A Índia anunciou que quer deixar de ser o principal importador de armas do mundo para poder fortalecer a sua própria indústria de armamento, num esforço para melhorar a defesa nacional e criar postos de trabalho.
O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, afirmou hoje, durante a 10.ª Feira Bienal Aérea da Índia, que cerca de 60% do armamento do exército indiano é proveniente do estrangeiro e apenas 40% produção própria, uma percentagem que pretende elevar até 70% em cinco anos.
"Temos a reputação de ser o maior importador de equipamento de defesa do mundo. Isto pode ser música para os ouvidos de alguns de vocês. Esta é uma área em que não nos agrada ser número um", disse Modi, na abertura do evento em Bangalore, no sudoeste do país, que conta com a participação de 328 empresas estrangeiras de 33 países diferentes e 295 indianas.
"Uma nação com uma forte indústria de defesa não só será mais segura como também obterá ricas receitas", indicou o primeiro-ministro, acrescentando que, além disso, aumentará os investimentos, elevará o nível tecnológico, bem como o desenvolvimento económico do país.
Segundo Modi, uma redução de entre 20% e 25% das importações poderia criar entre 100.000 e 120.000 postos de trabalho.
O setor público conta com cerca de 200 mil trabalhadores, sendo que o privado integra uma pequena parte da indústria de armamento da Índia, situação que Modi pretende alterar, esperando que as empresas desempenhem um papel maior.
O primeiro-ministro indiano anunciou que o Governo está a proceder a mudanças nas políticas de aquisição de defesa no sentido de favorecer o armamento produzido na Índia e simplificar as licenças industriais.
No ano passado, o Governo indiano tinha já elevado o investimento estrangeiro direto de 29% para 49% no setor da Defesa, mas, segundo os analistas, esta medida não produziu os resultados esperados, já que as companhias internacionais querem pelo menos 51% do controlo das fábricas.
A Índia é o maior importador de armas desde 2010 e entre 2004 e 2013 elevou as suas compras ao exterior em 111%, de acordo com o Instituto Internacional de Estudos para a Paz de Estocolmo.
Segundo o mesmo instituto, 75% das importações indianas procederam da Rússia e 7% dos Estados Unidos no período 2009-13.
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