Guiné-Bissau Conferência em Bruxelas é "muito importante para futuro do país"
O Presidente da República da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, apelou hoje, em Bruxelas, ao "apoio indispensável" da comunidade internacional, garantindo que o país quer deixar de ser "um fardo" uma vez alcançado o processo de recuperação económica.
Na sua intervenção de abertura na conferência internacional para a Guiné-Bissau que decorre ao longo do dia de hoje em Bruxelas, coorganizada pelo Governo guineense, União Europeia e Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas, José Mário Vaz disse que o país ficará "eternamente grato" pela prontidão com que os seus parceiros aceitaram o convite para participar no evento e "apoiar a Guiné-Bissau neste momento tão difícil".
"Esta mesa redonda é um evento aguardado pelo nosso povo com muita expetativa e esperança, por ser oportunidade real de relançamento económico do país", disse.
Apontando que a Guiné-Bissau quer "deixar de ser um fardo para a comunidade internacional" e tornar-se "um exemplo", o chefe de Estado vincou, no entanto, que o país ainda precisa muito do apoio dos seus parceiros externos, "tendo em conta os presentes desequilíbrios do país" e o estado da sua economia, que "continua frágil e vulnerável".
"Este encontro visa mobilizar recursos financeiros necessários para dar início ao processo de recuperação da nossa economia", referiu, acrescentando que as autoridades nacionais tudo farão, a nível interno, para garantir a implementação das reformas necessárias e da estratégia que hoje apresenta aos seus parceiros internacionais.
José Mário Vaz explicou que o país quer ouvir, "com total humildade", os pontos de vista e conselhos dos parceiros hoje presentes na conferência, porque quer ser "um país diferente nos próximos anos".
A diferença, assinalou, teve já início em 2014, com a realização de eleições justas, livres e transparentes, que deram ao país a estabilidade política interna necessária para avançar com uma estratégia de recuperação.
O Governo da Guiné-Bissau vai hoje tentar cativar parceiros de desenvolvimento para angariar 427 milhões de euros para financiar a execução de projetos prioritários durante a conferência de doadores que se celebra em Bruxelas.
A criação de um fundo de pensões para militares e a construção de infraestruturas pelo país são dois exemplos de prioridades definidas pelas autoridades de Bissau no seu plano estratégico para 2015-2020, que apresenta hoje aos seus parceiros.
O objetivo é reconstruir o país marcado desde finais da década de 1990 pela instabilidade gerada pelos golpes de Estado - o último dos quais em 2012 -, tendo em conta uma visão de desenvolvimento até 2020.
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