Um comité científico especial liderado pelo Ministério da Saúde do Uganda acusou o Presidente ugandês, Yoweri Museveni, de fazer "má interpretação" do seu relatório para promulgar a lei que endurece as punições contra os homossexuais no país.
Na segunda-feira, o chefe de Estado do Uganda promulgou a lei que criminaliza os que não denunciam os "gays", estipulando uma pena de 14 anos de prisão para uma primeira condenação de comportamento homossexual e prisão perpétua para os casos de reincidência ou para os condenados por "homossexualidade agravada".
Hoje, o comité de cientistas nomeado no início do mês para analisar evidências científicas sobre as causas da homossexualidade, visando permitir que o Presidente ugandês tivesse uma melhor decisão na aprovação da lei, afirma que o seu relatório foi "deturpado".
Em carta enviada ao Presidente norte-americano, Barack Obama, que criticou a aprovação da lei anti-gay no Uganda, em dezembro, o chefe de Estado ugandês escreveu: "a conclusão unânime (da comissão científica ugandesa) foi de que a homossexualidade, ao contrário do que eu pensava anteriormente, é (uma prática) comportamental e não genética", e que "pode ser desaprendida".
Mas alguns cientistas citados hoje pela revista Science lamentaram a versão de Yoweri Museveni e do partido governamental, Movimento de Resistência Nacional do seu Partido, por alegadamente deturpar as suas descobertas.
"Eles citaram mal o nosso relatório", disse à revista Science Paul Bangirana, um psicólogo clínico da Universidade de Makerere, em Kampala, acrescentando que "o relatório não refere em nenhum lado que a homossexualidade não é genética, e não diz que ela poderia ser desaprendida".
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