Futebol: CAMPEONATO NACIONAL PASSA A DESIGNAR-SE “LIGA ORANGE”


O Campeonato Nacional de Futebol da Primeira Divisão da Guiné-Bissau passará a chamar-se “Liga Orange”, durante a época desportiva 2024-2025, após acordo alcançado entre a Liga Guineense dos Clubes de Futebol (LGCF) e a Empresa de Telecomunicações “Orange Bissau”, que opera no país desde 2007.

O acordo, que vai permitir à Orange Bissau ser a principal patrocinadora do Campeonato Nacional de futebol durante uma época desportiva, foi rubricado no mês de setembro do ano em curso, entre as duas instituições, permitindo à LGCF melhorar os prémios de Campeão Nacional da Primeira e Segunda divisões de Futebol.

A informação foi transmitida à seção desportiva do Jornal O Democrata esta terça-feira, 29 de outubro, pelo próprio presidente da LGCF, Dembo Sissé, durante uma entrevista para anunciar os preparativos, tendo em vista a nova época desportiva que arranca no mês de novembro na Guiné-Bissau.

“Os campeonatos da primeira e segunda divisão serão denominados a Liga Orange, após acordo que a LGCF chegou com a empresa Orange Bissau. Assinamos o contrato de patrocínio para uma época desportiva 2024-2025. Os valores que a Orange Bissau afeta à Liga nos permitirá melhorar os prémios dos campeonatos da época que se avizinha, aumentando 50% do valor atribuído ao campeão nacional, 10 milhões de francos CFA, totalizando 15 milhões de francos CFA. O prémio da segunda divisão sai de 5 milhões francos CFA para 7,5 milhões de francos CFA”, declarou Dembo Sissé.

Embora não tenha revelado o montante total que a empresa Orange Bissau vai disponibilizar como patrocinadora oficial, Sissé assegura que o apoio desta empresa de telecomunicações ajudará a acompanhar as dinâmicas e o reforço das capacidades dos clubes, através das subvenções.

Satisfeito pelo fato de a Guiné-Bissau conseguir o primeiro patrocínio oficial para o Campeonato Nacional após 50 anos de independência, Sissé enalteceu o apoio prestado pela Presidência da República, que permitiu a LGCF alcançar o acordo com a empresa Orange Bissau no mês de setembro, após vários encontros em busca de um entendimento.
“Foi possível chegar ao acordo com a magistratura de influência do Chefe de Estado. Enviamos correspondências para diferentes empresas sediadas, mas não responderam. No encontro que tivemos com o Presidente da República, pedimos que utilizasse a sua magistratura de influência junto das empresas para apoiarem os clubes de futebol. Neste sentido, o Presidente da República fez questão de convocar todas empresas, incluindo a Orange Bissau, pedindo para apoiarem os clubes e a Orange foi a única que se disponibilizou em fazê-lo.

Sissé, que já entrou no terceiro ano do mandato como presidente da LGCF, assegurou que o contrato é apenas de uma época desportiva, mas tem possibilidade de ser renovado. Defendeu que é fundamental que a Lei do Mecenato, um conjunto de incentivos de natureza fiscal, se traduza na redução de impostos a quem contribua para o desenvolvimento cultural num país.

Relativamente ao início da época desportiva aberta a 07 de outubro, onde os clubes estão com as formalidades administrativas, nomeadamente as inscrições dos seus atletas, disse que a instituição que organiza o Campeonato Nacional já realizou duas ações de formação para os dirigentes dos clubes nas instalações da casa dos direitos em Bissau.

Segundo as explicações de Sissé, a Direção da LGCF já teve encontro de concertação com a Direção Técnica da Federação de Futebol da Guiné-Bissau e na próxima semana será realizado o sorteio do Campeonato Nacional da primeira divisão.

Com a realização do sorteio, a Liga Orange inicia na terceira ou quarta semana de novembro de 2024. Mas, o início do Campeonato Nacional será antecipado do jogo da Super Taça, entre o Sport Bissau e Benfica, campeão nacional, e a União Desportiva Internacional de Bissau (UDIB).

Em relação ao Campeonato da Segunda Divisão, o presidente da LGCF assegurou que a prova apenas arranca no mês de janeiro de 2025, tendo em conta a última deliberação da Federação de Futebol que exigiu dos clubes a realização decongressos ordinários para renovar os seus órgãos sociais.

Sissé afirmou que órgãos sociais de oito clubes já terminaram o seu mandato de 4 anos, entre os quais o Benfica de Bissau. Caso não renovem os respetivos órgãos sociais estarão em risco de não receberem a subvenção da Federação de Futebol e com a possibilidade de não participarem no Campeonato Nacional.

Neste sentido, Sissé disse que a LGCF está agora a sensibilizar os clubes para trabalharem na renovação dos seus órgãos sociais o mais breve possível para evitar riscos maiores.

Para além do patrocínio que a LGCF conseguiu nesta época desportiva, os clubes de futebol vão poder jogar nos dois estádios com relvado sintético. Trata-se do Estádio Saco Vaz, em Canchungo, e Estádio Pelé, em Bafatá, segunda capital da Guiné-Bissau.

Os trabalhos de requalificação dos dois estádios estão na fase final, segundo o presidente da LGCF.

A LGCF perspetiva que, na época desportiva 2024-2025, todos os jogos da Liga Orange sejam realizados nos Estádios Lino Correia, Saco Vaz e Pelé. Sissé anunciou que a direção que preside terá um encontro com a ministra da Cultura, Juventude e Desportos, Maria da Conceição Évora, no sentido de permitir que alguns jogos da Liga Orange sejam realizados no Estádio Nacional 24 de setembro em Bissau.

O Estádio Nacional 24 de setembro é o único recinto do país com a capacidade para receber os jogos internacionais, mas nos últimos anos tem sido utilizado apenas nos jogos da seleção da Guiné-Bissau, na fase de qualificação para o Campeonato Africano das Nações (CAN) e o Campeonato do Mundo.

O clube de Cumura, que na última época desportiva conseguiu a subida à primeira divisão, será a grande novidade da Liga Orange. O clube, sediado nos arredores de Bissau, será representante da região de Biombo no Campeonato Nacional da primeira divisão da época desportiva 2024-2025.

A outra novidade será a equipa de Háfia de Bafatá, que há anos esteve na segunda liga, finalmente vai disputar a Liga Orange nesta época.

No ano em que Amílcar Cabral completou o seu centenário, a Direção da LGCF prometeu que realizaria uma competição com o nome do pai das nacionalidades da Guiné-Bissau e de Cabo-Verde, aumentando o número de jogos para os atletas nacionais.

Por: Alison Cabral
Conosaba/odemocratagb

Carta aberta: GRUPO DE GUINEENSES CRITICA A CEDEAO PELA INCAPACIDADE DE BUSCAR SOLUÇÃO DURADOURA PARA O PAÍS

Mais de 80 guineenses criticaram a CEDEAO por provar não só ser incapaz de lograr uma solução efetiva e duradoura, como também denotar uma cumplicidade indisfarçável com a agenda macabra de destruição da nação em curso, tendo liminarmente ignorado qualquer tentativa de resolução, no quadro da lei, da recente crise política na Guiné-Bissau.

“É bastante perturbador constatar que todos esses atos ilegais e criminosos são levados a cabo, impunemente, sob o olhar cúmplice da CEDEAO, o que nos leva a questionar a utilidade desta organização sub-regional que é suposto ser a nossa casa comum, já que as diligências político-diplomáticas que enceta desde 2012 só têm contribuído para cristalizar a crise política existente na Guiné-Bissau” lê-se na carta enviada à União Africana com o assunto: “Restauração da ordem democrática na Guiné-Bissau”.

Os subscritores da carta, na sua maioria, guineenses residentes em Portugal, acusam o Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, “coadjuvado pelas chefias militares”, de controlar o sistema judiciário, violando de forma flagrante a Constituição da República que jurou cumprir e fazer cumprir.

“Desrespeitou tudo o que representamos enquanto povo. O Sr. Sissoco Embaló está a destruir progressivamente a nossa terra. Se a Organização da Unidade Africana (OUA), predecessora da União Africana (UA), esteve do nosso lado durante a luta pela independência, é um paradoxo perturbador ver a CEDEAO ao lado do ditador que, além de mostrar não ter agenda de desenvolvimento para o nosso país, desrespeita deliberadamente o povo que o elegeu. Assim sendo, nesta deriva autoritária sem precedentes, usurpa todos os órgãos da soberania, espanca os críticos, cria divisões nos partidos políticos e na sociedade guineense em geral” denunciaram os subscritores.

O grupo fez referência aos congressos extraordinários realizados à revelia dos estatutos dos respectivos partidos, da lei-quadro dos partidos políticos e da própria Constituição da República, para eleger novas lideranças e anotados pelo Supremo Tribunal de Justiça, e o sequestro durante duas semanas de três juízes do Tribunal Militar.

“Salta à vista, até para o observador menos atento da realidade política guineense, que a nossa terra está infestada de corrupção em todas as esferas do poder de Estado, exacerbado e financiado pelo tráfico de drogas em escala industrial” insistiu.

Fez também a referência à apreensão de uma aeronave com mais de duas toneladas e meia de droga que aterrou em plena luz do dia no principal e único aeroporto internacional do país.

“A comunidade internacional, em especial a União Africana, não pode continuar indiferente à situação política da Guiné-Bissau, como se se tratasse da filha de uma deusa menor abandonada à sua sorte num maré de absurdos” lê-se.

“Hoje, perante a manifesta conivência da CEDEAO com o implacável regime ditatorial na Guiné-Bissau, vimos solicitar à União Africana para, inspirando-se nos seus ideais fundacionais, acudir aos clamores do nosso povo em sofrimento, sobretudo assumindo as rédeas do problema e vir ajudar-nos na defesa intransigente da democracia participativa e do Estado de Direito democrático, que andamos a reclamar estes anos todos sem sucessos” escreveram os subscritores.

“Se, perante estes factos gravíssimos, os senhores se obstinarem a não assumir, com carácter de urgência, a vossa responsabilidade para restaurar o Estado de Direito democrático no nosso país, seremos obrigados, em cumprimento de dever cívico-patriótico para com o nosso povo, a fazer uma participação ao Conselho de Segurança da ONU e ao Tribunal Penal Internacional, responsabilizando nomeadamente a Conferência de Chefes de Estado e de Governo da CEDEAO – por cumplicidade nas consequências que venham a decorrer das acções macabras do Sr. Umaro Sissoco Embaló contra o inofensivo povo guineense” afirmaram.

Lembraram ainda na carta que Sissoco Embaló criou, “à margem das leis da República”, um corpo de milícias afecto à presidência e o seu exército pessoal de mais de mil homens para fazer avançar os seus intentos ditatoriais e maléficos.

“E, no dia em que, com a nossa luta, resgatarmos a nossa terra das amarras da ditadura, enquanto cidadãos, empreenderemos diligências junto dos deputados da ANP no sentido de convocar um referendo para a saída do nosso país da CEDEAO. Se esta organização sub-regional não consegue ajudar o nosso país nos momentos conturbados e cruciais, que vantagem temos de continuarmos a fazer parte dela? A resposta é obviamente negativa” questionaram.

“Não queremos paliativos que paradoxalmente acentuam os nossos problemas. Desejamos, sim, apoio moral efetivo a fim de restaurar o Estado de Direito – o fundamento da própria democracia – e construir instituições fortes que garantam o seu funcionamento perene, numa nação onde os dirigentes trabalham com espírito de missão pelo bem coletivo” disseram.

Por: Tiago Seide
Conosaba/odemocratagb

Domingos Simões Pereira rejeita adiamento das legislativas na Guiné-Bissau

A Guiné-Bissau continua na incerteza quanto à realização das legislativas antecipadas marcadas para o dia 24 de Novembro. Ainda que algumas organizações da sociedade civil defendam o seu adiamento, o líder da coligação PAI-Terra Ranka, Domingos Simões Pereira, rejeitou qualquer possibilidade de se adiar o escrutínio, argumentando que se não se mantiver a votação, o Governo deve ser restituído à PAI-Terra Ranka e o Parlamento reabilitado.

Esta quarta-feira, o líder da coligação Plataforma Aliança Inclusiva (PAI-Terra Ranka), da Guiné-Bissau, Domingos Simões Pereira, rejeitou a possibilidade de adiamento das eleições legislativas previstas para 24 de Novembro.

“Se não há condições para realizar (eleições) isso não é da nossa competência, nem nossa atribuição. Nós exigimos que se realize as eleições ou que se reponha a normalidade no funcionamento das instituições”, defendeu o presidente eleito do parlamento dissolvido pelo Presidente da República em Dezembro de 2023.

Domingos Simões Pereira considerou que em caso do adiamento das eleições deve ser restituído o Governo à PAI-Terra Ranka, que o parlamento deve ser reabilitado e que o Supremo Tribunal de Justiça, sem quórum de juízes, deve ser reposto.

As declarações aos jornalistas foram feitas na cerimónia de apresentação pública do programa eleitoral da coligação PAI-Terra Ranka e dos candidatos a deputados ao parlamento, nos 29 círculos eleitorais em que o próprio Simões Pereira aparece como cabeça-de-lista.

O líder da PAI-Terra Ranka afirmou que a sua coligação “está pronta” para iniciar com a campanha eleitoral no próximo sábado, em Bissau.

O Movimento da Sociedade Civil propôs que o escrutínio seja adiado, considerando que não há condições para realizar eleições em Novembro devido ao nível de crispação existente no país, sobretudo entre a classe política.

Nas eleições legislativas realizadas em Junho de 2023, a coligação PAI-Terra Ranka venceu com 54 dos 102 deputados ao parlamento, mas em Dezembro do mesmo ano o Presidente guineense dissolveu o hemiciclo e demitiu o Governo. Umaro Sissoco Embaló invocou a existência de uma “grave crise institucional” no país e a ocorrência de uma alegada tentativa de golpe de Estado.

Domingos Simões Pereira, que é igualmente presidente do PAIGC, frisou que “não se pode fazer tábua rasa” dos resultados das últimas eleições legislativas, pelo que a sua coligação deverá ser sempre chamada a liderar qualquer Governo no país. Em causa, a possibilidade de diálogo nacional proposto pelo Movimento da Sociedade Civil e que alguns sectores políticos e sociais defendem que deverá culminar com a criação de um Governo de Unidade Nacional.

Deputados cabo-verdianos exigem justiça no caso de Odair Moniz e condenam "racismo"

Falecido, Odair Moniz

Deputados de Cabo Verde exigiram hoje justiça após a morte de Odair Moniz, em Portugal, baleado por um agente da polícia, condenando o que classificam como "racismo" e exigindo um "posicionamento claro e duro" do Estado.

"É condenável [e, depois de] haver resultado do inquérito, creio que o Estado de Cabo Verde deverá ter um posicionamento claro, duro, porque já estamos numa fase de desenvolvimento da humanidade em que não se pode permitir o racismo", afirmou Orlando Dias, deputado do Movimento para a Democracia (MpD, no poder).

As declarações foram feitas no parlamento, durante a segunda sessão plenária de outubro, que decorre até quinta-feira, na qual o caso de Odair Moniz foi hoje debatido.

Por sua vez, o deputado do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, oposição) João Baptista Pereira criticou a "maneira como os cabo-verdianos são tratados em Portugal", afirmando que a morte de Odair Moniz "não é um caso isolado" e reflete um "racismo estrutural".

A deputada da União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID, oposição) Zilda Oliveira manifestou apoio à família de Odair e apelou à calma na comunidade cabo-verdiana, afirmando que "a violência não pode ser combatida com violência".

"Aguardamos os resultados do inquérito e esperamos que se faça justiça. Nós somos todos seres humanos, independentemente da cor, da origem e da cultura", acrescentou.

Odair Moniz, cidadão cabo-verdiano de 43 anos e morador no Bairro do Zambujal, na Amadora, foi baleado por um agente da PSP na madrugada de 21 de outubro, no Bairro da Cova da Moura, no mesmo concelho, e morreu pouco depois, no hospital.

A Inspeção-Geral da Administração Interna e a PSP abriram inquéritos, e o agente que baleou o homem foi constituído arguido.

Nos dias seguintes, o Presidente, José Maria Neves, e o primeiro-ministro cabo-verdiano, Ulisses Correia e Silva, expressaram confiança na justiça portuguesa e apelaram à serenidade, repudiando declarações contra a imigração cabo-verdiana, nomeadamente por parte do partido Chega.

Conosaba/Lusa

PAIGC aprova moção de confiança ao líder Domingos Simões Pereira na Guiné-Bissau


O comité central do PAIGC renovou a confiança no presidente, Domingos Simões Pereira, depois do pedido de clarificação da liderança por parte de dirigentes do partido membros do Governo de iniciativa presidencial da Guiné-Bissau.

O Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) convocou para terça-feira uma sessão extraordinária do comité central para analisar a situação política do país que acabou por se centrar nas legislativas marcadas para 24 de novembro e na liderança de Simões Pereira.

Depois de reunido durante várias horas, o comité central aprovou por maioria uma moção de confiança ao presidente Simões Pereira, com 344 votos a favor, um voto contra e duas abstenções entre os 247 membros que participaram na sessão extraordinária.

Os resultados foram anunciados pelo porta-voz do PAIGC, Muniro Conte, com a indicação de que a moção de confiança foi aprovada "pela liderança sólida, competente, visionária e responsável à frente do partido".

O comité central aprovou, também, a lista de deputados, o programa eleitoral da coligação PAI-Terra Ranka, liderada pelo PAIGC, e um pedido do "reforço da unidade dos militantes, colocando os interesses do partido acima dos pessoais".

Nas resoluções finais, o comité central exorta ainda "os militantes do partido a respeitar as decisões da maioria assumidas nos órgãos estatutários".

Esta sessão extraordinária foi convocada depois de um grupo de dirigentes do PAIGC ter exigido a Domingos Simões Pereira que clarifique a sua posição em relação às eleições legislativas, sobre se é ou não candidato a primeiro-ministro.

A posição foi assumida num carta dirigida ao presidente do PAIGC e assinada por dirigentes que integram o atual Governo de iniciativa presidencial que substituiu o executivo da maioria PAI-Terra Ranka, depois de o Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, ter dissolvido o parlamento presidido por Simões Pereira.

O grupo integra oito nomes, entre eles o atual primeiro-ministro, Rui Duarte de Barros, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Carlos Pinto Pereira, o ministro dos Combatentes da Liberdade da Pátria, Aly Hijazy, e o ministro das Pescas, Mário Mussante.

Na carta pedem ao presidente do partido que clarifique aos militantes do PAIGC se pretende ser primeiro-ministro ou candidato às próximas eleições presidenciais.

Simões Pereira respondeu, entretanto, que o presidente do partido é candidato a primeiro-ministro, de acordo com os estatutos.

Os signatários da carta afirmam que "é óbvio para qualquer observador atento" que este continua a bater-se para ser Presidente da República, no que dizem ser "uma pretensão legítima".

Aqueles dirigentes do PAIGC observam, contudo, que as pretensões de Pereira não podem colocar em causa os interesses do partido e, por via disso, pedem uma clarificação sobretudo em relação a quem o vai substituir como candidato ao cargo de primeiro-ministro, em caso da vitória nas legislativas.

Os signatários da carta defendem que "parece estar a acontecer" um processo de substituição.

Nas últimas eleições legislativas realizadas em junho de 2023, Simões Pereira apresentou-se como cabeça-de-lista da coligação PAI-Terra Ranka e, com a vitória eleitoral, o partido indigitou o primeiro vice-presidente, Geraldo Martins, para o cargo de primeiro-ministro, e Simões Pereira acabou por ocupar a presidência do parlamento.

Conosaba/Lusa

Chefe das Forças Armadas guineenses afasta cenário de convulsões no país

O general Na N'Tan disse que, ao contrário do que se especula no país, não está à espera de convulsões políticas que possam degenerar em violência, sublinhou em entrevista à Lusa.

"Não, eu acho que não. Eu acho que não. Eu não estou à espera dessa situação. Onde vai sair essa situação que pode ultrapassar a polícia até chegar às Forças Armadas? Não sei", declarou o Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas guineenses.

Na N'Tan, 74 anos, afirmou, contudo, que as Forças Armadas estão prevenidas e sempre alerta sobre o seu papel, no âmbito da Constituição, que lhes dá como missão a defesa da integridade territorial.

"Essa é a prioridade das prioridades. Mas eu continuo aqui a garantir a estabilidade da Guiné-Bissau, apesar do diz-que-diz, mas eu acho que a paz tem de prevalecer. A minha prioridade é a paz e a tranquilidade", destacou.

O general, que está nas Forças Armadas desde 1963, aconselhou os políticos a estudarem melhor a Constituição - que jura não desrespeitar nunca - quando lhe pedem que seja mais enérgico com o Presidente da República.

"O Presidente da República é o Comandante Supremo das Forças Armadas. Em nenhum momento, o Chefe do Estado-Maior pode dizer ao Presidente da República que vou convocar uma reunião em que ele terá de participar. Afinal quem manda no outro?", questionou.

Acusações infundadas

Os opositores ao regime do presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, têm acusado as Forças Armadas, nomeadamente o general Na N'Tan, de "passividade" perante alegadas arbitrariedades e violações da Constituição por parte do chefe de Estado.

Os apelos no sentido de as Forças Armadas chamarem à razão os detentores do poder político são uma constante nos últimos anos na Guiné-Bissau.

A classe política acusa ainda as Forças Armadas de caucionar as proibições às liberdades de manifestação decretadas pelo Governo e ainda os raptos e espancamentos de opositores ao regime.

A estes, Biaguê Na N'Tan responde que as Forças Armadas só poderão intervir em questões de segurança pública em situação de estado de sítio e sob ordens diretas do Comandante Supremo, neste caso do presidente.

Em situações de "normalidade", no entender do general, cabe ao Ministério do Interior garantir a segurança das pessoas, inclusive na vigilância a residências de líderes políticos.

Biaguê Na N'Tan frisou, com insistência, que o chefe das Forças Armadas é nomeado pelo Presidente da República para cumprir com as regras estabelecidas na Constituição, mas, em nenhum momento, os militares podem intervir em questões de natureza política no país.

"Se eu estiver a intervir na política é porque não sou Chefe do Estado-Maior" das Forças Armadas, rematou.

Conosaba/Lusa

4 e 5 de Novembro de 2024 - Fórum no âmbito dos 50 anos da Independência dos PALOP e Moçambique na UCCLA

 

Vai decorrer, nos dias 4 e 5 de novembro, no auditório da UCCLA, o Fórum subordinado ao tema” Inovação, Vias Férreas, Infraestruturas Tecnológicas e Apoios Logísticos”, organizado pela Casa de Moçambique no âmbito dos 50 anos da Independência dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) e de Moçambique em particular.

O fórum, que terá início às 10 horas, irá reunir diversos responsáveis e comunidade moçambicana na diáspora.

Programa: https://www.uccla.pt/sites/default/files/2024-10/Forum-4e5Novembro2024.pdf 

Com os melhores cumprimentos,


https://assinaturaemail.cm-lisboa.pt/uccla-assinatura.png


Anabela Carvalho

Assessora de Comunicação

Email: anabela.carvalho@uccla.pt | uccla@uccla.pt
www.uccla.pt | UCCLA no Facebook | UCCLA no LinkedIn 

O Secretariado Nacional do MADEM-G15 (JUADEM), informa a comunidade nacional e internacional do rapto do jovem ativista político, Sebastião Lopes, por agentes de Segurança do Ministério do Interior e da Ordem Pública


 MOVIMENTO PARA ALTERNANCIA DEMOCRÁTICA, GRUPO DOS 15, MADEM-G15

SECRETARIADO NACIONAL
COMUNICADO À IMPRENSA
O Secretariado Nacional do MADEM-G15 (JUADEM), informa a comunidade nacional e internacional do rapto do jovem ativista político, Sebastião Lopes, por agentes de Segurança do Ministério do Interior e da Ordem Pública, ontem, dia 28 de Outubro de 2024, no seu local de trabalho, no bairro de Hafia.
O ativista foi raptado de forma abusiva e arbitrária e colocado num taxi por um grupo dos agentes de Segurança do Ministério do Interior e da Ordem Pública, sem que tenha sido apresentado qualquer mandado judicial e carece de algum fundamento legal que justificasse o tal acto.
O Sr. Sebastião Lopes continua incomunicável, e com informações indicando que o ativista está a ser submetido a maus tratos
Contudo, fez-se várias diligências junto das autoridades competentes para sua libertação, infelizmente sem sucesso.
Outrossim, lembremos ainda que, devido as perseguições constantes deste regime do Umaro Sissoco Embaló aos militantes e dirigentes do MADEM-G15, o nosso camarada Seco Baio, Coordenador de Sector Autónomo de Bissau, se encontra num lugar incerto até a presente data.
Tendo em conta estas e outras situações que têm colocado em causa o Estado de Direito Democrático na Guiné-Bissau, o Secretariado Nacional do MADEM-G15, vem por este meio, tornar público o seguinte:
1. Condenar veementemente este rapto perpetrada por agentes de Segurança do Ministério do Interior e da Ordem Pública;
2. Exigir a libertação imediata e incondicional do ativista do nosso partido, o camarada Sebastião Lopes;
3. Responsabilizar os senhores Botche Candé e José Carlos Macedo Monteiro, nomeadamente, Ministro e Secretario de Estado da Ordem Publica, respetivamente, ambos membos do governo da iniciativa presidencial, sob as responsabilidades directas do sr. Presidente da República por qualquer comportamento que possa colocar em causa a integridade fisica e moral do nosso camarada Sebastião Lopes;
4. Chamar atenção a comunidade nacional e internacional, sobre os reiteirados abusos de poder, perseguições e arbitrariedades que têm sido cometidos pelo actual Governo de iniciativa presidencial.
Feito em Bissau, aos 29 dias do mês de Outubro de 2024.
Secretariado Nacional
Abel da Silva Gomes

CRIMES ECONÓMICOS.



Os piores crimes que um governante pode cometer não estão capitulados no Código Penal, podem ser cometidos sem infringir nenhum dos seus artigos: são os crimes de lesa economia nacional, deve merecer um forte Desgraçadamente, guine Bissau tem experimentado uma série contínua deles ao longo das últimas décadas. Começaram pelas protestos selvagens e pela destruição da city Continuaram com a entrada corrupção generalizada. 

Prosseguiram ao longo de anos com impunidade, projetos absurdos como a rodoviarização acelerada no tempo de governos anteriores como primeiro-ministro; com o desbaratar de dinheiros públicos com a construção de casas e outros imóveis no tempo de tio cudji, intensificaram-se no governo de nhu lambu com negócios concebidos ad hoc para o capital financeiro e monopolista como as csm, o DNT, o novo Barco de transportes entre ilhas, os veículos de gama, e muitos outros.

É por crimes económicos como estes que os governantes deveriam ser julgados. O facto de muitos deles, incidirem também em crimes capituláveis no Código Penal é uma questão a latere. Tomá-la como principal é despolitizar os problemas, abdicar da análise numa óptica de classe e cair numa crítica moralista – como se o desastre a que a Guine Bissau foi conduzido fosse devido apenas à "desonestidade" de políticos. 

As portas giratórias entre governantes e capital monopolista continuam a girar intensamente e isso não é enquadrável no Código Penal. Se e quando alguns políticos são apanhados nas malhas da justiça por questões do dito Código, isso não deve fazer esquecer o principal.

Um pais com governantes sem agenda de construir, somente pensar em enriquecimento ilícito, quando for chamado pela justiça, vem com argumento que esta ser perseguido.

Único político com moral e princípio, e determinação na guine – Bissau, chama-se Dr. Baciro Dja, fruto do PAIGC, do Amílcar e de combatente da Liberdade da pátria, quadro da administração pública guineense.

Outros governantes são bons também exemplos: Marcelino Joé, Artur sanha, etc.
Deus abençoe Guiné-Bissau

Por: yanick Aerton