Na Serra Leoa, os coveiros encarregados de sepultar os corpos das vítimas do Ébola entraram em greve em dois distritos.
Reclamam o pagamento do salário que lhes é devido há duas semanas e um subsídio de risco.
Este trabalho está a ser feito por homens que, devido ao risco de contágio, estão a ser estigmatizados.
“Isto é um trabalho temporário. Nós não teremos nenhum lucro depois de passar a epidemia, por isso precisamos de dinheiro agora. Temos estado a ser estigmatizados e precisamos do nosso dinheiro”, clama um homem que recusa identificar-se por causa do estigma do trabalho que desenvolve.
Nos dois distritos, que incluem Freetown, a capital do país, cada equipa de 12 pessoas enterra entre 17 e 35 corpos por dia. Cada coveiro recebe 100 dólares, menos de 80 euros, por semana e o risco é muito elevado.
“De maio até agora registámos para cima de 60 mortos entre os trabalhadores da saúde e sanidade na Serra Leoa. Penso que isto é muito sério e muito desencorajador. tem que ser feito muito mais para reduzir estes números. Mas digo-lhe, sinceramente, o número ainda está a aumentar”, afirma o responsável de o programa de alerta de saúde pública, William Sao Lamin.
O governo diz que os salários das equipas foram pagos até ao final de setembro, que só falta pagar esta semana e que o dinheiro já foi para os bancos, mas não fala do subsídio de risco.
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