segunda-feira, 20 de abril de 2015

«DJAMBACATAM NA TERRA DI NÔ ERMONS!» RUI SEMEDO: GOVERNO DE CABO VERDE MANIFESTA "GRANDE PREOCUPAÇÃO" COM TRÁFICO DE DROGA



O Governo de Cabo Verde manifestou hoje uma "grande preocupação" com o tráfico de droga no país, uma vez que o arquipélago começa, aos poucos, a acrescentar o consumo ao trânsito.
A afirmação foi feita pelo ministro das Defesa cabo-verdiano, Rui Semedo, na apresentação dos exercícios navais militares Saharan Express 2015, que começam hoje em Cabo Verde com contingentes de 10 países, entre eles Portugal, e que se prolongam até 27 deste mês, abrangendo as águas territoriais de Cabo Verde, Senegal e Mauritânia.

"O oceano Atlântico é um dos pontos em que circula muita droga vinda do sul do Atlântico e passa por Cabo Verde, seguramente, para países europeus. Mas não passa só. Já há a preocupação com a parte da droga que fica em Cabo Verde. Esta realidade não pode ser escamoteada", afirmou Rui Semedo, respondendo à questão da Lusa.

"Não somos um país que possa ser considerado de tráfico de droga, na perspetiva de um país que perdeu esta batalha. Mas somos um país que tem uma preocupação importante com o tráfico de droga, que começa a ser uma razão de grande preocupação para os governos, políticos, povo e instituições que lidam diretamente com a matéria da defesa e segurança", acrescentou.

Rui Semedo, salientando ser por essa razão por que Cabo Verde se tem mantido na linha da frente no combate aos diferentes tráficos na África Ocidental, sublinhou que o arquipélago vive as mesmas ameaças que assolam outras partes do mundo, mas admitiu que o país não tem meios humanos e materiais para, sozinho, enfrentar esses problemas.

"As principais ameaças que encontramos no mundo atual e neste «corredor» (do Atlântico) passam pelo tráfico de droga, de pessoas, de armas, pela pirataria marítima, poluição marítima, pelo desastres e catástrofes que podem acontecer no mar e pelo terrorismo. As ameaças são agora transfronteiriças, mas temos o desafio de poder enfrentá-las e vencê-las", afirmou.

Face à falta de meios humanos e materiais, o Governo cabo-verdiano tem insistido na cooperação internacional, razão de ser da participação do país em vários tipos de exercícios navais multinacionais, como o Saharan Express 2015.

"É impossível pensar-se numa segurança duradoura e sustentável neste corredor (...) sem a cooperação internacional", sustentou, aludindo ao facto de os exercícios contarem com forças navais de 10 países - Portugal, Cabo Verde, Estados Unidos, França, Holanda, Turquia, Marrocos, Mauritânia, Senegal e Turquia.

As manobras contarão com mais de 1.000 efetivos de dez países, apoiados em nove navios e quatro aviões de patrulhamento marítimo, e visam garantir a segurança no Atlântico médio, afetado pelos tráficos de droga, armas e pessoas, pela pirataria marítima, terrorismo, pesca ilegal e poluição marítima e ambiental.

A série de exercícios Saharan Express integra o Programa APS (Africa Partnership Station), iniciativa internacional desenvolvida pelas Forças Navais norte-americanas na Europa/África para melhorar a proteção e segurança marítima na costa ocidental africana, como parte do programa de segurança cooperativa do AFRICOM.

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