O chefe de Estado,, que falava hoje no quartel do Estado-Maior General das Forças Armadas guineenses, explicou que não convocou a PAI-Terra Ranka, liderada por Domingos Simões Pereira, por este, alegadamente, ter faltado a uma outra convocatória por si feita no início deste mês.
Na altura, o líder da PAI-Terra Ranka, também presidente do parlamento guineense, afirmou que não compareceu na audiência com Embaló por não ter sido convocado enquanto segunda figura do país ou membro do Conselho de Estado.
"Chamei os partidos e coligações com exceção do PAI-Terra Ranka. Com estes, temos de conversar ainda", afirmou Sissoco Embaló, que não especificou os motivos das novas reuniões de sexta-feira.
"O Presidente não convida, convoca. Têm de me dizer porque não vieram da outra vez. Se o Presidente convocar, por valores republicanos, tens de responder, mesmo não estando de acordo com ele", sublinhou Umaro Sissoco Embaló.
O Presidente guineense reuniu-se hoje, durante cerca de quatro horas, com as chefias militares, para, segundo disse, abordar as celebrações do dia das Forças Armadas, a 16 de novembro próximo.
Vestido de uniforme militar e a ostentar as quatro estrelas da sua patente de general do exército guineense na reserva, Sissoco Embaló, que estava ladeado das chefias militares, abordou igualmente as movimentações de líderes de organizações da sociedade civil nos últimos dias.
A sociedade civil, que se encontrou com Embaló e com várias forças políticas, quer que as eleições legislativas de 24 de novembro sejam adiadas para que a classe política possa abrir um diálogo nacional para a busca de entendimentos que dizem faltar ao país neste momento.
A plataforma da sociedade civil considera que realizar eleições legislativas quando se registam clivagens entre a classe política, que não se entende sobre o funcionamento do Supremo Tribunal de Justiça e do mandato da Comissão Nacional de Eleições, seria levar o país a problemas.
"Tomei nota das preocupações da sociedade civil, mas disse-lhes que cabe ao Governo e outros atores políticos avaliarem a situação, assim como a Comissão Nacional de Eleições", afirmou Umaro Sissoco Embaló.
"A questão é o pós-eleições. A Guiné-Bissau já realizou várias eleições, se calhar somos o país do mundo que mais organiza eleições. Nunca um Governo da Guiné-Bissau, saído de eleições, chegou ao término do seu mandato", acrescentou o chefe de Estado guineense.
Umaro Sissoco Embaló observou também que José Mário Vaz, que o antecedeu na presidência guineense, é, até aqui, o único Presidente eleito a terminar o seu mandato, sem ser derrubado por golpe de Estado ou ser assassinado.
O Presidente guineense disse, contudo, que já tem preparado o seu cartão de eleitor para votar no dia 24 de novembro, salientando que caberá ao Governo analisar se existem ou não condições técnicas para o escrutínio ser realizado naquela data.
"O Presidente da República não organiza eleições. Recebe uma proposta de data, por parte do Governo, mesmo em caso de eleições presidenciais, mas até aqui o Governo não me disse para adiar as eleições legislativas de novembro", declarou.
Conosaba/Lusa
Sem comentários:
Enviar um comentário