Um cirurgião e chefe de departamento de um hospital de Atenas, na Grécia, está a ser investigado pela morte de um paciente cardíaco que se recusou a pagar um suborno de 1500 euros em troca da intervenção que lhe salvaria a vida.
Um chefe de departamento do Hospital Evangelismos, um dos maiores estabelecimentos hospitalares da capital grega, começou ontem a ser investigado por alegadamente ter exigido 1500 euros a um paciente cardíaco de 67 anos como condição para este ser operado.
Segundo denunciou a família, a vítima foi hospitalizada após um ataque cardíaco, tendo sido recomendado por outros médicos que o homem deveria ser imediatamente operado. Nikos Karakoukis, patologista forense que realizou a autópsia, declarou à imprensa que "para os pacientes com este tipo de patologia, quanto mais cedo esse tipo de operação se realizar, melhor". Mas o cirurgião de família, segundo a família, afirmou que apenas o faria se lhe pagassem 1500 euros.
Face à recusa do paciente em pagar essa quantia, o médico lá concordou em receber 500 euros, que foram pagos pelo família do paciente em notas marcadas pela polícia, o que conduziu à detenção do cirurgião de 60 anos.
O paciente, que entretanto esperou 18 dias pela intervenção, acabou por morrer na Unidade de Cuidados Intensivos do hospital. A investigação iniciada ontem, segundo a AFP, pretende determinar em que medida é que o atraso na realização da cirurgia foi determinante para a morte do paciente.
Segundo a Transparency International, Organização não governamental sediada em Berlim, o fenómeno do "fakellaki", ou seja, o suborno de funcionários públicos e de empresas privadas por cidadãos a fim de "acelerar" serviços é muito comum na Grécia, nomeadamente no seio dos serviços de saúde. Atendendo a dados apresentados em 2009 pela mesma ONG, citados pela AFP, 13% dos cidadãos gregos já pagaram subornos. Em 2012, no Índice Anual de Transparência, apresentado pela mesma ONG, a Grécia aparece no 94.º lugar ao lado de países como a Índia, o Djibuti e a Colômbia.
DN
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