Bissau (Lusa, 16 de Janeiro de 2014) – A dois meses das eleições gerais na Guiné-Bissau, a 16 de Março, o país está à espera que o parlamento altere a lei eleitoral e assim evite novo adiamento da votação, explicaram à agência Lusa fontes ligadas ao processo.
Segundo a lei, é altura de afixar em locais públicos os cadernos eleitorais, mas, após várias dificuldades, o recenseamento foi prolongado e ainda decorre, pelo que a solução para salvar a data das eleições passa por um encurtamento de prazos legais.
As alterações à lei já terão sido concertadas entre os principais representantes políticos, militares e da sociedade civil da Guiné-Bissau, numa reunião realizada a 04 de Janeiro, na capital, segundo referiu na altura o porta-voz do Governo de transição, Fernando Vaz, mas a ratificação cabe à Assembleia Nacional Popular (ANP).
No entanto, a sessão que deve prolongar o recenseamento até final de Janeiro e validar novos prazos no processo eleitoral não tem data marcada e ainda não foram convocados os órgãos de análise prévia, isto é, a comissão permanente e a conferência de líderes, disse hoje fonte parlamentar à agência Lusa.
A mesma fonte disse à Lusa que não há nenhuma indicação sobre a data em que qualquer um dos órgãos se deverá reunir.
Um dos obstáculos que ameaçava condicionar os trabalhos foi entretanto desbloqueado: foi suspensa a greve de funcionários do parlamento mediante a promessa do conselho de administração da ANP de, até sexta-feira, pagar dois meses de salários em atraso.
O recenseamento eleitoral estava marcado para Dezembro, mas como foi registado um número reduzido de eleitores, as autoridades decidiram prolongá-lo até final de Janeiro.
Esta semana, o Governo de transição fez um ponto de situação junto dos parceiros internacionais que acompanham o processo e anunciou que cerca de 60 por cento de eleitores estavam cadastrados.
Um total de 150 novos “kits de recenseamento” (conjuntos de equipamento informático portátil) que deviam entrar em funcionamento para cobrir o país só o serão “talvez na sexta-feira ou no sábado”, disse à Lusa fonte do Gabinete Técnico de Apoio ao Processo Eleitoral (GTAPE).
Para o novo equipamento estar pronto, falta instalar programas nos computadores para recolha de impressões digitais dos eleitores e determinar quais os agentes que irão operar os “kits” – a selecção dos agentes deve ser concluída hoje, após uma prova de aptidão a mais de 500 candidatos, acrescentou a mesma fonte.
Na terça-feira, chegou a Bissau “uma boa remessa” de tinteiros oriundos de Timor-Leste para resolver a escassez que impedir a impressão de cartões de eleitor.
De acordo com o GTAPE, “os cartões que estavam pendentes vão ser imprimidos e entregues aos seus donos nos próximos dias”, referiu.
A falta de boletins de recenseamento vai também ser suprida com impressão pela imprensa nacional, sendo que os cadernos que têm sido utilizados e que esgotaram foram impressos em Timor-Leste, concluiu a mesma fonte.
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