No seu espaço de comentário semanal,’Tabu’, na Sic Notícias, o antigo líder do Bloco de Esquerda Francisco Louçã falou sobre o Orçamento Retificativo apresentado na passada quinta-feira onde garantiu que o Governo não vai conseguir atingir os 4% de défice porque "há muitos deslizes".
"O Governo não vai chegar aos 4% de défice, há muitos fatores de deslize, o mais importante de todos é o Banco Espírito Santo (BES)", é assim que o antigo líder do Bloco de Esquerda Francisco Louçã comenta o Orçamento Retificativo apresentado na passada quinta-feira.
Para justificar a sua afirmação, Louçã explica que se o BES não for vendido até ao final de Dezembro, "o banco vai entrar para as contas. O que pode acontecer é ter uma folga de Bruxelas para que essa diferença não seja penalizadora, mas há também um deslize nas contas das autarquias e também o aumento das despesas".
Como fator positivo apresenta o crescimento económico no segundo semestre em 0,6%, pois "já permitiu que houvesse um aumento do IVA [valores cobrados], e permitiu que no Retificativo se mantenha este facto notável, pois temos o maior pagamento de impostos de sempre. Foi acrescentado mais três milhões de euros por cada dia. Estes 37 mil milhões são o maior pagamento de impostos. Qualquer pequeníssima recuperação já aumenta o IVA".
Contudo, o antigo líder do Bloco de Esquerda acredita que sobram muitos problemas para 2015. "Portugal está à beira da deflação. Os preços estão a baixar. Se há deflação, o valor das dívidas aumenta e isso é terrível para a economia portuguesa. Além de que, se os preços estão a baixar, o incentivo para o investimento desaparece. A pior situação possível é esta conjugação de uma recessão muito forte e que chega à estagnação. Estamos a sair muito mal de 2014".
Ainda sobre a percentagem de 14% em relação ao desemprego, Louçã admite que "houve uma redução do desemprego segundo a Eurostat, mas o valor ainda é altíssimo. Era preciso que a economia fosse estável para diminuir este valor".
Sobre as medidas tomadas pelo governo de Sócrates e de Passos Coelho, Francisco Louçã referiu que as proteções sociais têm sido cortadas ao longo dos anos e que têm vindo a dificultar a vida económica dos portuguesa. "Todas as prestações sociais têm sido cortadas. No antigo governo foi o abono de família. Contudo, o ataque ao rendimento social de inserção foi muito forte, além do complemento social dos idosos. Toda a proteção social tem sido muito desmantelada pelo Governo e este é um dos grandes problemas. Tem que se perceber qual é a alternativa que propõem para pagar o esforço".
Fazendo um balanço das últimas semanas, o político afirma que "há um jogo político muito ágil. Paulo Portas fez constar que estava preocupado com um aumento de impostos, mas nunca disse que ia aumentar. Houve um jogo pré-eleioral e este é um jogo que Portugal não merecia. Há que curar a transparência e a frontalidade, que é aquilo que a democracia mais precisa. O jogo desta semana foi negativo", remata.
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