terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

IRÃO FESTEJA 35 ANOS DA REVOLUÇÃO ISLÂMICA.

Milhares de pessoas sairão às ruas do Irão nesta terça-feira para comemorar os 35 anos da Revolução Islâmica. O evento é a máxima celebração da ideologia do regime. Mas, neste ano, a festa acontece em meio a uma grande mudança em Teerã. Essa é a primeira vez desde a revolução que o Irã está dialogando diretamente com os Estados Unidos.
No dia 11 de fevereiro de 79, o aiatolá Khomeini proclamou a vitória da Revolução Islâmica contra a monarquia. Era o fim da aliança do Irã com o Ocidente e o início de muita tensão. Desde então, iranianos e americanos viraram inimigos mortais principalmente depois da tomada da embaixada dos EUA em Teerã. O aiatolá Khomeini chamava o governo americano de "Grande Satã".

Nos anos 80, os Estados Unidos apoiaram o Iraque de Saddam Hussein quando ele atacou o Irão numa guerra que matou um milhão de pessoas. Khomeini morreu em 1989 e os iranianos se aproximaram da Europa. Mas, com os EUA a relação continuou péssima, principalmente sob a presidência americana de George W. Bush.

Hoje em dia, no entanto, as coisas são bem diferentes. Diplomatas iranianos e americanos já conversam e posam para fotos. Em setembro passado, os presidentes Hasan Rohani e Barack Obama até se falaram ao telefone. O resultado mais visível desse diálogo é um histórico acordo para tentar pôr fim ao dossiê nuclear iraniano.

Essa reviravolta tem varias razões. A primeira é a eleição de Hasan Rohani à presidência do Irã em junho. Rohani prometeu acabar com as sanções que devastam a economia iraniana e, para isso, ele fez concessões nucleares. Pelo lado americano, Obama aposta que o Irã pode ser um parceiro estratégico no Oriente Médio e no Afeganistão.

Mas ainda há muita gente torcendo contra uma reaproximação. Também é certo que atritos continuarão como no caso da Síria ou da Palestina. De todo modo, Irão passa por grandes mudanças. A esperança de muitos iranianos é que essas mudanças na frente externa abram caminho para reformas internas. Dentro de casa, porém, a repressão continua.

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