quarta-feira, 1 de abril de 2015

«ISRAEL» ADESÃO DA PALESTINA AO TPI É "POLÍTICA E CÍNICA"


Israel denunciou hoje a adesão da Palestina ao Tribunal Penal Internacional (TPI) ao considerar a decisão "política e cínica", segundo um comunicado do ministério dos Negócios Estrangeiros.

"A decisão palestiniana de aderir ao TPI para desencadear processos judiciais contra Israel é política, cínica e hipócrita", refere o comunicado.

A Palestina tornou-se hoje formalmente membro do TPI, com o objetivo de tentar fazer comparecer na instância internacional dirigentes israelitas suspeitos por crimes de guerra ou relacionados com a ocupação, quando o processo de paz permanece num impasse.

"O governo da Autoridade Palestiniana, que se associou ao mortífero movimento terrorista Hamas que comete crimes de guerra (...) é o último a poder ameaçar com processos judiciais perante o tribunal internacional de Haia", prossegue o comunicado do ministério israelita.

"As ações unilaterais palestinianas, com destaque para esta adesão ao TPI, constituem violações dos princípios estabelecidos entre as duas partes com o apoio da comunidade internacional para resolver o conflito israelo-palestiniano", acrescenta o comunicado.

Em 2014 a Palestina decidiu aderir ao TPI, vocacionado para a perseguição dos autores de genocídios, crimes contra a humanidade e crimes de guerra, após ver rejeitado pelo Conselho de Segurança da ONU um projeto de resolução que previa o fim da ocupação israelita num prazo de três anos.

"A Palestina utiliza e continuará a utilizar todos os meios legítimos à sua disposição para se defender contra a colonização israelita e as outras violações do direito internacional", disse na ocasião o dirigente palestiniano Saëb Erakat.

Esta adesão é mais um passo no confronto diplomático e judicial desencadeado em 2014 pela Autoridade Palestiniana, apesar das incertezas relacionadas com esta nova fase do conflito.

A iniciativa tem consequências ainda incertas, não apenas por ser muito duvidoso que o primeiro-ministro israelita e outros dirigentes judaicos compareçam alguma vez em Haia, a sede do TPI, mas também porque se ignora até onde conduzirá esta nova e anunciada degradação das relações entre as duas partes.

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