A Guiné-Bissau recebe esta semana mais de um milhão de vacinas para proteger 900.000 crianças do sarampo e da rubéola, que serão entregues ao Governo guineense pela UNICEF.
A organização das Nações Unidas para a infância (UNICEF) conta com o financiamento da GAVI, uma parceria internacional público-privada que promove a vacinação de cerca de metade das crianças do mundo contra algumas das doenças com maior índice de mortalidade à escala global.
As vacinas chegam a Bissau em três voos separadas até ao final desta semana e são entregues ao Governo guineense para serem administradas durante uma campanha nacional de vacinação que decorre durante o mês de outubro.
A UNICEF esclarece, em comunicado, que estas vacinas "protegerão cerca de 900.000 crianças, com idades compreendidas entre os nove meses e os 14 anos, contra o sarampo e a rubéola.
Aquela organização explica que "estas remessas fazem parte do apoio da GAVI ao Governo da Guiné-Bissau nos esforços para passar da utilização de uma vacina apenas contra o sarampo para uma vacina combinada contra o sarampo e a rubéola".
"Esta transição é fundamental para alargar a cobertura dos programas de imunização para proteger contra ambas as doenças simultaneamente", sustenta.
Na sequência do acordo entre o Governo da Guiné-Bissau, a GAVI e a UNICEF, a entrega das vacinas contra o sarampo e a rubéola está a ser organizada através da divisão de abastecimento da organização das Nações Unidas em Copenhaga, na Dinamarca.
A UNICEF alerta que o sarampo é altamente contagioso e o vírus pode ser contraído por alguém até duas horas depois de uma pessoa infetada ter saído de uma sala".
Propaga-se pelo ar e infeta o trato respiratório, podendo matar crianças mal nutridas ou bebés demasiado novos para serem vacinados.
A infeção com sarampo é seguida de febre alta, erupção cutânea que se espalha pelo corpo, tosse, nariz a pingar e olhos vermelhos e lacrimejantes, com a doença a enfraquecer o sistema imunitário do corpo.
A doença conduz frequentemente a complicações graves que incluem cegueira, encefalite, diarreia grave e infeções graves das vias respiratórias, como a pneumonia.
A rubéola é uma infeção causada por um vírus e é particularmente perigosa para adolescentes e mulheres grávidas.
Segundo a descrição, quando uma mulher é infetada com o vírus da rubéola no início da gravidez, tem 90% de hipóteses de transmitir o vírus ao feto, o que pode causar a morte deste ou defeitos congénitos graves, como surdez, cegueira e defeitos cardíacos, conhecidos como Síndrome da Rubéola Congénita (SRC).
As crianças que contraem rubéola apresentam erupções cutâneas e febre baixa, estando a doença por vezes associada a dores nas articulações e a um inchaço dos gânglios linfáticos.
A organização lembra que as vacinas contra o sarampo e a rubéola evitam a propagação.
A UNICEF calcula que, em média, 21 milhões de crianças por ano não são vacinadas contra o sarampo, o que tem resultado em surtos de sarampo em vários países do mundo, incluindo na Guiné-Bissau em 2021 e 2022.
Conosaba/Lusa
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