terça-feira, 30 de junho de 2015

JOSÉ SÓCRATES: "INTENÇÃO DA MINHA PRISÃO É IMPEDIR PARTIDO SOCIALISTA DE VENCER ELEIÇÕES"


tvi24.iol.pt

Ex-primeiro-ministro diz, em nova entrevista, que o PS "nunca lhe faltou" e assume que não a sua carreira política não só não acabou, como "está a começar"

José Sócrates defendeu, numa nova entrevista ao Diário de Notícias e à TSF, que o Partido Socialista “nunca” lhe faltou e que sempre teve solidariedade dos socialistas. O ex-primeiro-ministro voltou a sustentar que é um preso político e considerou ainda que a “verdadeira intenção” da sua prisão é impedir que o PS ganhe as eleições. 

“Mas não iludamos a questão crítica neste processo. Lamento muito dizê-lo, mas, pelas abundantes razões que expus ao longo desta entrevista, tenho a legítima suspeita de que a verdadeira intenção da minha detenção abusiva e da minha prisão sem fundamento não foi perseguir crime nenhum mas tão só impedir o PS de ganhar as próximas eleições legislativas”, disse.

Sócrates recusa acusar a direção do PS, nomeadamente, António Costa por falta de apoio, defendendo que teve “ao longo de todos estes meses” a solidariedade “sem falhas de todo o PS, dos seus militantes e dos seus dirigentes”. 

“Nunca o PS me faltou, e muito menos me faltou agora. Quanto ao resto, eu sei defender-me”, disse Sócrates que garantiu ainda prejudicar o PS em tempo de campanha. “Não esperem de mim, em período pré-eleitoral, qualquer palavra que possa prejudicar a liderança do PS. Até porque me ficaria mal”. 

Na longa entrevista, José Sócrates responde ainda às acusações de corrupção para acto ilícito, que foram citadas pela primeira vez, no último comunicado da Procuradoria-Geral da República

“Rejeito, indignado, essas acusações. Nunca, em nenhuma circunstância, intervim ou recebi contrapartidas com o intuito de favorecer quem quer que fosse em concursos públicos”, disse. 

Por fim, Sócrates é questionado sobre o fim da sua carreira política, mas o ex-primeiro-ministro não deixa espaço para dúvidas.

“Oh, pelo contrário. Isto ainda agora começou.”

«PARLAMENTO GUINEENSE» "ANP NÃO PRETENDE SER FACTOR DE INSTABILIDADE POLITICA NO PAÍS", DIZ CIPRIANO CASSAMA


Presidente da ANP

Bissau 30 Jun15 (ANG) – O Presidente da Assembleia Nacional Popular (ANP) disse hoje que a instituição que dirige não pretende ser um factor de instabilidade política e de incertezas no relacionamento entre as instituições políticas do país.

Cipriano Cassama que falava na abertura da IV Sessão da IX legislatura da ANP reconheceu que não foi fácil o processo de retorno à ordem constitucional ao qual o país se encontra engajado.

“Tratando-se de ganhos institucionais, essas vantagens do novo contexto político devem ser potenciadas, maximizadas por todos os actores políticos, em particular pelos que assumiram as mais altas responsabilidades na hierarquia do Estado”, defendeu.

Para Cassama, não se passaram despercebidos aos guineenses, os determinados sinais de esforços emitidos pelos órgãos da soberania do país.

Esses sinais, segundo o Presidente da Assembleia Nacional Popular, nem sempre foram tranquilizadores.

“São sinais mal compreendidos pelos guineenses, que esperavam tudo menos um clima de tensão política em tão curto espaço de tempo”, lamentou.

Referiu que, “se alguns sinais de crispação política foram voluntárias ou involuntariamente emitidos, é sinal de estarmos convencidos que se enquadram na ambição de cada um de nós procurar fazer mais e melhor para o povo”.

Disse ser um pouco de exagero as divergências entre os órgãos da soberania, apesar de considera-las normal em democracia.

Cassama sublinhou a importância de se manter um espírito de diálogo onde todos os órgãos da soberania, em conjunto, vão se comprometer em preservar a estabilidades política e institucional do Estado.

Em relação ao governo, conforme Cipriano Cassama, a ANP decidiu aprovar por unanimidade o seu Programa e os sucessivos Orçamentos Gerais de Estado no sentido de elevar o seu nível do conforto político.

No entanto, disse esperar que o executivo seja capaz de superar tensões internas que recentemente se manifestaram no seu seio.

“Que mostre uma disposição clara no sentido de melhorar a eficácia e a credibilidade da acção governativa, a coesão política interna e sentido de responsabilização dos servidores públicos.”,disse.

No projecto da “Ordem do Dia” da IV Sessão da IX legislatura constam, entre outros pontos, a discussão e votação final da Proposta de lei sobre o Código de Trabalho e votação do pedido de levantamento de Imunidade Parlamentar.

«COOPERAÇÃO» UNIÃO EUROPEIA LANÇA PROJECTO DE REDUÇÃO DE DESEMPREGO JUVENIL

Aspecto dos jovens participantes na cerimonia
Bissau, 30 Jun 15 (ANG) - Quatrocentos jovens do Sector Autónimo de Bissau e da região de Cacheu de idades compreendidas entre os 18 e 35 anos vão ser beneficiários de um projecto lançado hoje em Bissau pela União Europeia e o Centro de Instrução e Formação Artesanal e Profissional(CIFAP).

A iniciativa visa apoiar o empreendedorismo e o fortalecimento da formação profissional para reduzir a taxa do desemprego na camada jovem.

O prjecto orçado em 400 milhões de francos cfa prevê a criação e acompanhamento e novas pequenas empresas, e de um centro de emprego – um balcão que será o ponto de referência para jovens que procuram estágios e trabalho.

Ao discursar no acto do lançamento do referido projecto o Diretor-geral do Trabalho e Formação Profissional, Florentino Dias, disse que o mesmo demonstra o papel da sociedade na criação de emprego com a finalidade de promover a estabilidade no país.

“Dar trabalho aos jovens significa criar possibilidades para a realização dos seus sonhos”, disse o Diretor-geral.

«POLÍTICA NA GUINÉ-BISSAU» PUSD SE CONGRATULA COM ACTUAL CLIMA DE PAZ REINANTE NO PAÍS

A Presidente do PUSD

Bissau, 30 Jun 15(ANG) - O Partido Unido Social Democrata (PUSD), congratulou-se com o governo liderado por Domingos Simões Pereira “pelo actual clima de paz reinante no país, em prol da justiça, da legalidade e do desenvolvimento”.

Em conferência de imprensa realizada hoje em Bissau, o porta-voz de PUSD, Valdir da Silva, exortou aos actores políticos, a Sociedade Civil , aos titulares de órgãos da soberania e todas as forças vivas da nação a não pouparem esforços no sentido da manutenção da paz na Guiné-Bissau.

Valdir da Silva apela ainda aos titulares de órgãos de soberania a se enveredarem pelo diálogo e pela concertação, como o único caminho certo para a condução, com dignidade, dos destinos do Estado.

O porta-voz do PUSD apelou ao Presidente da República para que, no quadro das suas atribuições e competências constitucionais, tenha a paciência de agir de molde a esgotar todos os meios pacíficos de resolução de reais ou eventuais problemas existentes.

Pede ao presidente da República para evitar a utilização da figura legítima de derrube de um Governo, acrescentando que, “se optar por esta via, apenas irá perpetuar a instabilidade e gerar novas crises institucionais, com consequências nefastas imprevisíveis para a Guiné-Bissau e para os guineenses.

«INFORMAÇÃO» CV GLOBAL BUSINESS


Informamos que a CV Global Business tem em mãos um bom negócio para quem tenha interesse em investir na área da produção de plásticos, através da aquisição de uma unidade fabril nessa mesma área, conforme exposição abaixo:
Esta unidade fabril foi constituida em Janeiro de 1998 e possui:
            - 10 máquinas de injecão Battenfeld com capacidade até 981 gramas
            -   2 robot
            -   5 moinhos trituradores
            -   1 sistema de refrigeração d'água
            -   outros equipamentos (controladores temperatura,...)

Presentemente trabalha para mercado interno e Espanha, tendo cerca de 20 clientes, alguns deles desde o início de atividade:
            -Mercado interno: 17 clientes
            -Espanha:                3 clientes

Volume de negócios:
            - Nos 3 últimos anos a empresa teve um volume médio anual de €640.000, e no ano em curso soma €340.000
Instalações fabris são propriedade dos sócios; sem dívidas ao Estado; pagamento a fornecedores entre 8 a 15 dias; 3 trabalhadores fabris; excelente situação financeira e com implementação do Sistema de Qualidade ISO 9001.
Se houver interesse nesta matéria, por favor contactem-nos através dos contactos descritos abaixo, na assinatura deste email.
Obrigado.

Sem outro assunto,

Com os melhores cumprimentos,


Nuno Alves

Cape Verde Global Business
Av. Dr. António Macedo, 
4454-515 Leça da Palmeira, Portugal
Exponor - Feira Internacional do Porto, 
Loja nº 15

«GTAPE» ACTUALIZAÇÃO DO CADERNO ELEITORAL INICIA EM NOVEMBRO NA GUINÉ-BISSAU

Director Geral do GTAPE

Bissau, 30 Jun 15 (ANG) – Os trabalhos de actualização do Caderno Eleitoral iniciam em Novembro e decorrem até Janeiro do Próximo ano, disse hoje a ANG o Director-geral do Gabinete Técnico de Apoio ao Processo Eleitoral (GTAPE).

Em entrevista exclusiva à ANG, Alain Sanka referiu que a Lei determina que estes trabalhos sejam feitos entre Janeiro e Março de cada ano, mas atrasos verificados na preparação levaram a que a se realizassem apenas a partir de Novembro.

“Temos garantias do ministro de tutela de que as alterações na data de realização dos trabalhos serão feitas mediante um aval da Assembleia Nacional Popular”, disse Alain Sanka.

O Director-geral do GTAPE afirmou ter garantias financeiras do Governo para assegurar a actualização do Caderno Eleitoral.

Sanka disse que durante o processo vão poder recensear os cidadãos que vão completar os 18 anos até ao final do mês do Março de 2016.

«GABU SARA» NOVO ADMINISTRADOR PROMETE IMPLEMENTAR "PLANO DE DESENVOLVIMENTO SECTORIAL"

Administrador do sector de Gabu

Gabu, 29 Jun 15 (ANG) – O novo Administrador do sector de Gabu promete, tudo fazer para, durante os três anos que restam desta legislatura, implementar o Plano de Desenvolvimento local, aprovado desde 2006.

Em declarações à ANG sobre as acções que pretende implementar durante o exercício das suas funções, Adulai Bobo Sissé, assegura que, em colaboração com o governo e os parceiros de desenvolvimento, serão construídas no concelho, mais escolas para acabar com as barracas ainda existentes em algumas secções.

Disse ainda que vão ser construídos mais centros de saúde , mais furos de água, e reabilitadas as vias que ligam Gabu às secções que compõe o sector.

Bobo Sissé acrescentou ainda que no próximo mês, a sua edilidade, através duma empresa de construção que opera na zona, levará a cabo o processo de reparação pontual de ruas da cidade com o objectivo de acabar com os buracos e os charcos, para, nomeadamente, não permitir a paragem da água, prevenindo-se assim contra as doenças como o paludismo e cólera nesta época das chuvas.

Outra acção, segundo ele, é a sensibilização das organizações de sociedade civil sobretudo, a ONGs, com vista a evitar a “duplicação” de projectos.

E disse que para resolver este e outros problemas, a nova administração criou, “pela primeira vez”, o Conselho Directivo Sectorial, um fórum que congrega todos os actores do concelho para discutir os assuntos ligados à governação de Gabu, e delinear as principais acções para o seu desenvolvimento.

Apesar de o sector ter energia eléctrica pública regular fornecida só no período da noite, no que tange ao abastecimento de água potável às populações, o Administrador fala em “dificuldades imensas”, devido ao facto da electrobomba da referida empresa se encontrar avariada.

“Graças a parceria entre o governo e uma empresa portuguesa, a referida máquina voltara a estar operacional brevemente, para passar a ajudar no fornecimento normal da água à cidade tal como outrora”, declarou.

No que se refere aos sucessivos conflitos entre os particulares e entre estes e os serviços públicos, relativamente a concessão de terrenos, sobretudo para a habitação, este responsável disse que logo depois da nomeação dos governos locais, o da região de Gabu mandou suspender as atribuições dos mesmos para acabar com a “confusão” no processo.

“Muitas vezes verifica-se o conflito de competências entre a Câmara de Gabu e o Serviço do Ministério das Obras Públicas na atribuição de lotes de terrenos aos interessados. Mas na verdade, é à Câmara (administração local) que cabe conceder terrenos e as Obras Públicas, por sua vez, deve-se limitar na urbanização e na organização de lotes”, explicou.

Abordado sobre como encontrou a administração local que herdou há dois meses, este antigo Director do liceu público de Gabu, informou que em consequência do levantamento feito, herdaram uma dívida de média de seis meses de salário ao pessoal, contraída durante o governo de transição e que, segundo ele, deixa as novas autoridades numa “situação muito difícil, dado que não se pode exigir um funcionário que não recebe o seu ordenado”.

Sissé garante que estão a trabalhar para o pagamento ,até ao final do ano, dessa divida , não obstante as “fracas receitas da administração local”.

Finalmente, Adulai Bobo Sissé apela à toda a população da área, no sentido de “todos” trabalharem em prol do seu desenvolvimento, independentemente da filiação partidária de cada um.

O sector de Gabu, conhecido na era colonial como “Nova Lamego”, é a segunda cidade económica mais importante do país (depois da capital, Bissau) com cinco secções administrativas, tem mais de 150 mil habitantes, que praticam fundamentalmente, a agricultura, pecuária e o comércio.

CHEFE DO GOVERNO GUINEENSE ABRE JORNADAS NACIONAIS DA INDÚSTRIA



Foi realizado hoje, dia 29 de junho, no Azalaia Hotel as Jornadas Nacionais da Indústria 2015, cujo início ficou marcado com uma Marcha Desportiva e Feira de Produtos Industriais. A cerimónia de abertura que contou com a presença do Primeiro-ministro, Domingos Simões Pereira, esteve repleto de ilustres personalidades das áreas económicas, investimentos, financeiras e bancárias oriundos de 28 países.

Na sua intervenção, o Representante Residente da ONUDI, Vitor Djemba refere-se a importância dos portfólios inseridos no Plano Estratégico Operacional, como um contributo que pode vir transformar o país a nível da energia e indústria.

Gabriel Labão Dava, Representante Residente Adjunto do Programa do PNUD salienta que a industrialização constitui um dos eixos de desenvolvimento plasmado no “Terra Ranka”, que lhe apraz constatar que estejam a ser dados passos necessários para a implementação desses objectivos definidos. Devendo ser feita de forma adequada, para não trazer impactos negativos do ponto de vista ambiental e de exclusão.

O Ministro da Energia e Indústria, Florentino Mendes Pereira na sua longa alocução faz o enquadramento da importância que o Governo atribui ao sector, tece o seu breve historial desde a época colonial, até aos nossos dias, dizendo que a jornada tinha como objectivo a contribuição de debates para desembocar um sistema de qualidade com vista a melhoria da performance e da competitividade para promover o emprego, uma vasta variedade de produtos alimentícios nacionais saudáveis e uma indústria nacional.

O Chefe do Governo depois felicitar o seu Ministro pela revelante organização, sublinha que é “através da industrialização, que seremos não só capaz de proporcionar a formação, ter uma mão-de-obra qualificada, podermos de facto participar deste exercício atual que é o domínio das tecnologias e ao mesmo tempo permitir que um fluxo de capitais esteja ao serviço do desenvolvimento do país.” Ao falar de um clima favorável ao exercício do crescimento e desenvolvimento, afirma que o Governo interagindo com os seus parceiros internacionais e nacionais deve fazer a sua parte, num quadro legal que dê garantias, munido de um código de investimentos atrativo e um código de trabalho que não mata a iniciativa, mas que a promove. Sobre o sector privado, realça que o país precisa de um sector vibrante, engajado que queira participar deste processo, aonde a coesão é importante. Lembrando que esse sector, no país está longe de ser aquele que se precisa, aonde poderia jogar o papel que lhe compete, neste momento tão importante da nossa vida e dos desafios que estão a nossa frente. Que os imputes que os produtos guineenses necessitam para se serem mais competitivos estão reunidos à volta da jornada, que tem pessoas com a competência, a vocação e a capacidade, podendo numa só ação congregar todas essas valência.

A jornada irá decorrer durante dois dias, de 29 de junho a 1 de julho, contará com vários painéis temáticos e uma lista enorme de conferencistas e moderadores do Governo, das organizações regionais, do sistema das nações unidas, do sector de investimentos, financiamentos e bancários, das associações e técnicos especialistas.

Bissau, 29 de junho de 2015

Carlos Vaz
Conselheiro para a Comunicação e Informação





segunda-feira, 29 de junho de 2015

«CONCURSO PÚBLICO» GUINÉ-BISSAU: GOVERNO GUINEENSE LANÇA CONCURSO PÚBLICO SOBRE PROJECTO DE CONSTRUÇÃO DA REDE ELÉCTRICA DA BARRAGEM DE KALETÁ



Bissau – O ministro da Economia e das Finanças anunciou que, nos próximos três meses, o Governo vai lançar um concurso público sobre o projecto de construção da Barragem de Kaletá, na vizinha República da Guiné-Conacri, para a Guiné-Bissau.

«Temos alguns pequenos procedimentos que é necessários agora completar, de modo a que o projecto possa entrar em vigor, mas provavelmente nos próximos três meses os fundos poderão já começar a estar disponíveis, sendo que vamos fazer concurso público para recrutamento da empresa que vai efectuar os trabalhos de construção desta empresa da rede de distribuição de luz eléctrica», disse Geraldo Martins.

Em declarações à PNN no âmbito da sua recente deslocação a África, Europa e América do Norte, sendo que neste último local assistiu à cerimónia de assinatura do acordo de financiamento entre o Executivo e o Banco Mundial, no valor de 78 milhões de dólares (cerca de 69 milhões de euros), no quadro do projecto da Organização para o aproveitamento da Bacia do Rio Gâmbia (OMVG), Geraldo Martins sublinhou que no período previsto pode ser conhecida a empresa vencedora do concurso para o início das obras desta construção até à Guiné-Bissau.

O encontro serviu ainda para o governante informar que a Guiné-Bissau, no âmbito da OMVG tem sua quota nesta barragem, mas no entanto não tinha na distribuição de luz eléctrica, cujos valores assinados vão financiar a construção de uma linha de distribuição, com uma capacidade de 30 megawatt de energia na Barragem de Kaletá, a partir da vizinha República da Guiné-Conacri para a Guiné-Bissau.

Em termos de itinerário, Geraldo Martins explicou que esta rede vai passar por Bambadinca, na região de Bafatá, leste do país, Jugudul, sector de Mansoa, no norte, Safim, sector com o mesmo nome na região de Biombo, norte do país, até chegar à capital, Bissau.

Em Moçambique, durante a reunião do Banco Islâmico de Desenvolvimento, o chefe máximo da pasta das Finanças da Guiné-Bissau falou em nome dos ministros africanos das finanças, tendo agradecido o apoio desta instituição aos países africanos, bem como também a disponibilidade dos países africanos em continuar a cooperação com esta instituição financeira.

Por outro lado, Geraldo Martins informou que, após o Ramadão, uma delegação do Banco Islâmico de Desenvolvimento vai deslocar-se à Guiné-Bissau para identificar as áreas de financiamento, e uma delegação do Banco Árabe para o Desenvolvimento Económico de África, chefiada pelo Presidente, vai informar-se das áreas em que será aplicado o valor de 20 milhões de dólares (cerca de 17 milhões de euros), anunciados aquando da mesa redonda de Bruxelas.

Em Portugal, concretamente em Braga, o ministro das Finanças manteve um encontro com as empresas desta região sobre as oportunidades de negócio na Guiné-Bissau.

Sobre a questão do Fundo de Consolidação da Paz para a Guiné-Bissau, Geraldo Martins lembrou que as Nações Unidas anunciaram em Bruxelas a possibilidade de disponibilizarem, a favor da Guiné-Bissau, 10 milhões de dólares (cerca de 9 milhões de euros), mas o Governo guineense alterou este valor para 15 milhões de dólares (cerca de 13 milhões de euros), estando agora em estudo a modalidade do seu desbloqueamento, que pode ser o valor global desbloqueado pela ONU ou a organização pode avançar 10 milhões de dólares iniciais, sendo os restantes 5 milhões de dólares (cerca de 4 milhões de euros) avançados pelo Governo da Guiné-Bissau.

(c) PNN Portuguese News Network

BENFICA DE BISSAU E SPORTING DE BISSAU NA LUTA PELO TÍTULO E OS BALANTAS DE MANSOA 'FORAM BEM PREJUDICADOS' ESTE ANO PELA ARBITRAGEM


Os 'encarnados' lideram a três jornadas do fim da temporada.

O Benfica é líder com 51 pontos, mais dois do que o Sporting.

Por SAPO Desporto c/ Lusa sapodesporto@sapo.pt

O Benfica mantém-se na liderança da primeira divisão de futebol da Guiné-Bissau quando faltam três jornadas para o fim da temporada, mas o título ainda não está decidido, porque o Sporting está em segundo a dois pontos.

Na 23.ª jornada, com jogos a decorrer desde a última semana e com os dois últimos agendados para hoje, 'leões' e 'águias' venceram, mantendo-se acesa a luta pelo título de campeão guineense.

O Benfica recebeu e venceu a formação do bairro de Cuntum por 2-0, enquanto o Sporting, também em casa, bateu o Canchungo por 3-0.

Na cauda da tabela, a equipa da ilha de Bolama já dificilmente conseguirá sair do último lugar, uma vez que que soma 16 pontos e está já a cinco pontos do penúltimo, o Estrela Negra de Bissau.

Resultados da 23.ª jornada:

Sporting - Canchungo, 3-0
Benfica - Cuntum, 2-0
Bula - Bafatá, 2-1
Balantas - S. Domingos, 0-0
Estrela Negra de Bissau - Portos de Bissau, 1-0
Bambadinca - Bijagós, hoje às 16:30
UDIB - Bolama, hoje às 16:30


Classificação:

1. Benfica, 51 pontos
2. Sporting, 49
3. Bafatá, 37
4. Bambadinca, 37 (*)
5. Bula, 36
6. Balantas, 36
7. Canchungo, 31
8. São Domingos, 31
9. UDIB, 23 (*)
10. Bijagós, 22 (*)
12. Portos, 21
13. Estrela Negra de Bissau, 20
14. Bolama, 16 (*)
(*) menos um jogo

Programa da 24.ª jornada (data a agendar):

Sporting - Bijagós
Bambadinca - Benfica
Canchungo - Estrela Negra de Bissau
Cuntum - Bula
Portos de Bissau - Balantas
São Domingos - Bolama
Bafatá - UDIB

«TURISMO» GOVERNO GUINEENSE E GRUPO LUSÓFONA ESTABELECEM PARCERIAS PARA DESENVOLVIMENTO DO SECTOR

Secretario de Estado do Turismo

Bissau, 29 Jun 15 (ANG) – O Governo da Guiné-Bissau e a Cooperativa de Formação e Animação Cultural - COFAC, CRL / Grupo Lusófona se comprometeram em promover e apoiar intercâmbios de experiências, serviços, boas práticas e projectos na área do turismo.

O compromisso foi assumido através de um memorando de entendimento assinado recentemente entre o Secretário de Estado de Turismo, Vicente Fernandes e o representante do COFAC, CRL/Grupo Lusófona, Esmeraldo de Azevedo.

No memorando, as partes destacaram a importância do sector turístico para o desenvolvimento socioeconómico da Guiné-Bissau, razão pela qual assumem o engajamento de construção de bases sólidas para o incremento das actividades na área do turismo e hotelaria.

As partes ainda se comprometem em apoiar projectos na área do turismo com sustentabilidade económica, financeira, ambiental, social e cultural, nomeadamente a criação de uma Escola Superior de Hotelaria.

Outro compromisso assumido pelas partes se relaciona a mobilização de fundos para o apoio as actividades de formação adaptada ao mercado de trabalho turístico da Guiné-Bissau, contemplando a capacitação de jovens e mulheres.

FUNDOS PROMETIDOS À GUINÉ-BISSAU NA MESA-REDONDA DE BRUXELAS VÃO COMEÇAR A CHEGAR


Parte da promessa financeira de apoio à Guiné-Bissau anunciada pela comunidade internacional na recente mesa-redonda de Bruxelas da comunidade vão começar a chegar nos próximos meses, afirmou o ministro da Economia e Finanças da Guiné-Bissau.

Alguns parceiros dão indicações de que podemos contar com apoios específicos já nos próximos tempos, em 2015 ainda e em 2016”, referiu Geraldo Martins em declarações à Rádio ONU, em Nova Iorque, dando como exemplo a Comissão de Consolidação da Paz, que prometeu desbloquear 10 milhões.

No decurso da mesa-redonda de Bruxelas, a comunidade internacional prometeu apoiar projectos de desenvolvimento na Guiné-Bissau até ao montante de 1,5 mil milhões de dólares.

O ministro adiantou que uma missão do Banco Islâmico de Desenvolvimento (BID) deverá deslocar-se à Guiné-Bissau no final do Ramadão a fim de identificar os projectos que a instituição prometeu financiar aquando da mesa-redonda de Bruxelas.

O ministro Geraldo Martins esteve recentemente em missão de serviço em Moçambique, Portugal e nos Estados Unidos da América e em Moçambique participou na assembleia anual do Banco Islâmico de Desenvolvimento.

Está igualmente agendada para breve uma deslocação à Guiné-Bissau de uma delegação do Banco Árabe de Desenvolvimento Económico de África (BADEA), que eventualmente será chefiada pelo próprio presidente da instituição.

O objectivo da deslocação do BADEA à Guiné-Bissau é, à semelhança do que ocorre com o BID, para conhecer de perto os projectos para os quais prometeu desembolsar os 20 milhões de dólares anunciados na reunião de Bruxelas.

O ministro disse ainda que na sua passagem por Portugal, concretamente na cidade de Braga, manteve encontro com um grupo de empresários portugueses com quem discutiu as oportunidades de negócio na Guiné-Bissau. (Macauhub/GW)

PRESIDENTE SENEGALÊS QUER AJUDAR A GUINÉ-BISSAU ULTRAPASSAR CRISES


Presidente do Senegal e da CEDEAO, Macky Sall, está disposto a mediar crises entre o governo e a presidência da Guiné Bissau, após visita de 2 dias, que Domingos Simões Pereira, acaba de fazer a Dacar.

O primeiro-ministro da Guiné Bissau, Domingos Simões Pereira, regressou, este domingo, 28 de junho, ao país, após uma visita, de vinte e quatro horas, ao Senegal.

Nota positiva desta sua deslocação ao Senegal, segundo Domingos Pereira, declarou à imprensa, é que o Presidente, Macky Sall, enquanto chefe de estado senegalês e Presidente em exercício, da CEDEAO, a Comunidade económica dos Estados da África do oeste, vai ajudar, o seu país, a ultrapassar, situações de crises, por que passa, tanto, ao nível político, como no âmbito do desenvolvimento.

"Falámos da situação política, nas suas várias vertentes, e no contributo, que ele, enquanto, Presidente do Senegal, mas sobretudo, enquanto, Presidente da CEDEAO, em exercício, pode jogar, na actualidade política nacional."

O Primeiro-ministro guineense, Domingos Simões Pereira, reconheceu, que a Comunidade Internacional está preocupada, com a situacao politica da Guine Bissau, um país pós-conflito, que vem recebendo vários apoios, para o retorno à normalidade constitucional.

Para tal e numa estratégia de envolver todas as formações políticas, forças vivas e a sociedade civil, o Primeiro-ministro da Guiné Bissau, realçou a Moção de Confiança, aprovada pela ANP, Assembleia Nacional Popular, a favor do seu Governo, envolvendo, todos os partidos políticos, com assento parlamentar.

Entretanto, num ponto de vista diferente, o Conselheiro do Presidente da República para Assuntos da Defesa e Segurança, António Avelino Cabral, em entrevista a uma rádio privada da capital, minimizou a importância das moções de confiança a favor do governo, aprovadas pela ANP e pelo Comité Central do PAIGC.

António Avelino Cabral convidou o Chefe do Governo a apresentar a sua demissão esperando, no entanto, a sua recondução, com confiança reforçada do Presidente da República.

De Bissau, o nosso correspondente, Aliú Candé.

rfi

domingo, 28 de junho de 2015

INSTITUTO POLITÉCNICO DE VIANA DO CASTELO DÁ APOIO À CRIAÇÃO A ESCOLA SUPERIOR AGRÁRIA NA GUINÉ-BISSAU


A ministra da Educação da Guiné-Bissau e o presidente do Instituto Politécnico de Viana do castelo (IPVC) anunciaram um acordo que envolve a formação inicial de professores e a criação de uma escola superior agrária na Guiné-Bissau.

Rui Teixeira, presidente do IPVC, e Odete Semedo, ministra da Educação da Guiné-Bissau, deram a conhecer os projectos de cooperação que visam continuar o trabalho, iniciado há 14 anos, no apoio ao sistema educativo daquele país africano, na formação inicial de professores e, agora, também, por solicitação do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal, na criação de uma escola superior agrária, a integrar na Universidade Amílcar Cabral. 


Em conferência de imprensa os dois responsáveis expuseram os objectivos e as acções, que se iniciarão de imediato com a formação de professores guineenses, quer da área da educação quer das ciências agrárias, a fazer pelo IPVC.

Parceiros com anos de trabalho em comum, várias vezes interrompido devido aos acidentes sociopolíticos que a Guiné periodicamente atravessou, vêm, agora, renovada a sua esperança, porque, tanto Rui Teixeira como Odete Semedo, revelaram elevada confiança na consolidação da paz social e no trajecto de desenvolvimento que se vive no país. Ambos acreditam que estão, agora, criadas as condições para cumprir “sonhos de longo prazo”, como são projectos de formação que agora se iniciam. 

“A Guiné é um país com um enorme potencial e em clara evolução”, diz Rui Teixeira, e agora de “rosto lavado” diz a ministra da Educação. 

Odete Semedo agradeceu ao IPVC e à sua Escola Superior de Educação o trabalho de anos no apoio ao sistema educativo e, recentemente, na formação inicial de professores, por este ser o “calcanhar de Aquiles” da Guiné, e, agradece, agora, também, a disponibilidade da ESA/IPVC para coordenar o processo de criação da nova escola agrária. Para se imaginar a premência da criação de uma escola agrária na Guiné, referiu a ministra, diga-se “na era colonial nós exportávamos arroz e agora somos os maiores importadores”.

correiodominho.com

«OPINIÃO» Dr. Jorge Herbert "UM ANO DE POPULISMO, CORRUPÇÃO E ANTI-CONSTITUCIONALISMO?"


Fui um “batalhador de teclados”, contra o anterior poder golpista disfarçados de “transicionistas” na Guiné-Bissau. Com o ultrapassar desse período conturbado e consequente instalação de poderes supostamente constitucionais, apesar dos pesares relacionados com determinadas nomeações e atitudes governamentais, resolvi suspender temporariamente a minha actividade de ativista dos teclados, por entender que o país estaria a viver um momento único, em que a maioria dos “holofotes” internacionais estaria focada e um tanto ou quanto comprometido com o virar definitivo da página da nossa história mais nefasta que marcou as quatro décadas após a nossa libertação do jugo colonial, que até hoje não nos conduziu à verdadeira libertação do povo guineense.

Conforme dizia, com a excepção do meu último artigo em que denunciava a tendência populista dos nossos governantes, resolvi deixar os novos actores políticos demonstrarem os seus reais valores intelectuais e políticos e, ainda demonstrarem se são efectivamente capazes de usar esses valores em prol do desenvolvimento nacional.

Prometi a mim mesmo só voltar a escrever, a título de balanço, após um ano da tomada de posse do Presidente da República e do novo Governo. Confesso que foi um ano de algum esforço de contenção para não escrever e, sabendo que faltam poucos dias para atingir o meu objectivo, não resisti em escrever este texto, face à “tempestade” de acontecimentos e informações que nos tem chegado nos últimos dias e até meses.

Recuando até a escolha do elenco governamental, foi a opinião unânime de todos os guineenses que consultei nessa altura, que a pior decisão do Primeiro-Ministro, foi a inclusão da figura do Secretário de Estado das Comunidades no elenco governamental, atendendo ao seu passado e a sua avidez para negociatas pouco claras, sempre com intenção de angariação de fundos para proveito próprio e também pela sua natural tendência para o uso de tráfico de influências na caça de algumas raparigas da nossa praça.

ELENCO GOVERNAMENTAL
Aparentemente o tempo deu razão a esses guineenses que discordaram com a nomeação dessa figura sem capital moral, para uma pasta tão importante para a imagem do nosso país no exterior. Os motivos estão mais que vistos, mas vamos falar deles mais a frente, com o associar de mais factos.

Para fragilizar ainda mais o governo, o Primeiro-Ministro resolveu manter em funções um ministro, desgraçadamente do mesmo Ministério, manchado no caso de desvio de bens públicos, para armazenamento (quiçá até uso) numa propriedade privada, pelos vistos pertencente à sogra do Ex-Ministro das Pescas e actual Ministro dos Negócios Estrangeiros!

Por mais volta que a justiça ou a política guineense quiser dar ao problema, a transladação de bens públicos para uma propriedade privada, sem qualquer registo oficial ou guia de marcha devidamente arquivado na instituição pública, configura no quadro penal guineense como crime de desvio dos bens públicos para proveito individual ou privado. E, com razão, o nosso Ministério dos Negócios Estrangeiros passou a ser denominado por alguns guineenses, como o “Ministério dos Negócios Obscuros”!

E é esse “Ministério de Negócios Obscuros” que é responsável pela vergonha em que tornou as nossas representações diplomáticas no estrangeiro e é nesse Ministério onde se teima em manter o “status quo” das nossas representações diplomáticas e consulares, mesmo sabendo das dificuldades e esquemas de corrupção que envolvem a maioria delas, tornando-as em autênticos prolongamentos da filosofia do Ministério que as tutela, que é da sobrevivência à custa dos negócios obscuros.

Em Fevereiro deste ano, o “Ministro dos Negócios Obscuros” disse numa conferência de imprensa que iria lançar uma caça ao tráfico dos passaportes diplomáticos e de serviço! Será que foi na consequência dessa “caça” lançada pelo “Ministro dos Negócios Obscuros”, que resultou a detenção e interrogatório do seu Secretário de Estado?! A ser verdade, interrogo-me se será possível, a partir de agora, a manutenção da convivência institucional entre essas duas corruptas figuras do mesmo Estado, sendo que, cada um carrega às costas o crime de que é acusado, sem poder apontar o dedo acusador ao outro. Coisas nossas!

Não teria sido mais seguro, efectivo e moralizador na nossa imagem externa, se o “Ministério dos Negócios Obscuros” procedesse à emissão de novos modelos de passaportes, cancelando os modelos anteriores, obviamente dando o conhecimento ao mundo dessa mudança de passaportes?

É certo que ainda nada foi provado, nem temos condenação judicial efectiva do actual Secretário de Estado das Comunidades. Mas, até quando o Primeiro-Ministro tentará manter no Governo, mais uma vez, um governante acusado de graves actos de corrupção e que atentou contra a segurança do próprio país e do mundo?! Sabemos que o tráfico de passaporte assenta na sustentabilidade de tráficos de outros produtos ilícitos, que por sua vez, grande parte dos seus lucros servem para financiar o terrorismo internacional.

Ainda pergunto, que consequência judicial teve o caso dos 70 sírios que embarcaram naquele polémico voo da TAP que motivou a suspensão dos voos da mesma empresa para a Guiné-Bissau?

Na sua promessa, aparentemente forçada pela opinião pública, de uma eventual remodelação do elenco governamental, o Primeiro-Ministro irá efectivamente sanear o Secretário de Estado das Comunidades?!

Será possível moralizar esse Ministério saneando um acusado de corrupção, sem sentença conhecida, mas mantendo em funções o Ministro, cujos actos de corrupção foram comprovados pelas autoridades que resgataram os materiais?! É meu entender que, se o Primeiro-Ministro estiver mesmo interessado em moralizar esse Ministério, tem obrigatoriamente de demitir os dois e exigir aos seus substitutos a rápida e profunda reorganização do ministério e consequentemente das nossas representações diplomáticas e corpos consulares.

Falando dos nossos corpos consulares e outras figuras semelhantes, não queria deixar de abordar o assunto de uma ”entidade” em que estive pessoalmente envolvido e da qual rapidamente me retirei, quando apercebi-me que as vocações e orientações do(s) seu(s) responsável(is) não eram coincidentes com aquelas que eu pretendia colocar á disposição da comunidade guineense no Porto nem do meu país.

Em Dezembro/2014, recebi em mão, um convite do governo guineense, com o respectivo carimbo do governo da República da Guiné-Bissau, sem qualquer assinatura de qualquer membro do governo (gaffe protocolar?), para assistir à inauguração duma “Casa da Guiné-Bissau no Porto”, com a presença do Primeiro-Ministro Domingos Simões Pereira. O convite também era extensível a um jantar com o Primeiro-Ministro, onde pude aperceber-me da falta de nível intelectual no discurso do ainda Secretário de Estado das Comunidades e deleitar-me com o pragmático discurso do nosso Primeiro-Ministro.

CASA DA GUINÉ-BISSAU NO PORTO

Desses eventos, resultou um convite para eu integrar a equipa que iria dinamizar o funcionamento da mesma “entidade” – coloco aspas, porque ainda hoje não sei como classificá-la em termos de figura jurídica. Foi-me atribuído um pomposo nome de “Director do Departamento da Saúde”. Participei nalgumas reuniões e encontros, com ideias sobre o funcionamento da “entidade” e tentei começar a trabalhar para a dinamização do espaço/”entidade”, em prol da comunidade guineense residente no Porto e do país.

Para a dinamização da área da saúde, tinha como estratégia, entre outras actividades, dar apoio médico, com a colaboração de mais colegas, aos guineenses residentes no Porto, tentar parecerias com a Secção Regional do Norte da Ordem dos Médicos no sentido da promoção de formações específicas aos médicos guineenses inscritos nessa Secção Regional e, ainda, a tentativa de reactivação e quiçá melhoria de um protocolo com o Hospital São João (sei que existe, porque estava na assistência na altura da sua assinatura por Cadogo Júnior e o administrador do HSJ), para a recepção e tratamento de doentes evacuados da Guiné-Bissau, cumprindo critérios claros e previamente definidos, antes da saída desses doentes da Guiné-Bissau.

Obviamente que, para trabalhar na proposta da criação e reactivação desses protocolos, era necessário situar em termos de figura jurídica, a “entidade” Casa da Guiné-Bissau no Porto. Aí é que a porca começou a torcer o rabo!

Primeiro, o responsável pela dita “entidade” dizia estarmos a trabalhar sob a alçada do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Guiné-Bissau e prometia a chegada, para breve, de um documento que confirmasse esse facto e nos permitia trabalhar de forma legal. Segundo ele, o que atrasava a chegada do documento aparentemente era a doença do Secretário de Estado das Comunidades (teria tido um enfarte?) e a ausência do país do Primeiro-Ministro! Cheguei a questionar se, quando se ausentam essas figuras, não deixavam substitutos e se os assuntos relacionados com os cargos que desempenham ficariam estagnados até os seus regressos!

Também questionei a possibilidade de a entidade “Casa da Guiné-Bissau no Porto” ser uma representação do Estado guineense na cidade do Porto, sob a alçada específica do Ministério dos Negócios Estrangeiros guineense, com pretensão de estabelecer a ponte entre as empresas do norte de Portugal e o Estado guineense, e até ter a pretensão de vir a emitir passaportes guineenses e vistos para a entrada no país, quando já existe uma representação consular guineense acreditada na cidade do Porto, na altura acabada de renovar o seu reconhecimento pelo recém-eleito Presidente da República (JOMAV), através da sua quase secreta deslocação à cidade do Porto, com as devidas honras feitas pelo Cônsul que até o encaminhou para ser submetido à uma cirurgia no Hospital São João…

Tudo isso foi feito pelo Presidente da República, pese embora na altura multiplicarem-se as queixas dos guineenses residentes no Porto, no sentido de que o Cônsul em nada tem representado os interesses do país e dos guineenses no Porto!

TOMADA DE POSE DO PRESIDENTE

Quando as minhas questões sobre a figura jurídica da Casa da Guiné-Bissau no Porto começou a ser persistente e ainda questionar a coexistência na cidade do Porto de uma outra figura acreditada e sob a alçada do nosso Ministério dos Negócios Estrangeiros, chegou-se a aventar a possibilidade de enveredar pela transformação dessa “entidade” numa fundação!

No entanto, eis que chegou, a poucos dias da minha decisão de abandono do projecto, um mail enviado pelo Secretário de Estado das Comunidades, em anexo um documento em formato Word (passível de alterações), assinado nem mais, nem menos, pelo Secretário de Estado das Comunidades. Depois de questionado a sua legalidade, o documento foi novamente emitido em formato PDF e devidamente protegido de alterações.

Também sempre questionei sobre o financiamento do espaço onde funcionava a dita Casa da Guiné-Bissau, sobre quem pertencia a propriedade e quem financiava o seu funcionamento, nunca tive respostas claras! Para alguns era o governo guineense, mas para outros era um tal Sr. João, empresário português, aparentemente com ligações ao Hospital Privado de Valongo, onde existia interesse dos responsáveis da Casa da Guiné-Bissau em encaminhar os doentes vindos da Guiné-Bissau, apesar da minha insistência na reactivação do protocolo com o Hospital de São João por ser um hospital central, com todas as valências médicas e cirúrgicas e que, teria menos custo para o país, do que se os doentes fossem recebidos por uma instituição privada.

No entanto, após a minha voluntária saída, comunicada através de um mail reencaminhado a todos os que participavam da criação dessa suposta entidade, houve mais actividades e acontecimentos pouco claros, com alguma gravidade, de que vou poupar por agora os leitores, que envolveram outros colaboradores do projecto, o responsável pela dita “entidade” e o tal empresário português. Segundo me constou, houve relatos escritos de falcatruas que foram dados a conhecer directamente ao Primeiro-Ministro guineense, que se limitou a pedir apenas para que não sejam tornados públicos, prometendo agir para a sua correcção!

Estranhamente, nada foi feito e hoje continuo a ter notícias no sentido de que o Governo guineense continua a pactuar com essa “entidade”, sem nunca ter sido completamente esclarecido pelo próprio Governo, o conflito de funções que existe entre essa figura/entidade com o consulado da República da Guiné-Bissau no Porto, nem tão pouco ficou-se a conhecer a forma como o Primeiro-Ministro abordou os problemas que lhe foi comunicado! Coisas nossas!

Voltando á ordem do texto, Domingos Simões Pereira insiste, em contaminar o Governo e a sua própria imagem, com as “cebolas podres” e casos mal resolvidos! O período do estado de graça do Governo, que consistiu tão só em actos populistas e de puro marketing, está a chegar ao fim.

Chegou a hora de colocarem em prática os lemas tão badalados pelo marketing governamental de “Pôr as mãos na lama” e mostrar efectivamente ao povo que “Terra Ranka”, mas que arrancou a caminho do desenvolvimento e não a caminho da proliferação dos negócios obscuros que poderão servir para a lavagem de muito dinheiro de proveniências duvidosas o que poderá por sua vez comprometer o futuro das gerações vindouras.

Existe uma ânsia desmedida de enriquecimento rápido, de populismo barato e de protagonismos desfasados de nível e qualidade na sociedade guineense! Muitos medíocres guineenses e europeus, falhados nas suas negociatas na Europa, vêem na possibilidade de “Terra Ranka” uma oportunidade de rapidamente colocarem as suas negociatas a funcionar na Guiné-Bissau, como a tábua de salvação ou o mercado para a lavagem de fundos de proveniências duvidosas. E, o Governo guineense e os seus governantes, sedentos de fundos para tentar dinamizar rapidamente a economia nacional, nem questionam a proveniência e a forma de angariação desses fundos. E assim, o nosso país continuará a ser a máquina de lavar de dinheiros sujos e a lixeira dos criminosos de outros cantos do mundo!

É urgente deixar de adiar o sonho guineense, com campanhas de auto-promoção do Governo que, quando bem espremido produzem pouca ou nenhuma seiva útil e importante para o país. Desde a sua nomeação, este Governo usou e abusou do “ópio do povo”, criando e vendendo ilusões, enquanto vai adiando as verdadeiras e profundas reformas do Estado extremamente necessárias para a terra ku nó misti pa i ranka.

O Governo passou de organizações de eventos, entre os quais de reconhecimento de figuras nacionais (alguns em nada contribuíram positivamente para o país, enquanto outros que contribuíram foram relegados para o segundo plano), para a festa da organização da mesa redonda, como se fosse essa mesa redonda seria a única via para a salvação nacional! O povo bebeu o ópio e festejou o sucesso das promessas de fundos, mas quer parecer-me que grande parte dessas promessas não passarão disso mesmo, porque existe uma escassez de ideias para a dinamização dos projectos e consequente desbloqueamento das verbas prometidas nessa mesa redonda.

Para ajudar na ilusão do povo, já inebriado com o “ópio” de eventos, festas para propaganda e populismo, veio a teatralidade que envolveu a visita do Rei de Marrocos! A Sua Majestade deleitou-se e massajou o seu ego com a bajulice dos nossos governantes, envolto numa catadupa de gaffes protocolares, deixou-nos umas migalhas e lançou o repto da construção de um hospital com o próprio nome, como se os nomes das instituições públicas guineense estivessem a leilão do estrangeiro que der mais, relegando para o segundo plano aqueles que verdadeiramente deram o seu suor e sangue para o país!

Oiço e leio notícias e só vejo negócios, negociatas, ajudas financeiras e obras na Guiné-Bissau. Tudo o que movimenta dinheiro! A verdadeira reestruturação do Estado, planos de reformas profundas na nossa educação e saúde, por exemplo, que são os pilares importantes para o desenvolvimento de qualquer país, só vejo desertos!

SAÚDE NA GUINÉ-BISSAU

O povo alegra-se e delicia-se com a garantia do mais básico (luz e água permanente) e das festas e vão dizendo “Bissau gossi sábi nan!”, enquanto qualquer guineense que tenha o azar de ter uma doença ou um acidente grave, só tem duas soluções, sair do país ou encomendar uma urna e continua-se a morrer por coisas básicas como crises hipertensivas!

Até para combater o Ébola, chegamos ao ponto de ceder temporariamente e de forma descarada a nossa autonomia e permitir que as entidades de saúde portuguesas fizessem incursões, apenas e tão só com o objectivo de criar uma “guarda avançada” dentro do território guineense!

Não digo que essas ajudas não são bem-vindas mas, o plano de contingência para a prevenção, controlo e tratamento de qualquer epidemia no nosso território, deve ser delineado, publicado e executado pelo nosso governo, na representação do nosso Estado! Mesmo que as ajudas tenham vindo totalmente do exterior, o protagonismo da execução deve ser interno! O governo de qualquer país não pode deixar passar a imagem que foi o estrangeiro que veio de fora estabelecer “as linhas com que deve coser” dentro da sua casa! A humildade em excesso por vezes é apenas e tão só a manifestação de uma profunda ignorância e amadorismo.

INEM NA GUINÉ-BISSAU

Da nossa Ministra da Saúde já nada espero, desde o dia que li uma notícia em que a própria ministra tecia acusações públicas e graves contra os técnicos da saúde, responsabilizando-os pela morte dos doentes! E o Ministério Público assobiou para o lado e nada fez para apurar as devidas responsabilidades!

Também, não conheço nenhum país democrático do mundo, onde o Presidente do Parlamento, no nosso caso da Assembleia Nacional Popular (ANP), tenha tanta intervenções públicas e ânsia de popularidade!

Desde quando um Presidente da ANP manda recados públicos ao Primeiro-Ministro e/ou ao Presidente da República, sobre matérias claramente definidas na Carta Magna?! Desde quando um Presidente da ANP desloca-se para o estrangeiro e pede desculpas em nome do povo, sem ter sido mandatado pelo Presidente da República?! Desde quando um Presidente da ANP negoceia e o local e decide sobre a criação público da colocação de uma estátua de uma figura pública (neste caso controverso!), sem antes ser mandatado pelo seu superior hierárquico, neste caso o Presidente da República, para a procura de meios para esse desiderato?!

Apesar de sempre ter sido crítico feroz do ditador Nino Vieira, sou grato ao combatente Nino Vieira, pelo sacrifício a que se submeteu na libertação da nossa pátria e, julgo que não seria exagerado esse desiderato de lhe fazer uma estátua, mas colocado nalgum local que representativa da honra dos nossos heróis nacionais ou da atividade militar.

Nino Vieira nunca foi um democrata, nem lutou em vida por qualquer ideologia democrática, por isso seria uma ofensa à democracia transformá-lo pós-mortem num símbolo da democracia, com a colocação dessa estátua a frente da ANP!

Se carecemos de figuras com esse cunho de representatividade democrática, julgo que as figuras do Dr. Domingos Fernandes (o pioneiro na luta pelo pluralismo democrático na Guiné-Bissau) e de Kumba Ialá (que também batalhou para a abertura democrática na Guiné-Bissau), representam melhor o simbolo da democracia na Guiné-Bissau!

É minha opinião que o Presidente da ANP precisa urgentemente de ser remetido para a necessária discrição que o seu cargo exige, caso contrário, os guineenses não poderão continuar a ter ilusões de viver sob um poder verdadeiramente constitucional, mas sim num Estado anárquico, onde as limitações do exercício do poder não existem.

ANP GUINÉ-BISSAU

Corre boatos sobre a intenção do Presidente da República de derrubar o Governo eleito pelo povo, ao completar o primeiro ano do seu exercício!

Mesmo sendo uma das prerrogativas previstas na carta magna, o Presidente da República só deve fazê-lo se tiver dados e indicadores que demonstrem que a manutenção do governo traria prejuízo(s) grave(s) para o país, do ponto de vista político, económico, social ou até de imagem externa.

A ser verdade essa intenção presidencial, desconheço os dados de que dispõe, mas é minha convicção que o momento que o país vive não permite essa aventura, sob pena de transmitirmos uma péssima imagem ao exterior, de que somos um povo que não quer nem sabe viver em democracia e em paz, a procura do desenvolvimento.

Apesar deste governo estar progressivamente a esvaziar o capital de esperança que o povo e a comunidade internacional depositou nele, é minha convicção que seria muito pior a emenda que o soneto, se se deixar crescer ainda mais a crise institucional entre a Primatura e a Presidência, ao ponto de acontecer o derrube do governo.

O PRESIDENTE E O PRIMEIRO-MINISTRO

Da mesma forma que o PAIGC assume a sua história na gloriosa luta para a libertação do país, deve também saber olhar para a nossa história mais recente e assumir as suas responsabilidades na péssima condução do destino do país nos últimos quarenta anos, que a custa das suas quezílias internas, provocou perdas de oportunidades para embarcar no comboio do desenvolvimento, para não falar das vidas (válidas para o país) ceifadas pelo próprio PAIGC.

O partido libertador deve assumir a sua grande quota parte na miséria em que o país está mergulhado, como resultante das suas guerras internas e desse exemplo aprender a redimir-se e a ultrapassar as suas divergências internas, em nome do desenvolvimento do país.

O país não pode constantemente estar a ser adiado, a custa das lutas intestinais dos libertadores!

Também não se deve deixar de questionar a moral do Presidente da República para derrubar um Governo, com base em acusações de corrupção, quando próprio Presidente da República ainda não se livrou da acusação que pende sobre ele, também de desvio de fundos públicos!

Que moral tem um Presidente da República de tentar moralizar a sociedade e os seus governantes, quando escolhe para conselheiro um indivíduo com o passado conotado com o tráfico de droga?!

Por tudo isso, é minha convicção que ainda temos um longo caminho para percorrer na democratização do nosso país!

O meu desejo é que o actual Governo cumpra o seu mandato, sob o olhar sempre atento do Presidente da República, e que o Governo tenha a coragem de renovar-se, removendo do seu seio as “cebolas podres”, para que consiga levar ao bom porto a sua governação, sem defraudar as expectativas do povo, e que comece a trabalhar de forma séria e com coragem necessária, nas reformas prioritáriass e profundas que o país e a sociedade guineense precisam.

Porto: 2015/06/28

Jorge Herbert