Meriam Yahia Ibrahim Ishag, a sudanesa condenada à morte por apostasia em maio, libertada a 23 de junho e novamente detida no dia seguinte sob acusação de falsificar documentos para sair do país, foi recebida pelo Papa Francisco, depois de Itália lhe ter concedido asilo.
Meriam e a sua família, que estavam há um mês na embaixada dos EUA em Cartum, viajaram para Roma num avião do governo italiano, acompanhados pelo vice-ministro dos Negócios Estrangeiros, Lapo Pistelli. Este publicou uma foto sua com a sudanesae e os seus filhos no facebook, quando estavam prestes a aterrar em Roma, e escreveu "missão cumprida".
Meriam Ibrahim foi detida em fevereiro, acusada de apostasia por renunciar à religião do seu país, o Islão, e adultério, ao estar casada desde 2011 com Daniel Wani, um cristão do Sudão do sul com nacionalidade americana. Um mês depois, em maio, foi condenada a enforcamento por apostasia e a 100 chicotadas por adultério. Também em maio, Meriam viria a dar à luz Maya, na prisão de Cartum. Esta poderá ter ficado com sequelas tendo em conta as condições em que nasceu.
Já em junho, a cristã ortodoxa sudanesa, de 27 anos, foi libertada depois de um tribunal de recurso anular a sua condenação à morte. No entanto, quando estava no aeroporto de Cartum com o marido, prestes asair do país para os EUA, ambos foram detidos e acusados de falsificação de documentos e apresentação de informação falsa às autoridades. Depois de dois dias sob custódia, Meriam e Daniel aguardaram a decisão do tribunal sudanês acerca dessas novas acusações, sob a alçada da embaixada americana na capital do Sudão.
Segunda a BBC, na semana passada, a família da mulher ainda iniciou uma ação para tentar anular o casamento, já que no Sudão não é permitido que uma mulher muçulmana case com um não-muçulmano.
DN
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