Juntaram-se no Porto, ontem
várias instituições: a Livraria e Editora Portuguesa e Galega em Bruxelas,
Orfeu, Centro Cultural, e a ONG, Mundo a Sorrir para apresentar o livro do
jornalista “tripeiro” Manuel Vitorino e fotos do fotojornalista Hugo Delgado.
Eram 18h 45m, foi quando o
representante da Livraria e Editora Portuguesa e Galega deu boas vindas aos
presentes e agradeceu a disponibilidade de todos. Em simultâneo, estavam a projetar
na parede (Slides) as fotos horríveis da minha terra! Não gostei. Poderiam
mostrar também outras imagens boas da Guiné-Bissau. Qualquer coisa como 150
pessoas na Sala (a sala estava cheia), no Palacete dos Viscondes de Balsemão
(Praça de Carlos Alberto, 71-Porto). Poucos guineenses lá estavam...salvo erro,
eramos 9 pessoas.
O livro intitulado
«Guiné-Bissau, Um País Adiado» foi apresentado pelo Doutor Adriano A. Bordalo e
Sá é Professor Associado de Ecologia e de Microbiologia no Instituto de
Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto e investigador do
Ciimar. Interessado em assuntos tropicais, dedicou a parte da investigação
científica desde 2006 ao estudo da relação entre o ambiente e a saúde humana na
Guiné-Bissau, do qual resultaram diversas publicações internacionais, dezenas
de relatórios técnicos vídeos de divulgação e entrevistas na comunicação social
da Guiné-Bissau, Portugal, França e Alemanha, com objetivo de contribuir para a
disseminação e implementação das medidas propostas numa sólida base científica
e adaptadas à realidade africana.
As palavras do Prof. Dr.
Adriano Bordalo e Sá foram arrasadoras, comentei logo com os meus compatriotas
que estavam comigo sentados na mesma fila, o médico guineense, Bubacar Djaló e
o vice-presidente da Associação de Estudantes da Guiné-Bissau no Porto Lamine Sonco.
No momento em que o Dr. Adriano estava fustigar a Guiné-Bissau, apetecia-me
esganá-lo até a morte, ou aplicar-lhe uns bons valentes socos e pontapés juntamente
com o próprio jornalista, autor do livro Manuel Vitorino. Mas, pensei rápido e
cheguei a uma conclusão, de que, tudo o que estavam a dizer “nuas e cruas”, no
momento sobre a minha querida pátria eram verdades. As verdades são verdades e
elas doem quando são contadas.
Em seguida passaram a
testemunha ao representante da ONG, Mundo a Sorrir (o jovem) Dr. Miguel Pavão,
sem rodeios começou a dizer que prestaram auxílio a cem mil pessoas na
Guiné-Bissau, “fazemos tudo o que está ao nosso alcance para ajudar a combater
as desigualdades e, em especial, contribuir para diminuir os problemas da
higiene e saúde oral” diz o médico Miguel Pavão, presidente da MAS, cuja
instituição tem por lema e ação o pensamento de Henri Laborit, filósofo e
médico francês: “Todo o homem tem a capacidade individual para mudar o mundo”. Este
foi mais brando. Fez um belo discurso longo, contando a sua experiencia na
Guiné-Bissau e dos outros médicos e agradeceu a todos presentes.
Por fim, entrou em cena o
autor do livro Jornalista Manuel Vitorino, nasceu no Porto (Invicta Cidade) e
vive em Matosinhos. É jornalista há mais de 30 anos. Foi colaborador e depois
repórter em O Primeiro de Janeiro quando esteve à frente do jornal a escritora
Agustina Bessa-Luís. Depois trabalhou quase 25 anos no Jornal de Notícias.
Professor da disciplina de Jornalismo na Escola Segundaria de Valbom, Gondomar,
e em várias escolas de formação profissional. Frequentou o curso de História na
Faculdade de Letras da Universidade do Porto e possui a Pós-Graduação em
Direito da Comunicação pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra.
Pouco ou nada falou do livro
que ele próprio escreveu, em primeiro lugar agradeceu a família, a colaboração
do Dr. Miguel Pavão, o fotojornalista Hugo Delgado, dizendo: sem a vossa ajuda
não era possível hoje apresentar este livro, por isso, muito obrigado a todos
presentes. Apresentação do livro terminou eram 19h30m. Lá ficou na mesa assinar
os livros que foram comprados pelos leitores.
Meus senhores e minhas
senhoras julguei que iam dar oportunidade as pessoas para fazerem algumas “perguntinhas”
sobre o livro e os trabalhos feitos na Guiné-Bissau, nada disso aconteceu. Eu e
Dr. Filomeno Pina ficamos perplexos por não ter acontecido um “pouquinho” de
debate. Tínhamos muita vontade de questionar algumas coisitas (não era a justo
de contas, por terem posto a nossa terra á leu).
Neste momento o nosso país
esta adiado, como diz o título do livro, mas tenho a esperança que um dia os
nossos sonhos concretizem na Guiné-Bissau!
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarCaro amigo Paté Djod.
ResponderEliminarEstou inteiramente de acordo com a tua análise ao conteúdo das introversões do painel de convidados de ontem.
Eu também lá estive e apesar de curta a minha experiência no teu/vosso querido país, pareceu-me redutor a forma e o contexto daquilo que ali se disse.
Questionar um Estado africano falhado, num Estado europeu falhado, parece-me um assunto de muito mau gosto.
Afinal os ditos senhores que hoje tomam as rédeas da Guiné Bissau, são os mesmos que controlam o meu país - Portugal. (Banco Mundial, FMI e outros). Portanto, pedia-se contensão e humildade nas palavras proferidas, no mínimo.
A Guiné Bissau é um país que sofre há meio século. As gentes daquela terra querem é uma oportunidade para dar a volta... e vão conseguir.
A grandeza a generosidade e a força e vontade que eu presencio sempre que lá vou, são o suficiente para dizer com toda a convicção... a Guiné Bissau, vai conseguir atingir a paz, a estabilidade e a prosperidade que merece.
Bem haja.
José Manuel Novais, dr.
(Empresário português na Guiné Bissau)
Li atentamente o texto,senti me também triste pela situação da Guiné descrita. Uns anos antes da Paz em Angola diziam também que Angola é um País falhado.
ResponderEliminarA Guiné não é um País falhado mas sim um País durante 40 anos foi desgovernada com corrupção a alto nível o que fez de País região mais pobre de planeta. Mas uma nação é feita do território e o seu Povo. E a Guiné tem uma riqueza humana no País e na Diáspora que precisa de ser explorada rapidamente para mudar a situação que o País encontre. E todo o Guineense é consciente desta situação e apelamos a todos amigos da Guiné que nos ajude encontrar uma solução eficiente e duradoura.
A forma como o autor do livro quis mostrar o pior da Guiné talvez sem evocar aspectos positivos que o País tem e também não pode escamotear o passado histórico de 500 anos de colonização em que o Homem "Guinéu" era negado o direito do saber "escola" para não falar de outros direitos.
A construção de uma nação é um processo complexo que vai se construindo com altos e baixos. Temos exemplos de Grécia e Portugal com milhares anos de existência, mas hoje na Europa são Países economicamente falidos mas isto não faz destes Países "Países Adiados" tudo dependerá da vontade, determinação e a força do seus povos!
Espero que em breve que as embaixadas da Guiné no exterior sejam lugares das filas para obtenção de vistos " como País de modelo"
Bem haja!
Dr. Carlitos Malú.
Um abraço forte, Dr. Carlitos Malú.
ResponderEliminarÉ desta, que o nosso país se erguerá para sempre!