos humanos e medicamentos “suficientes” para o seu tratamento.

O Novo Centro de Saúde de Buba, criado em Julho de 2011, funciona actualmente com apenas uma médica de medicina geral e tem capacidade para internar 25 pacientes.

Recentemente, o governo, através do Ministério de Saúde, oficializou um Despacho que torna gratuito o diagnóstico e o tratamento de casos do paludismo precoce, a nível do país.

De acordo com os últimos dados internacionais sobre esta epidemia, cerca de 40 por cento da população mundial, sobretudo nos países pobres como a Guiné-Bissau, correm o risco de contrair esta doença.

Em entrevista à ANG, no passado mês de Maio, o Coordenador do Programa de luta Contra o Paludismo, Paulo Djata afirmou que o numero de casos de paludismo reduziu no país nos últimos anos.

Conforme Djata, até 2013 registaram-se mais de um milhão de casos de paludismo na Guiné-Bissau, mas em 2014 o número baixou para cerca de 100 mil casos.



Em relação ao número de óbitos disse que em 2013 morreram 500 pessoas, mas que essa cifra decresceu para 357, em 2014.

OBRAS DE REABILITAÇÃO TERMINAM ANTES DAS COMEMORAÇÕES DO 03 DE AGOSTO


Bissau, 22 Jul 15 (ANG) O Presidente da Câmara Municipal de Bissau (CMB) prometeu esta segunda-feira que as obras de reabilitação do jardim dos Mártires de Pindjiguiti vão terminar antes da data de comemoração do três de Agosto.

Em entrevista à Rádio Difusão Nacional, Adriano Ferreira disse que se tudo correr bem, e não houver muita chuva, a obra da praça dos Mártires de Pindjiguiti será inaugurada brevemente.

Ferreira informou ainda que existe uma equipa de calcetadores vindos de Cabo Verde, que vão trabalhar o passeio com calcário branco, adiantando que já tem na posse os nomes de todos os marinheiros que tombaram no massacre de Pindjiguiti, em 1959.

“Os mais de sessenta nomes vão ser plasmados com letra dourado em 3 mármores com estrela negra e âncora no centro do monumento e o jardim terá um ginásio ao ar livre”; garantiu.

Adriano Ferreira concluiu que ainda existem obras e jardins da Capital para serem executadas e reabilitadas, nomeadamente a de Bissau Velho.

No espaço que fica em frente ao Hotel Ancar, segundo Adriano Ferreira, serão construídos um parque urbano com pistas para patinagem e ginásio ao ar livre.

SUPREMO TRIBUNAL REPROVA TROCA DE PALAVRAS ENTRE GOVERNO GUINEENSE E MINISTÉRIO PUBLICO GUINEENSE


Bissau, 22 Jul 15 (ANG) – O presidente do Supremo Tribunal da Justiça (STJ) ,Paulo Sanha, condenou esta terça-feira a troca de palavras por via de comunicação social entre o Ministério Público e Governo.

Paulo Sanha falava à imprensa após um encontro com uma delegação de membros do Tribunal Superior do Mali, chefiada pelo presidente desta instancia judicial, que se encontra em Bissau numa visita de intercâmbio com os tribunais da Guiné-Bissau.

Paulo Sanha pediu que para que tentassem resolver as suas divergências utilizando os mecanismos apropriados ao em vez de estarem a usar a comunicação social para troca de palavras.

“Existe diferença entre os países da CEDEAO. Na Guiné-Bissau, os problemas dos órgãos de soberania são julgados pelo Supremo tribunal da Justiça na sua sessão plenária enquanto os ministros são julgados pelo tribunal de relação”, explicou Paulo Sanha.

Acrescentou que no Mali e noutros países de Francofonia os órgãos da soberania e os ministros são julgados na mesma instancia judicial .

Sanha sublinhou que o STJ da Guiné-Bissau é a instancia última no pronunciamento de qualquer caso de investigação feito pelo Ministério Publico e que as pessoas devem enveredar sempre pela via da lei com a finalidade de ter a justiça.

Um grupo de membros do actual executivo estão a ser investigados pelo Ministério Público. O PAIGC, no poder reagiu a estas acçöes judiciais considerando haver perseguições contra os seus membros do executivo.

Em resposta, o Ministério Publico veio ao público segunda-feira para dizer que apenas está a fazer o seu trabalho, considerando a posição do PAIGC uma intenção para travar as investigações em curso.

Terça-feira o Ministério Publico solicitou o levantamento de imunidade parlamentar à mais dois deputados para se apresentarem a justiça no âmbito dos inquéritos em curso sobre alegadas irregularidades que terão lesado a economia

A JUSTIÇA OU O GOVERNO?. “NÃO QUERES QUE SE SAIBA, NÃO O FAÇAS”.

A justiça é e sempre foi a menina desejada de qualquer poder político e em qualquer parte do mundo.
Fala-se tanto da separação de poderes e da independência da justiça, mas sempre que o poder político pode e consegue, corrompe ou tenta corromper a justiça.
“A separação de poderes deve ser em grau tal, que qualquer dos ramos pode operar sem restrições excessivas dos outros, mas a interdependência entre eles também devem estar em grau tal, que um único ramo não possa excluir os outros em suas decisões”. (Montesquieu 1750)
Numa sociedade democrática, uma das técnicas usada pelo poder político para o controlo do poder judicial, é criar através de decretos e decreto-leis, carências e dependências tais, aos atores judiciais, de forma que qualquer melhoria das condições dos funcionários judiciais (habitualmente “migalhas”), tenha de passar pela aprovação do poder político.
É óbvio que existem outras técnicas, como por exemplo a corrupção ativa ou até passiva dos atores judiciais.
A independência dos atores judiciais constitui também um pilar importante na construção de um estado democrático e, por muito independente que seja a justiça de um país, é sempre necessário uma vigilância permanente por parte dos atores políticos e da sociedade civil, já que a usurpação dessa independência é algo sempre apetecível, principalmente pelos atores políticos e/ou interesses económicos.
Recordemos a recente expulsão de juízes portugueses do território timorense, por se considerar que, apesar de pagos para defenderem os interesses do estado timorense, esses juízes moviam-se em prejuízo do mesmo…
Ora, se o Ministério Público, por definição “, é o órgão do Estado encarregado de representar judicialmente o próprio Estado e defender a legalidade democrática e os interesses postos por lei a seu cargo”, deve claramente ser um órgão que goza de autonomia em relação aos demais órgãos do poder central e autárquicos.
Na Guiné-Bissau, num ano de restabelecimento do estado de direito democrático, estamos a assistir um fenómeno um tanto ou quanto sui generis, em que pende sobre dois terços dos governantes do país alguma acusação por parte do Ministério Público. E, mais sui generis se torna, quando o próprio governo vem insinuar que a justiça está a perseguir os seus elementos, quando o próprio governo, eleito pelo povo para a gestão da coisa pública, devia colocar-se ao lado da justiça para a defesa da coisa pública! Coisas nossas!
NOVO GOVERNO DA GUINÉ-BISSAU
Através do Conselho de Ministros, o governo reclamou da vaga de detenções dos membros do governo e requereu um debate de urgência na ANP, sobre o estado da justiça no país. Ainda foi mais longe, querendo que o debate incidisse sobre a atuação do Ministério Público!
Não digo que o governo não esteja a defender os interesses do estado, se julga que interesses alheios ao estado estejam a produzir falsas acusações aos membros do governo, o que poderá vir a resultar em atribuições de chorudas indemnizações a esses acusados, caso a matéria de acusação não seja fundamentada nem provada pela justiça.
Mas, o que o governo não pode, nem deve, é acusar a justiça de perseguição aos membros do governo, apenas por serem os principais visados pela justiça, não investigando nem perseguindo outros elementos representantes dos órgãos de soberania que também são ou foram prevaricadores. Assumindo essa atitude, o que o governo transmite é a imagem que ele até se assume corrupto, mas há também outros corruptos que devem ser investigados primeiros, antes de chegar a eles!
Ora, do que o governo se esquece, é que o povo não votou neles para serem corruptos, nem para nomearem corruptos para funções de gestão da coisa pública, nem tão pouco protegê-los na continuação do exercício das suas funções. O facto de existirem outros corruptos como eles, não lhes dá o direito de continuarem a ser governantes corruptos.
O governo está ferido (não sei se de morte ou não!), por parte da justiça, que se defende alicerçando-se no estrito cumprimento da função que lhe cabe, como agente protector dos bens do estado. E o governo gravemente amputado na sua honra, tenta sobreviver, primeiro prometendo remodelações, para a seguir, sem remodelar nada, atacar sem armas eficazes a justiça e de seguida remeter-se ao silêncio, procurando soluções e tratamentos às graves feridas abertas pelo golpe da justiça!
Há um ditado chinês que diz o seguinte: “Não queres que se saiba, não o faças”. Se o fizeram, soube-se, têm de pagar por isso. É essa a essência de um estado de direito democrático.
011
A sociedade civil, visivelmente mal informada, reage de forma mais disparatada possível, através da fraca imprensa e da blogosfera, conforme os interesses e conveniências de cada facção.
Essa reacção, por vezes exagerada, é também culpa do poder político e judicial, que não realizam rondas de informação e esclarecimentos, através de conferências de imprensa, com a intenção de esclarecer a população, sem no entanto violar os segredos da justiça. Esses agentes do estado preferem deixar passar a imagem de estarem a encetar guerrinhas silenciosas de bastidores e de interesses corporativistas, enquanto os agentes de informação e “escribas” semianalfabetos vão se degladiando para o acesso às fugas da informação, para serem depois exibidos, como se de grande trabalho de investigação se tratasse!
Por parte dos mais acérrimos defensores do governo em funções, assistimos a insinuações de que o Ministério Público poderá estar a ser manipulado por interesses obscuros, inclusive pela própria Presidência da República, no sentido do derrube do governo e, por outro lado, assistimos aos defensores emocionais da Presidência da República a rotular todo o governo de corruptos e sem condições para prosseguirem a sua legislatura.
Chegou-se ao cúmulo de ameaças de exposição na praça pública dos ordenados, das condições de vida e das atividades individuais e familiares dos juízes e magistrados do Ministério Público! Ao que chegamos! Coisas nossas!
O Sindicato dos Magistrados do Ministério Público reagiu inicialmente em defesa dos juízes, de forma serena e até tímida (atendendo a gravidade da insinuação do governo), informando que os juízes não vão tolerar interferências no exercício das funções dos Magistrados.
A justiça, no entanto, passou ao ataque, com o Ministério Público a acusar o governo e o partido que o sustenta, de tentarem manipular a justiça, motivados pela vontade incontrolável de manipular os “media” e a opinião pública.
Hermenegildo-Pereira
Como a justiça ganhou a posse da bola, saiu da defesa para o ataque, com a incursão do seu ponta-de-lança, o Procurador-Geral da República, a área contrária (a ANP), para, numa perigosa jogada de ataque, pedir o levantamento da imunidade parlamentar a alguns deputados que estão a ser investigados.
paicv-campanha
Um tendencioso fiscal de linha, companheiro de outras lutas do partido que sustenta o governo guineense, situado numas ilhas atlânticas, portanto mal posicionado em relação ao decorrer dos lances do jogo no terreno guineense, ainda tentou frenar o rápido contra-ataque da justiça guineense, levantando e acenando a bandeirinha da paz e do bom funcionamento do estado, mas o árbitro assobiou para o lado e deixou seguir o jogo, porque poderia claramente beneficiar o infractor.
transferir
Na sequência do muito positivo estreitar dos laços acabado de ser promovido pelos dois governos da Guiné-Bissau e de Cabo-Verde, o PAIGC travestido com CV sentiu-se imediatamente com autoridade e legitimidade, para mandar recados à sociedade civil e aos órgãos de soberania guineense, a partir de Cabo-Verde! Num comunicado que roça a uma “tragicomédia”, o PAIGC travestido com CV consegue identificar a existência na Guiné-Bissau de um “clube de tchuchiduris”, organizado para desorganizar o país!
Posso até concordar com os libertadores dos “dez grãozinhos de terra semeados no atlântico” (conforme cantou Cesária Évora), com a existência de anarquistas no seio dos partidos guineenses, que só sobrevivem no anarquismo, porque é a única forma de conseguirem aceder à mama do estado! Mas, isso sou eu a julgar pela minha cabeça, sem a responsabilidade político-institucional dos libertadores travestidos de CV (Começa a haver C’s há mais nas siglas dos libertadores)!
O PAICV, agora tem a obrigação moral, institucional e de boa cooperação, de dizer à sociedade civil guineense, quem são os membros desse “Clube de tchutchiduris”, caso contrário, ficaram com rótulo de um partido irresponsável e leviano que faz acusações simplistas e generalistas, sem apontar responsáveis.
O PAICV, antes de emitir comunicados para fora de portas, principalmente para a Guiné-Bissau, devia fazer um exercício de ponderação, revendo a nossa história comum desde 1974, com feridas ainda por sarar, isso se lhes interessa, como é óbvio, manter este clima de estreitamento dos laços, agora promovido pelos governos dos dois países.
A Guiné-Bissau encontrará o seu caminho entre as quedas e o levante e precisará apenas e tão só de uma boa relação de cooperação com os irmãos de Cabo-Verde e da reactivação da solidariedade institucional entre os dois estados, assente no respeito mútuo das respectivas soberanias.
transferir (1)
O saudosismo partidário do tempo da luta de libertação já faz parte do passado, da história que nos orgulha, que no entanto foi gravemente ferido com as posições tomadas após o golpe de estado de 1980. Se quiserem resolver esse problemas, entre os libertadores, que poupem os dois estados e os dois povos. Já houve tempo em que o partido libertador se confundia com o estados guineense e caboverdeano. Hoje, os tempos são outros!
A Guiné-Bissau, embora ter tomado caminhos errados nessas quatro décadas da nossa independência, ainda é e espero que continue a ser um estado soberano, com os órgãos de soberania que gozam da sua independência de acção, regulados apenas pela nossa Carta Magna.
Ultrapassado a fúria da europeização dos dez grãozinhos de terra, também consequência da crise económica que avassala a Europa e cada vez menos solidariedade entre os estados membros do clube europeu, se um dia os libertadores desejarem recuperar os seus passados comuns e fundirem os C’s a mais nas respectivas siglas, seria desejável que poupassem os respetivos estados que resolveram seguir caminhos diferentes na conquista das suas próprias soberanias. O projecto idealizado por Amilcar Cabral morreu em 1980 e hoje já faz parte da história.
Voltando ao animado e perigoso jogo entre o governo e a justiça guineense, no meio da parca informação consistente que tem circulado, importa questionar o seguinte:
  1. Será que o Ministério Público não é um órgão de defesa do estado, que perante suspeitas de atividades que lesam o estado deve agir em conformidade com a lei?
  1. Deve a sociedade civil condenar os magistrados do Ministério Público por zelarem na denúncia e perseguição de pressupostos prevaricadores?
  1. Será que o Ministério Público age neste momento, movido por interesses que não são a defesa dos interesses do estado? Que interesses defende o Ministério Público, que poderão vir prejudicar gravemente o estado no futuro?
  1. Que papel assumiu o Ministério da Justiça em todo esse processo? Silêncio total (mukur-mukur oredja di purco)! A altura é mais apropriada para o Ministério da Justiça fazer formações sobre o direito das crianças ou intervir na defesa dos interesses do estado, claramente lesados pelos adultos corruptos ou corrompidos?! O governo ou o Ministério Público, alguém está em falha para com os seus deveres. A Ministra da Justiça também tem a obrigação de assumir perante o povo, de que lado do campo está a jogar. Ou assume que a justiça é frágil e manipulada por interesses obscuros e trata de implementar urgentemente uma profunda reforma da justiça, atempadamente anunciada ao povo, ou assume que faz parte do clube dos governantes corruptos e toma a decisão em conformidade, conforme quiser ou não “comer farelos”…
  1. Um Primeiro-Ministro que vê o seu governo avassalado por acusações de crimes de corrupção a vários dos seus ministros, deve reagir questionando o funcionamento e a independência da justiça, ou tentar apurar internamente as verdadeiras responsabilidades dos seus homens de confiança e renovar ou não a sua confiança nesses elementos?!
  1. É de esperar de um Primeiro-Ministro uma reacção tão só de protecção do seu governo, como um pai protege os filhos, sejam eles culpados ou não, sem no entanto se atravessar em dizer claramente ao povo (o principal interessado), se ainda renova ou não a sua confiança nesses elementos acusados? Si bu djunta ku purcu, forrel ku bu ta cumé.
  1. Nesse jogo muito disputado, qual das partes precisa mais de renovar o seu plantel, com contratações de melhores jogadores? O Ministério-Público ou o Governo? O tempo nos dirá!
À Sociedade civil guineense peço para que se mantenha isenta nesse jogo político-judicial, até o esclarecimento mais aprofundado das posições, assumindo o papel de expectadora, para depois poder julgar no momento certo, de acordo com os poderes que a democracia lhe confere. Evitemos os excessos e não permitamos a interferência externa nos problemas estritamente nossos.
Jorge Herbert