domingo, 22 de março de 2015

MOVIMENTO DE LIBERTAÇÃO DE SÃO TOMÉ ADMITE RELAÇÃO DE "DESCONFIANÇA" COM GOVERNO


O presidente do Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe - Partido Social democrata (MLSTP-PSD), Jorge Amado, admitiu hoje uma relação de "desconfiança" com o Governo de Patrice Trovoada.

As afirmações de Amado foram feitas após uma reunião com o primeiro-ministro, Patrice Trovoada, para discutir o Orçamento do Estado de 2015, que será entregue na próxima semana ao Parlamento são-tomense para discussão e votação.

O relacionamento entre o MLSTP-PSD e Patrice Trovoada é de "desconfiança" e Jorge Amado lamentou que o seu partido "não tenha a possibilidade de se exprimir na comunicação social" estatal.

Os "afastamentos compulsivos" dos militantes e dirigentes do MLSTP na administração pública são outros motivos que levam o partido a "manter alguma distância e desconfiança" ao governo, disse.

Patrice Trovoada iniciou uma ronda de auscultação com os partidos com assento parlamentar e parceiros sociais para abordar o projeto do Orçamento do Estado para 2015.

O MLSTP defendeu que o Orçamento não deve aumentar os impostos nem "agravar a vida da população", devendo trazer "alguma esperança mais à nação".

O Governo não precisa dos votos da oposição para fazer aprovar o seu orçamento no parlamento, dado que o ADI venceu as eleições legislativas de outubro de 2014 com uma maioria absoluta de 33 dos 55 assentos parlamentar.

Jorge Amado justificou o seu encontro com o primeiro-ministro para o MLSTP-PSD não ser acusado de falta de colaboração.

"Estivemos nesse encontro por respeito às instituições porque o partido recebeu um convite que foi assinado pelo chefe de protocolo do primeiro-ministro e um partido da dimensão do MLSTP merece maior respeito", afirmou.

A União para Democracia e Desenvolvimento (UDD), o mais pequeno partido com representação parlamentar, não compareceu ao encontro, alegando não terem sido "observados os procedimentos protocolares na emissão do convite".

O Partido da Convergência Democrática disse, por seu lado, discutir o programa no parlamento, advertindo desde já para a necessidade do governo colocar pelo menos 10% do orçamento para a agricultura.

MYB/NS // CC

Lusa/fim

1 comentário:

  1. Com o devido respeito pela democracia representativa, com a qual não concordo pela sua atual profissionalização, espero que este partido Social Democrata não seja como o nosso em Portugal. Estes por aqui são neo-liberais , e se conduzem por aquilo que o Sr.Amado condena... Desejo para S.Tomé muitas felicidades

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