Dr. Augusto Mansoa
Discurso da tomada de posse:
Cumprimentos iniciais:
1-Excelentíssimo senhor representante de negócios da Guiné-Bissau em Portugal;
2-Excelentíssimo senhor representante do ministério dos Negócios Estrangeiros e das Comunidades;
3-Excelentíssimo senhor alto comissário para as migrações;
4-Excelentíssimo senhor representante União das cidades capitais da lusofonia;
5-Excelentíssimo senhor representante da Organização Internacional da Migrações;
6-Excelentíssimos senhores presidentes de câmara ou seu representantes aqui presentes;
7-Excelentíssimos senhores presidentes das diversas federações de associações presentes;
8-Excelentíssimo senhor representante da CPLP;
9-Excelentíssimo senhor representante do observatório da imigração;
10-Excelentíssimo senhor representante do Instituto Ricardo Jorge;
11-A todos os aminhos que estão nesta sala.
O nosso muito obrigado pela vossa presença.
São testemunhas oculares de um grande momento na vida da imigração guineense em Portugal e na diáspora;
Está a ser uma cerimónia singela mas de grande significado social e político, quer para os guineenses, quer para Portugal;
O Processo imigratório como fenómeno mundial
-A imigração é um processo tão antigo quanto o homem sapiens; o ser humano é um imigrante por natureza, basta uma breve leitura nos escritos sobre a matéria.
Vasculhando um pouco a documentação existente, contatamos que a Portugal é uma miscelânia de imigrantes oriundos de diversas áreas da península ibérica, ásia, europa central e até própria áfrica.
Povos em busca de áreas férteis para a agricultura e criação de gados, e posterior fixação no terreno.
Este fenómeno continua hodierno, na Europa, incluindo, Portugal, e no resto do mundo;
Imigrantes guineenses em Portugal
Em relação aos imigrantes guineenses em Portugal, o seu fluxo aumentou com o advento da independência, a partir dos anos 70
Com o decorrer dos tempos ela foi aumentado cada vez mais, em número e qualidade.
As estimativas, baseadas nas últimos dados do SEF aponta para cerca de 10 a 12 mi emigrantes guineenses existentes em Portugal, legalmente registados.
Falta saber quantos ilegais por aí vagueam.
Actualmente temos imigrantes guineense de praticamente todas as classes sociais, oriundos e de todas as regiões do país, com qualificações diversificadas, reflexo de uma série de variáveis por todos conhecidas.
Estávamos no ano 2000 quando surgiu a ideia da criação da federação das associações dos PALOPS em Portugal. Na altura, como muitos se lembram, havia uma onda de vandalismo nas praias da linha de Sintra, nos comboios, bombas de gasolina, entre outros, envolvendo adolescentes, mas também adultos imigrantes dos países de expressão portuguesa e não.
O objectivo era reunir, capacitar e orientar esses imigrantes, por formar a estarem perfeitamente integrados na sociedade de acolhimento, o que não acontecia até aí.
A maior parte dos imigrantes dos países ditos PALOPS conseguiram cumprir com o desidrato, excepto os da Guiné-Bissau.
Volvidos 14 anos de avanços e recuos; desacordos e protagonismos; jogos de interesse e outras manobras menos dignas, eis que hoje estamos em condições de podermos regozijar, porque finalmente nasceu a “criança”. Foi um parto muito demorado e difícil.
O que se pretende agora é deixar que a criança cresça num ambiente saudável e acolhedor; que lhe seja proporcionada todas as condições necessárias de sanidade mental, estabilidade e sobretudo que seja bem acarinhada.
Federados somos mais fortes e coesos;
Doravante, esperamos que com a criação deste organismo
os guineenses deixam de ser considerados palops de segunda, desorganizados e desordeiros, arruaceiros, gente onde impera a lei do mais forte.
Todos nós saímos daqui hoje ganhadores. Falou-se um pouco mais a língua de camões; viveu-se um pouco da cultura guineense através da música;
Daqui lanço um desafio a todos:
-que haja mais momentos destes;
-que haja mais intercâmbio cultural, social, económico e político;
-que haja criação de mais pontes de união e não de separação;
Vivemos num mundo de grandes mudanças, turbulências sociais, políticas, económicas e financeiras; momentos angustiantes e de incertezas;
Mas não devemos perder o norte, o sentido de responsabilidade e sobretudo o ânimo no terreno de combate. É uma batalha difícil mas não invencível.
O Homem nasceu para grandes desafios e contrariedades. Não podemos baixar os braços
As organizações internacionais e os países de origem e destino desta almas abandonadas devem reflectir seriamente sobre tamanha catástrofe humanitária que diariamente nos entra pela casa a dentro.
Nós enquanto associações agora FEDERDOS, somos apenas pequenos piões perante a monstruosidade do problema; contudo não deixaremos de prestar o nosso modesto contributo na tentativa da resolução do problema
A Humanidade está condenada a viver em consensos permanentes;
Está lançado o desafio.
Agora mãos à obra.
Mais uma vez o nosso muito obrigado:
-ao patrocinador deste evento em termos de espaço físico ( CNAI );
-todos vós aqui presentes, vindos de todos os cantos do pais;
-aos nosso irmãos e amigos portugueses, pois a festa é luso guineense;
-aos órgãos de comunicação social, sempre a apoiar e divulgar as nossas ideias;
-as federações dos outros países que compõem os PALOPS;
-as nossas mulheres e mães que diariamente nos ensinam a arte de viver em tempo de crise;
Um bem haja a todos e até breve.
Em nome da unidade dos guineenses.
Lisboa, 11 de Janeiro de 2015
Dr. Augusto Mansoa
Fim
11.01.2015- CNAI LISBOA: TOMADA DE POSSE DA FEDERAÇÃO DAS ASSOCIAÇÕES DOS GUINEENSES EM PORTUGAL(FAGP).
Galissa
Eduardo Monteiro e Malique de Aveiro
"Deputado da Nação Guineense" Braima Djaló
Manuel Mendes
Djarga Seide
Eduardo Djaló
Arnaldo da Costa
Afonso da Costa
Eduardo Monteiro
RTP África
Alarba Embaló
Representante de Timor
Pedro Mendes
Augusto Mansoa
"Deputado da Nação Guineense" Iafai Sani
CNAI
Vereador da Câmara Municipal Sintra
Eduardo Monteiro e Pate Cabral Djob (Fidju di Homi Garandi)
Pate Cabral Djob e Eddy
"Encarregado de Negócios" Embala Fernandes
Casa de Angola em Portugal
"Blogue Conosaba do Porto, presenciou tudo!" Aguardem o desenvolvimento...
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