Afonso Dhlakama, líder da Renamo, garante que vai cumprir acordo
O líder do ex-movimento rebelde Resistência Nacional de Moçambique (Renamo), Afonso Dhlakama, partirá quinta-feira para Maputo, a capital do país, para se reunir com o presidente da República, Armando Guebuza.
Maputo - O líder do ex-movimento rebelde Resistência Nacional de Moçambique (Renamo), Afonso Dhlakama, partirá quinta-feira para Maputo, a capital do país.
Ivone Soares, sobrinha de Afonso Dhlakama e responsável da Liga dos Jovens da Renamo, disse durante o lançamento da campanha eleitoral do partido em Nampula (Norte), ter se encontrado com o seu tio no distrito de Gorongosa (Centro), onde ele vive desde outubro de 2013.
Ela também anunciou que a reunião tão esperada entre o presidente moçambicano, Armando Guebuza, e Afonso Dhlakama terá lugar sexta-feira em Maputo.
Ivone Soares foi acompanhada a Gorongosa por altos responsáveis italianos.
Segundo um comunicado da Embaixada da Itália, publicado domingo, o vice-ministro italiano do Desenvolvimento Económico, Carlo Calenda, o embaixador da Itália, Roberto Vellano, e Matteo Zuppi, da Comunidade de Santo Egídio, encontraram-se com Afonso Dhlakama.
Matteo Zuppi é uma das quatro pessoas que desempenhou um papel de mediador entre a Renamo e o Governo moçambicano durante as longas negociações em Roma, que culminaram na assinatura a 4 de outubro de 1992 de um acordo de paz.
O comunicado confirmou que Afonso Dhlakama deseja partir quinta-feira para Maputo, para confirmar com o presidente Armando Guebuza os acordos concluídos recentemente para a cessação das hostilidades.
A Embaixada da Itália acrescentou que Afonso Dhlakama exprimiu o compromisso de garantir um ambiente "calmo e pacífico" durante as eleições gerais de Outubro de 2014.
A Itália prometeu que "vai trabalhar em colaboração com o Governo moçambicano e a Renamo para apoiar o regresso de Afonso Dhlakama a Maputo".
Esta será a primeira vez desde 2009 que Afonso Dhlakama regressa à capital que ele abandonou para partir para Nampula.
Ele mudou-se novamente em 2012 para a base militar da Renamo em Satunjira, em Gorongosa.
Satunjira foi ocupada pelas Forças Armadas Moçambicanas a 21 de outubro de 2013 e Afonso Dhlakama refugiou-se numa outra base nas montanhas de Gorongosa, deixando de ser visto em público desde maio passado.
A decisão do ex-líder rebelde de regressar quinta-feira a Maputo anula a sua declaração anterior segundo a qual ele não iria à capital nem desempenharia um papel direto na campanha eleitoral enquanto o Parlamento não votar uma lei para ratificar a cessação das hostilidades assinada a 24 de agosto entre o Governo e a Renamo.
africa21digital
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