MpD acusa dois deputados do PAICV de "passar as mãos na cara" de ex-PM Carlos Veiga e fala em "vergonha nacional"
A sessão parlamentar de quinta-feira em Cabo Verde fica marcada por uma alegada tentativa de agressão de deputados da maioria ao antigo Primeiro-ministro e ex-líder da oposição.
O incidente verificou-se ao final do dia, quando os deputados discutiam o Relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito sobre as Obras Públicas, e segundo o líder da bancada do Movimento para a Democracia - Fernando Elísio Freire, o responsável é o próprio presidente da Assembleia Nacional - Basílio Mosso Ramos. Segundo a agência Inforpress e a edição online do semanário Expresso das Ilhas, que não adiantaram os nomes dos deputados em causa, um deles levantou-se para "passar as mãos na cara" de Carlos Veiga, o que Elísio Freire considerou uma atitude de "desrespeito". "Tudo se deve à forma parcial como o senhor presidente tem conduzido os trabalhos, retirando a palavra a deputados com direito a palavra. Esta forma tão parcial cria, naturalmente, um clima de crispação política ultrapassando os limites do razoável da competição entre partidos políticos", apontou Elísio Freire, numa conferência de imprensa depois do final dos trabalhos, já de noite. Para o líder parlamentar do MpD, o incidente com deputados do PAICV (no poder desde 2001 e maioritário no Parlamento) constituem uma "vergonha nacional". "O país assistiu a uma grave tentativa de agressão a Carlos Veiga, deputado e ex-Primeiro-ministro de Cabo Verde, por parte de deputados do PAICV. Exortamos todos os atores políticos, especialmente os membros do Governo e os deputados do PAICV a honrarem o percurso da democracia cabo-verdiana iniciada em 1991 e evitando qualquer tentativa de desqualificar a democracia nacional atingindo o seu coração que é o Parlamento", apelou Elísio Freire.
Para Elísio Freire, o PAICV "deixou cair a máscara do tremendo ódio que tem por Carlos Veiga e pelas grandes reformas que empreendeu no país", defendendo ser "normal" que os que viveram o período de partido único (1975/90) considerem a democracia "algo de mau", porque lhes retirou direitos e privilégios. Questionado sobre se Basílio Ramos deve apresentar a sua demissão depois dos incidentes, Elísio Freire lembrou que o MpD, a 27 de janeiro, retirou a confiança política ao presidente do Parlamento e que cabe ao "número dois" da hierarquia do Estado retirar as respetivas "consequências políticas".
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