terça-feira, 31 de agosto de 2021
Covid-19: Pescadores guineenses lamentam pescado a estragar-se devido a fecho de mercados
Bissau, 31 ago 2021 (Lusa) - Pescadores guineenses criticaram hoje as autoridades do país pela decisão do fecho dos mercados para evitar o alastramento da covid-19 e dizem que têm "muito pescado a estragar-se".
Desde o dia 27 de agosto entrou em vigor um conjunto de medidas restritivas de liberdades de circulação dos guineenses e os pescadores afirmam ter o pescado a estragar-se na lota do Porto de Bandim e em vários mercados da capital.
Desde o dia em que entrou em vigor o estado de calamidade sanitária, as forças de segurança têm impedido o acesso comerciantes do pescado aos mercados, situação criticada por Lamine Mas, porta-voz da Associação de Armadores de pesca artesanal.
"Cerca de trinta pirogas carregadas de pescado não conseguiram descarregar e abastecer o mercado interno, com o agravante de muito pescado estar a estragar-se na lota", observou Mas.
Durante os dias de semana, os mercados funcionam de forma parcial e nos fins de semana são encerrados totalmente, uma situação que os armadores de pesca artesanal e os comerciantes pedem ao Governo que seja revista.
"A maioria das pessoas, em particular os funcionários públicos, preferem deslocar-se ao mercado no sábado ou domingo para comprar o peixe em grande quantidade. Fomos apanhados de surpresa com estas medidas e talvez fosse útil se fossemos informados da decisão muito antes para que pudessem prevenir-nos", salientou Lamine Mas.
Paulina Manga, uma comerciante do pescado na lota do Porto de Bandim, conta os prejuízos em poucos dias desde que entrou em vigor o decreto do Governo de estado de calamidade.
Paulina reconhece que a covid-19 "esteja a matar muita gente", mas pede o Governo que reabra os mercados.
"Fechar o porto de Bandim e mercados não resolve o problema da doença, porque o que acabaria por matar mais as pessoas é a fome, sobretudo os próprios doentes internados ou os que estão infetados não terão nada para comer", defendeu Paulina Manga.
Conosaba/Lusa
ALBANO BARAI ENTREVISTOU (DJUMBAI) A ALTA COMISSÁRIA CONTRA A COVID-19, DRA. MAGDA ROBALO
31/08/2021
Vídeo: Albano Barai
Nely Brown que não naufraga.
A criação do alto comissariado para o COVID 19, foi uma das medidas mais acertadas, mas é preciso que todos nós Guineenses nos engajemos para se conseguir o esperado sucesso e estarmos também atentos àqueles que, a todo custo, estão a trabalhar ou vão trabalhar para que essa instituição fracasse, como estamos habituados neste país di mandjuandadi di kakri na cabaz.
Nessa titânica luta, o sector com maior papel, pelo menos, na vertente comunicação em geral, são os órgãos públicos e provados.
Os órgãos de comunicação social, públicos e privados, devem consagrar 70% do seus programas na sensibilização, sem prejuízo dos seus compromissos publicitários, porque temos que bombardear as populações com programas educativos para que compreendam que todo o cuidado e pouco. Para isso e preciso que o governo assista financeiramente esses órgãos para poderem cumprir com o seu papel neste período em que a sua contribuição e mais do que um imperativo de ordem profissional, moral, ética e humanista.
Nely falou sobre variante Delta:
Se essa aposta for conseguida, antes do fim deste medida de estado de emergência, veremos diminuídos consideravelmente as contaminações e perda de recursos humanos, que muita falta fazem, face aos gigantescos desafios que o país tem pela frente.
A intervenção dos órgãos de comunicação social e muito limitado, havendo por isso necessidade que na outra renovação, o governo deve alterar alguns pontos que estão que os guineenses contestam. COVID -19 variante Delta e mais perigosa.
O apelo que aqui se faz é de todos nós nos unirmos e nos transformar-nos em agentes de saúde, como costuma dizer a alta comissária, Dra. Magda Nely Robalo, que tem na sua equipa quadros de reconhecida competência.
Sincero voto de rápidas melhoras para os que estão internados nos diversos hospitais e glória eterna àqueles que nos deixaram, levados por este variante Delta!
NO cuida cu covid-19
Por: yanick Aerton
BADEA EMPRESTA 43 MILHÕES DE DÓLARES AO GOVERNO PARA CONSTRUIR ESTRADAS
O Banco Árabe para o Desenvolvimento Económico em África (BADEA), vai emprestar o governo da Guiné-Bissau 43 milhões de dólares norte-americanos para a construção e modernização das estradas de Bissau, e a construção da estrada que liga Bissau e a vila de Nhacra, região de Oio, norte do país.
Em nota divulgado pelo ministério das Finanças, a que o jornal O Democrata teve acesso, o acordo do empréstimo foi assinado hoje, 30 de agosto de 2021, em Khartoum (Sudão) entre o governo guineense, representado pelo ministro das Finanças, João Aladje Mamadu Fadia, e o diretor-geral do BADEA, Sidi Ould Tah.
Segundo uma fonte de O Democrata, o BADEA vai disponibilizar o valor em duas parcelas. A primeira, será de 20 milhões de dólares que terá uma taxa de juros de 1% por um ano, reembolsável em 30 anos e que conta com um período de graça de 10 anos.
A segunda e última parcela no valor de 23 milhões de dólares terá uma taxa de juros de 2,45% por ano, reembolsável em 15 anos, também com um período de graça, de 5 anos.
Os empréstimos do BADEA, de acordo com a fonte, vai permitir o governo da Guiné-Bissau realizar as obras da construção e modernização das estradas da capital Bissau, designadamente: Estrada de Alfândega-Guimetal, passando por Cuntum Madina, conectado com a estrada Guimetal – Alfândega.
A segunda obra vai ligar a estrada rotunda do prédio dos antigos combatentes, em Antula e o setor de Nhacra, com um desvio até Cumeré. As obras, de acordo com a nota, vai durar dois anos.
A nota informa também que o empréstimo foi feito na base dos critérios de concessionalidade exigidos pelo Fundo Monetário Internacional.
Por: Assana Sambú
Conosaba/odemocratagb
Covid-19: Guiné-Bissau já vacinou mais de 43 mil pessoas desde abril
A Guiné-Bissau já vacinou desde abril mais de 43 mil pessoas e a maioria foi totalmente imunizada com a vacina de dose única da Johnson & Johnson, afirmou hoje a alta comissária contra a covid-19, Magda Robalo.
Em conferência de imprensa de balanço semanal da evolução da pandemia na Guiné-Bissau, Robalo indicou que a Guiné-Bissau conta atualmente com 5.766 casos de infeção acumulados, 117 óbitos e 44 pessoas internadas.
A vacina da Johnson & Johnson é a mais administrada no país, disse a Alta Comissária contra a covid-19.
"Das 43.225 pessoas vacinadas, 15.389 receberam a vacina Janssen [Johnson & Johnson], três a vacina da Sinopharm e 20.710 pessoas tomaram a primeira dose da AstraZeneca e até ao momento 4.126 receberam a segunda dose da mesma vacina", precisou Magda Robalo.
A médica assinalou que até ao momento, 16.584 não se apresentaram para receber a segunda dose da AstraZeneca e apelou para que compareçam nos centros de vacinação espalhados um pouco por todo o país.
De acordo com o boletim epidemiológico hoje apresentado por Robalo foram registadas durante a semana de 23 a 29 de agosto 248 novos casos, 14 óbitos e 189 dadas como recuperadas de infeção da covid-19.
Conosaba/Lusa
segunda-feira, 30 de agosto de 2021
«Bês-Moonha!» Brasil vai disponibilizar 12,7 milhões de euros para formar oficiais militares guineenses – MNE Guiné-Bissau
O Brasil vai disponibilizar 15 milhões de dólares norte-americanos (12,720 milhões de euros) para a criação de uma academia onde serão formados oficiais militares guineenses, anunciou hoje a ministra dos Negócios Estrangeiros da Guiné-Bissau, Suzi Barbosa.
A futura academia irá funcionar no atual centro de formação militar de Cumere, situado a 40 quilómetros da capital guineense.
A ministra dos Negócios Estrangeiros guineense fez o anúncio ao proceder hoje, em Bissau, ao balanço da visita de Estado de quatro dias do Presidente do país, Umaro Sissoco Embaló, ao Brasil, na semana passada.
Suzi Barbosa também anunciou que o Brasil vai financiar a formação local de elementos de segurança guineenses, num pacote de três milhões de dólares (2,54 milhões de euros).
Já nos próximos dias, precisou Barbosa, a Guiné-Bissau e o Brasil vão rubricar um acordo entre o Ministério dos Negócios Estrangeiros e o Instituto Rio Branco para formação de diplomatas guineenses.
A nível da agricultura, o Brasil vai ajudar a Guiné-Bissau a transformar o seu caju, principal produto agrícola e de exportação do país.
"Já está em curso, aqui em Bissau, nas instalações da FUNDEI, a transformação do espaço financiado no âmbito da cooperação com o Brasil para que possamos processar o nosso caju localmente e também aproveitar a polpa", assegurou Suzi Barbosa.
Além do caju, o centro também servirá para o processamento industrial da maga e outras frutas, precisou a chefe da diplomacia guineense.
O Brasil ainda vai ajudar a Guiné-Bissau na especialização de magistrados bem como na capacitação do pessoal da saúde, disse Barbosa.
"O Presidente da República solicitou ao seu homólogo a criação de um centro de hemodiálise no país", afirmou a chefe da diplomacia guineense, acrescentando que o Brasil comprometeu-se a enviar técnicos para formar médicos e ainda instalar o primeiro centro de hemodiálise na Guiné-Bissau.
Conosaba/Lusa
Guiné-Bissau e Brasil assinam acordos de cooperação técnica em várias áreas
A Ministra de Estado, dos Negócios Estrangeiros, da Cooperação Internacional e das Comunidades, Suzi Barbosa, assinou hoje na ABC, Agência Brasileira de Cooperação vários protocolos de acordo, em setores prioritários, nomeadamente, saúde, formação profissional, formação das Forças de Defesa e Segurança, Agrobusiness, Justiça, Diplomacia e Cultura. A destacar no setor da Saúde o compromisso de instalação de unidades de Hemodiálise no país e envio de especialistas da área da Saúde para dar formação aos médicos guineenses.
Visita ao Instituto Diplomático Rio Branco, onde a Ministra de Estado foi recebida pela Director Geral, com quem estabeleceu os moldes para a assinatura de um protocolo de acordo entre os 2 Institutos, da Guiné-Bissau e do Brasil, para a formação dos jovens diplomatas guineenses e também o intercâmbio entre os formadores.
A Guiné-Bissau e o Brasil assinaram uma série de acordos bilaterais nas áreas da saúde, educação e formação profissional, agroindústria, justiça, diplomacia e formação das forças de defesa e segurança, informou hoje o executivo guineense.
Os acordos em causa, que "reforçam os laços históricos e relações diplomáticas" entre os dois países lusófonos, foram assinados pela ministra dos Negócios Estrangeiros, Cooperação Internacional e das Comunidades do país africano, Suzi Barbosa, e pela Agência Brasileira de Cooperação (ABC), segundo um comunicado do GoverRelativamente à Justiça, o acordo aposta na capacitação dos magistrados do Ministério Público.
Na esfera diplomática, devido ao contexto pandémico, o Instituto Rio Branco, vinculado ao Governo brasileiro, irá oferecer cursos de curta duração, de forma virtual, a diplomatas da Guiné-Bissau.
Já a cooperação no domínio da defesa e da segurança permitirá a profissionalização e fortalecimento das instituições militares guineenses, "contribuindo assim para reforçar a estabilidade governativa e, consequentemente, para o desenvolvimento socioeconómico do país", salientou Suzi Barbosa.
Os protocolos de cooperação foram assinados no âmbito de uma visita de Estado, que ainda se encontra a decorrer, do Presidente da República da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, e da ministra Suzi Barbosa, ao Brasil.no da Guiné-Bissau.
Suzi Barbosa usou as redes sociais para enaltecer os protocolos firmados em Brasília, capital brasileira, classificando-os como "mais um passo" na concretização da missão de "afirmar o potencial da Guiné-Bissau".
"Os protocolos agora assinados vão permitir-nos executar vários projetos estruturais para o desenvolvimento do nosso país. A obra falará sempre melhor que quaisquer palavras e demonstra que todas as concretizações são tomadas com os guineenses no centro da decisão e com o único objetivo de dar qualidade de vida às nossas gentes", indicou a governante no Facebook.
Entre as principais linhas do acordo de cooperação na área da saúde está a doação de oito máquinas de hemodiálise à Guiné-Bissau, o reforço dos projetos de combate ao vírus da imunodeficiência humana (HIV), que está na origem da sida, e o apoio na especialização dos médicos guineenses.
Na agroindústria está prevista a restruturação do Centro de Processamento do Caju e a capacitação de agentes da Guiné-Bissau na indústria de transformação de produtos locais.
Já na educação e formação profissional haverá um fortalecimento do programa de cantinas escolares, a dança Capoeira passará a constar no plano curricular da Escola Nacional de Educação Física e Desporto, e profissionais da Guiné-Bissau vão frequentar o curso internacional de capacitação de Gestores de Unidades de Formação Profissional dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP).
Conosaba/sapo.pt
Estado de calamidade: IGREJA CATÓLICA PEDE RESPEITO ÀS REGRAS IMPOSTAS
A Igreja Católica da Guiné-Bissau aconselha os seus fiéis a cumprirem as recomendações do decreto que regulamenta o estado de calamidade em sequência da subida dos casos da Covid 19.
Estas recomendações constam no comunicado assinado pelos dois administradores da Diocese de Bissau e de Bafatá. Portanto, a Igreja católica da Guiné-Bissau confirma que foram suspensas, entre outras, as celebrações de missas presenciais, inclusive do corpo presente, catequeses, retiros, encontros de grupos e movimentos.
Ainda no mesmo comunicado, os administradores apostólicos informam que as missas dominicais vão ser retransmitidas na Rádio Sol Mansi e inclusive online na sua página de Facebook e em colaboração com a Radiodifusão Nacional.
Portanto, os fiéis podem pedir a celebração de missas para os seus entes queridos falecidos, mas sem a participação na liberação e as ofertas dominicais e dízimos ou outro tipo, podem ser levados para o pároco ou responsável da missão.
A Igreja católica pede que durante todo este tempo seja respeitada a obrigatoriedade do uso correto da máscara e do distanciamento físico. A igreja é pedida a continuar com os trabalhos de sensibilização sobre a prevenção da Covid 19.
O estado de calamidade deve acabar no dia 10 de Setembro e até lá, o governo manda fechar as Igrejas, mesquitas e locais de culto até que os casos sejam controlados.
No entanto, esta medida do governo não está a ser bem aceite por todos. Hoje, em Conferencia de imprensa, os motoristas do sector Autónomo de Bissau derem 12 horas para que o governo autorize a circulação das viatura e caso contrário dizem que haverá consequências.
Laurentino Morgado disse ainda que o governo deve pensar em outras estratégias porque as pessoas poderão começar a passar fome.
Porta-voz dos motoristas disseram ainda que o sector privado deve ser financiado e diante desta situação não beneficiaram de nada e isso é uma violação dos direitos humanos.
Os motoristas pedem a intervenção urgente da presidência, do governo e do alto comissariado para a Covid 19, para que as viaturas voltem a circular. Enquanto isso, o prazo dado pelos motoristas acaba esta madrugada.
No entanto, a medida do governo também afecta os mercados que agora passam a funcionar das 05 da manhã até às 3 da tarde, mas nos fins-de-semana estão fechados. Esta manhã, as vendedeiras do mercado central de Mansoa estiveram em reivindicação em frente a administração local exigindo a reabertura dos mercados.
Também na Bôr, pertencente ao sector de Prabis, esta manhã foi registado resistência por parte dos comerciantes, alguns insistiram em desobedecer a regra e houve até a intervenção da força policial, vários produtos foram estragados durante o confronto.
IMPACTO ECONÓMICO
Para entender o impacto económico desta decisão governamental para a Guiné-Bissau, a RSM falou com o seu comentador, José Nico Dju, que alerta que a curto prazo a decisão, do ponto de vista macro e micro económico, vai reduzir até o rendimento nacional.
O documento determina que os mercados devem funcionar de segunda a sexta-feira, das 05 da manhã às 14h59 e as limpezas dos mercados devem ser feitas as 16 horas, nos mesmos dias uteis da semana.
Igualmente a circulação das pessoas é permitido das 05 da manhã até as 20h00, e é obrigatório respeitar o cerco sanitário regional, ou seja, as pessoas não podem circular de uma região para a outra.
"DECISÃO DE GOVERNO É UM TEATRO"
Ainda sobre o mesmo assunto, em entrevista á RSM, o jornalista e professor universitário, Armando Lona, considera de teatro a decisão do governo em decretar o recolher obrigatório e o fecho dos mercados.
Já para o cumprimento destas medidas, o Ministério do Interior disponibilizou, ontem, 1.884 agentes que incluem a Polícia da Ordem Publica, a Guarda Nacional e o Serviço da Protecção Civil e Bombeiros.
Todas essas medidas não foram debatidas no parlamento. Portanto, o jornalista e professor universitário, Armando Lona, considera de incrível essas medidas, porque “não é possível falar da legalidade e o órgão legislador continuar em silêncio”.
Entretanto, ontem, através de uma nota o alto comissariado anunciou a existência da variante delta no país, esta variante é considerada mais perigosa e mais letal.
Por: Elisangila Raisa Silva dos Santos/radiosolmansi com Conosaba do Porto
VI Congresso do PRS/Ancelmo Mendes nega que tenha sido instigado para concorrer ao cargo de Secretário-geral do partido
Bissau,30 Ago 21(ANG) – O candidato ao cargo do secretário-geral do Partido da Renovação Social(PRS), Ancelmo Mendes nega as informações veiculadas pelo seu colega Lucas Na Sanhá, segundo as quais foi instigado a concorrer ao cargo do Secretário-geral do partido, no VI Congresso Ordinário agendado para os dias 16 à 19 de Setembro.
Em conferência de imprensa realizada hoje, na qual anunciou o objectivo que norteou a sua candidatura, Ancelmo Mendes disse que decidiu concorrer para o cargo do Secretário-geral do PRS, porque entendeu que, na qualidade de militante dessa formação política, já acumulou muita experiência, maturidade e preparação para desempenhar a referida função, e dar ao partido a melhor imagem comparativamente a que tem actualmente.
“Eu na qualidade de militante do PRS manifestei a minha intenção de concorrer para o cargo do Secretário-geral do PRS, no dia 12 de Agosto, através de uma carta de agendamento da minha candidatura junto à Comissão Organizadora do Congresso(COC)”, explicou.
Acrescentou que a COC tinha dado um prazo para todos os candidatos entregassem as suas candidaturas até as 23h59 do dia 16 de Agosto, mas que,por razões da ordem das autoridades sanitárias do país e para a prevenção da covid-19, a Comissão entendeu por bem suspender as suas actividades antes dessa hora, para evitar a aglomeração de pessoas na sede do partido.
Explicou que a COC abriu a possibilidade de atender noutra ocasião os candidatos que ainda não depositaram os seus dossiês.
Aquele político salientou que o seu colega do partido afirmou que a sua candidatura foi entregue na Comissão Organizadora de forma secreta e extemporânea, tendo questionado se no estatuto do PRS exista algum ponto que afirma que quando um militante pretende concorrer para algum cargo deve fazer publicidade .
Ancelmo Mendes disse que, o próprio Lucas Na Sanhá, não lhe informou da sua intenção de concorrer ao cargo do Secretário-geral do PRS, acrescentando que viria a saber só depois dele ter feito a deposição.
Disse que um partido é feito de debates de ideias e projectos e nunca de trocas de acusações que qualificou de “baixo nível”.
Para as funções de Presidente do Partido da Renovação Social concorrem 13 candidatos,, incluindo o Presidente cessante Alberto Nambeia, e dois candidatos ja prefilam para o cargo do Secretário-geral.
Conosaba/ANG/ÂC//SG
Covid-19: China doa à Guiné-Bissau 100 mil doses de vacinas Sinopharm
A China ofereceu hoje à Guiné-Bissau 100 mil doses de vacina Sinopharm, que serão administradas a 50 mil guineenses, disse a alta-comissária contra a covid-19, Magda Robalo, que espera receber do mesmo país outras 200 mil doses.
"Assistimos hoje a mais um passo da longa cooperação entre a Guiné-Bissau e a República Popular da China. Este é o primeiro de mais donativos de vacinas que serão feitos à Guiné-Bissau", anunciou Magda Robalo.
A médica guineense disse ainda que nos próximos dois meses a China irá oferecer à Guiné-Bissau mais 200 mil doses da vacina Sinopharm.
"Queremos reiterar aqui, em nome do Governo e do Estado da Guiné-Bissau, a nossa profunda gratidão por este gesto de solidariedade para com o povo guineense no momento em que o país atravessa a sua pior crise de covid-19, desde março de 2020", afirmou Magda Robalo.
Em representação do Governo guineense, a secretária de Estado da Cooperação Internacional, Ude Fati, elogiou "mais um gesto da China" em relação à Guiné-Bissau.
"Acreditamos que a ajuda chinesa trará um resultado importante para travar a preocupante progressão desta terrível pandemia na Guiné-Bissau", notou a governante guineense.
O embaixador da China na Guiné-Bissau, Guo Ce, explicou que a doação de vacinas à Guiné-Bissau acontece no âmbito da cooperação bilateral entre os dois países e reflete "o apreço" do seu país para com o povo guineense.
"Este é apenas o primeiro de vários lotes de doações. Nos próximos meses, haverá mais doações chinesas de vacinas à Guiné-Bissau", afirmou Guo Ce.
O embaixador chinês aproveitou para lembrar que o seu país foi a primeira nação a prometer as vacinas "como um produto público global a outros países", particularmente aos países em desenvolvimento, disse.
"Atualmente, a China cumpriu a sua promessa e forneceu cerca 800 milhões de doses de vacina para mais de 100 países e organizações internacionais", assegurou o embaixador.
Guo Ce destacou ainda que no passado dia 05 de agosto o Presidente chinês, Xi Jinping, anunciou que até ao final deste ano China irá fornecer dois mil milhões de doses de vacina para o mundo e 100 milhões de dólares (84,7 milhões de euros) no âmbito da Covax, iniciativa da OMS para aquisição e distribuição de gratuita de vacinas em países menos desenvolvidos.
A Guiné-Bissau regista 117 mortos devido à covid-19 e 6.608 infetados desde o início da pandemia.
A covid-19 provocou pelo menos 4.500.620 mortes em todo o mundo, entre mais de 216,34milhões de infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em países como o Reino Unido, Índia, África do Sul, Brasil ou Peru.
Conosaba/Lusa
PR de Cabo Verde apresenta queixa-crime contra ex-candidato presidencial por injúria e calúnia
O Presidente cabo-verdiano, Jorge Carlos Fonseca, apresentou hoje uma queixa-crime contra o ex-candidato presidencial Péricles Tavares, por injúria e calúnia, dizendo que é um "ataque" ao país e "marca posição" para não voltar a acontecer.
A queixa-crime foi apresentada, no Tribunal da Praia, pela advogada e mulher do chefe de Estado cabo-verdiano, e visa ainda o também cidadão cabo-verdiano Alexandre Santos, residente nos Estados Unidos e promotor de uma página na internet onde faz as suas publicações.
"Os motivos são injúria e calúnia contra Jorge Carlos de Almeida Fonseca, cidadão e atual Presidente da República de Cabo Verde. Nós temos aqui também um ataque, uma ofensa ao próprio país", salientou Lígia Fonseca, aos jornalistas, à porta do Palácio da Justiça.
Em causa estão as declarações de Péricles Tavares, ex-candidato a Presidente da República, que disse que Jorge Carlos Fonseca tem outra nacionalidade, a portuguesa, e que desde o início está a exercer as funções de forma ilegal.
Tavares pediu ainda a impugnação das candidaturas presidenciais, nas eleições de 17 de outubro, de Carlos Veiga, José Maria Neves e Joaquim Monteiro, alegando que também têm dupla nacionalidade, mas foi a sua candidatura que foi recusada pelo Tribunal Constitucional, precisamente por ele ter outra nacionalidade e por ter apresentado assinaturas insuficientes.
"Quando se faz um ataque, dizendo que ele (Jorge Carlos Fonseca) presta falsas declarações, está-se a atacar a Nação cabo-verdiana, e nós não podemos admitir tudo", prosseguiu a advogada, considerando ser "muito grave" levantar suspeitas de que o Presidente mentiu ao povo, quando se candidatou em 2001, 2011 e 2016 para o mais alto cargo da Nação cabo-verdiana.
"E estas pessoas têm de responder, porque a liberdade de expressão, de opinião, o dever de informar, tudo isto é sempre acompanhado com o dever de responsabilidade", indicou Lígia Fonseca, que chamou à justiça quem também propaga as "mentiras", como é o caso de Alexandre Santos, quem desafia para ir responder perante a justiça em Cabo Verde.
Para a advogada, não faz sentido e todos os cabo-verdianos dizem "não" a quem ataca o país, sobretudo estando fora do arquipélago e desconhecendo a luta e o esforço de todos os residentes.
"Não precisamos de delatores, de pessoas cobardes, de parasitas, que ficam sentados à frente de um computar a falar mal do nosso país. Essa gente não representa nem sequer a diáspora", enfatizou, dizendo que a queixa-crime é para mostrar que em Cabo Verde não se pode atacar a dignidade das pessoas.
"Quando temos esta atitude de não nos revoltarmos contra o que é revoltante, nós estamos a deixar que essas pessoas do mal vençam, que a voz delas é que seja ouvida, então nós dizemos `não`, a voz da verdade é ouvida", continuou a queixosa.
Segundo Lígia Fonseca, a queixa-crime é também uma forma de "marcar uma posição de seriedade" e mostrar que "não se brinca com as instituições da República e com o país".
A advogada deu conta ainda que pediu a interdição de saída do país de Péricles Tavares, que tem outras nacionalidades, para poder responder perante à justiça sobre as suas acusações.
"É bom que ele não se vá embora, que ele fique aqui em Cabo Verde e que ele responda", pediu Lígia Fonseca, lembrando também que, neste tipo de processo, quem fez as acusações é que terá que fazer prova das mesmas em tribunal.
"Eu não posso ir aos 200 e tal países do mundo pedir para declararem que o Presidente da República de Cabo Verde não é cidadão desses países. Isso é inviável", notou.
De acordo com a Constituição de Cabo Verde, só pode ser eleito Presidente da República o cidadão "cabo-verdiano de origem, que não possua outra nacionalidade", maior de 35 anos à data da candidatura e que, nos três anos "imediatamente anteriores àquela data tenha tido residência permanente no território nacional".
Para as eleições de 17 de outubro próximo, o Tribunal Constitucional admitiu as candidaturas de José Maria Neves, Carlos Veiga, Fernando Rocha Delgado, Gilson Alves, Hélio Sanches, Joaquim Jaime Monteiro e Casimiro de Pina.
As últimas presidenciais em Cabo Verde, que reconduziram o constitucionalista Jorge Carlos Fonseca como Presidente da República, realizaram-se em 02 de outubro de 2016 (eleição à primeira volta, com 74% dos votos).
Jorge Carlos Fonseca (70 anos), político, jurista e escritor, é Presidente da República de Cabo Verde desde 2011, tendo cumprido dois mandatos, pelo que já não se pode recandidatar ao cargo nas próximas eleições presidenciais.
Conosaba/Lusa
A realização do VI Congresso Ordinário do PRS está condenada pela situação pandémica_COVID-19 e pelas restrições decorrentes do Estado da Calamidade. A decisão de reiterar a suspensão dos trabalhos programados foi anunciada em comunicado da COC-VI Congresso após encontro entre os pré-candidatos à presidência do PRS e o secretariado-geral do PARTIDO.
«Recolher obrigatório na Guiné-Bissau!» Covid-19/Governo decreta estado de calamidade e proíbe circulação de pessoas entre as 20H00 e 04H59
Bissau,27 Ago 21(ANG) - O Governo decretou quinta-feira, o estado de calamidade no país devido à terceira vaga da pandemia de Covid-19 que está a ter uma evolução dramática, segundo o decreto presidencial quinta-feira divulgado.
Segundo o decreto presidencial à que a ANG teve acesso, o estado de calamidade pública no país tem início às 00:00 horas desta sexta-feira, dia 27, e prolongar-se-a por quinze dias.
O documento indica que salvo para assuntos de urgência sanitária ou de viagem área, marítima ou terrestre para o estrangeiro, a circulação de pessoas nas ruas e vias públicas só é permitida das 05:00 horas às 19:59
Acrescenta que a circulação de pessoas em situação de viagem referida só é permitida mediante a apresentação de um Certificado de Teste de base molecular por RT-PCR negativo para o vírus SARS-CoV-2, emitido por um laboratório credenciado.
“As pessoas que residem em Bissau, Safim e Prábis não podem circular para fora da área geográfica que abrange, em conjunto, o Setor Autónomo de Bissau, Setores de Safim e Prabis”, explicou o decreto presidencial.
O mesmo decreto determina que as pessoas que residam habitualmente nas regiões não podem circular para fora das áreas geográficas das respetivas regiões.
Estas medidas, segundo o decreto Presidencial, não se aplicam aos funcionários e trabalhadores em serviço afetos a vários serviços públicos, como saúde pública, defesa e segurança, portos e aeroporto, bancos, alfândegas, comunicação social, entre outros.
Quem violar estas medidas terá de pagar uma coima no valor de cinco mil francos CFA.
Em relação circulação nos transportes público o decreto determina que a circulação de passageiros é condicionada ao uso obrigatório de máscaras e, em caso de violação da medida, o utente terá que pagar mil francos CFA.
O Governo determina que os serviços públicos e privados devem dispensar das suas tarefas os funcionários e trabalhadores não essenciais, salvaguardando o seu vínculo laboral e todos os direitos inerentes, frisando que, os não dispensados devem ser credenciados pelo Ministério do Interior e da Ordem Pública.
O diploma agrava, mas também mantém várias medidas que já vigoravam no estado de alerta, prolongado no passado dia 25 de junho.
O Governo guineense justificou a medida com a evolução da pandemia em praticamente toda a extensão do território nacional.
O Alto Comissariado para a Covid-19 tinha recomendado na passada semana ao Governo a imposição do recolher obrigatório na capital guineense e cerca sanitária nas regiões do país.
A Guiné-Bissau regista um total de 5.634 casos e 110 óbitos desde o início da pandemia.
A covid-19 provocou pelo menos 4.451.888 mortes em todo o mundo, entre mais de 213,1 milhões de infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em países como o Reino Unido, Índia, África do Sul, Brasil ou Peru.
Conosaba/ANG/ÂC//SG
Covid-19 : ALTA COMISSÁRIA RECONHECE QUE MEDIDAS DE RESTRIÇÕES TÊM IMPACTOS NEGATIVOS NA VIDA DE POPULAÇÃO
A alta comissária para a Covid-19, Magda Robalo, reconheceu que as medidas adotadas no Decreto de Estado de calamidade à saúde pública ” não são fáceis e que têm impacto negativo” nas suas vidas. Contudo, pediu “compreensão e paciência, por parte da população guineense”.
Em um áudio divulgado pelo gabinete de comunicação e relações públicas da Presidência da República, no âmbito de uma reunião que o chefe de Estado, Umaro Sissoco Embaló, manteve hoje, 29 de agosto de 2021, com a Alta Comissária, Magda Robalo, o vice-primeiro ministro, Soares Sambú, o ministro do interior, Botche Candé, O ministro da função pública, Tomane Baldé, o secretário de Estado do orçamento, Ilídio Vieira Té e o Presidente da câmara municipal de Bissau, Luís Enchama, Magda Robalo afirmou que a situação da Covid-19 na Guiné Bissau está “demasiado grave” associada ainda ao surgimento da variante Delta, lembrando que a terceira vaga da doença é “muito pior de que as duas primeiras vagas”.
“Se a população recordar em março do ano passado, houve o confinamento total, os mercados abrem num período de tempo mais curto do que esse período que está a ser registado. Todos os locais de aglomeração foram fechados. Hoje, temos uma situação de Covid-19 pior do que aquele período” disse, insistindo que as medidas que tomaram “não são desproporcionais, pelo contrário são medidas necessárias para controlar a situação”.
A alta comissária informou que, neste momento, há 40 pessoas internadas pela covid-19 e a capacidade de internamento e de tratamento de casos da Covid-19 no país é “pequena”.
“Importamos o oxigénio frequentemente do Senegal, porque a nossa capacidade de produção é baixa e temos, neste momento, o número de mortes a multiplicar a cada semana. A curva continua a subir e a taxa de positividade é grande. Significa dizer que, por causa da variante Delta, uma pessoa infeta hoje muitas pessoas” insistiu e voltou a pedir “compreensão, paciência e aderência às medidas decretadas”.
Lembrou também que o sistema sanitário do país é frágil e que essas medidas são para proteger a vida de cada guineense e são também para proteger a saúde de cada guineense.
O ministro do Interior, Botche Candé, garantiu que as forças de segurança vão ser “muito rigorosas” no cumprimento das medidas de restrições impostas pelo Estado de calamidade à saúde pública.
“Prefiro ser insultado, como está a acontecer, para salvar vidas. Mesmo com insultos, vamos continuar a exigir o cumprimento das medidas” disse, apelando à compreensão de todos os cidadãos.
Por: Tiago Seide
Conosaba/odemocratagb
Covid-19: Guiné-Bissau atinge 117 mortes
A Guiné-Bissau atingiu hoje 117 mortes causadas pelo novo coronavírus e regista 863 casos ativos da doença, revelou o Alto Comissariado contra a covid-19.
O boletim epidemiológico diário assinala ainda que foram detetados 21 novos casos de infeção pela covid-19 nas últimas 24 horas e foi registada uma morte, enquanto 44 pessoas se encontram internadas.
A Alta Comissária contra a covid-19 voltou a apelar à população a aderir às medidas de prevenção adotadas nos últimos dias, nomeadamente um recolher obrigatório parcial, a proibição de circulação entre regiões e o encerramento dos mercados durante algumas horas do dia.
A médica Magda Robalo esteve hoje reunida com o Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, e o ministro do Interior, Botche Candé, para, em conjunto, analisarem o impacto das medidas que têm sido contestadas pela população e organizações da sociedade civil.
"A situação da covid-19 na Guiné-Bissau está demasiado grave. Hoje temos a variante Delta em circulação no país", disse Magda Robalo, negando que as medidas tomadas sejam desproporcionais.
"As medidas implementadas neste momento não são desproporcionais, pelo contrário, são medidas necessárias para controlarmos a situação", referiu a médica destacando que o país está a ficar sem capacidade de internamento de doentes de covid-19.
O ministro do Interior, Botche Candé, reafirmou o empenho do Governo em fazer cumprir o decreto que determina o estado de calamidade pública, mesmo que isso represente dissabores aos governantes.
"Estamos dispostos a admitir insultos às nossas mães, mas tudo faremos para salvar a vida daqueles que nos insultam", declarou Candé.
A covid-19 provocou pelo menos 4.492.854 mortes em todo o mundo, entre mais de 215,87 milhões de infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em países como o Reino Unido, Índia, África do Sul, Brasil ou Peru.
Conosaba/Lusa
domingo, 29 de agosto de 2021
"HY CUCIDU PALY BOOK - DJANBADON AO VIVO" - "SAÍDA DE FANADO" NA CIDADE INVICTA-PORTO - 28/08/2021
O que é fanado na Guiné-Bissau?
É o Processo de iniciação dos jovens na vida social adulta, que inclui rituais como a circuncisão o e a transmissão de conhecimentos.
EX-DIRETOR-GERAL DA CULTURA DEFENDE REALIZAÇÃO DE UM INVENTÁRIO SOBRE PATRIMÓNIO CULTURAL GUINEENSE
ENTREVISTA agosto_2021] O antigo diretor-geral da cultura, João Cornélio Correia, defendeu que é urgente realizar um inventário do património cultural da Guiné-Bissau, tanto material como imaterial, para salvaguardá-lo. A questão da preservação do património cultural guineense tem suscitado debates de há alguns anos para cá, nas conferências juvenis e no quotidiano dos intervenientes em matéria cultural.
Essa ferramenta, tida como um instrumento importante para o desenvolvimento de um país, tem sido votada ao esquecimento por sucessivos governos, não obstante desempenhar um papel significativo na preservação da memória coletiva e na formação crítica da população, sobretudo para a geração vindoura.
O Estado deveria assegurar as condições necessárias para que os cidadãos possam ter acesso aos bens culturais.
Muito críticos, os agentes culturais, têm defendido que, dada à dimensão da cultura e ao papel que joga na construção da democracia e na formação de opiniões, deveria receber mais dinheiro do que a verba que é disponibilizada anualmente ao setor da cultura no Orçamento Geral do Estado (OGE).
Sobre o assunto, João Cornélio Correia frisou, na entrevista ao jornal O Democrata, que se o património cultural do país fosse registado ou protegido pelo Estado, as casas de Bissau Velho não teriam sido modificadas e São José de Amura poderia ter sido candidato a património da humanidade.
“Infelizmente, tudo isso não aconteceu e não está a acontecer nada por falta de interesse do Estado em proteger o património cultural nacional”, salientou.
O também antigo responsável do Património Cultural guineense sublinhou que, para mudar todo esse paradigma, é preciso criar uma lei nacional de proteção do património cultural e garantir que o país possa participar recorrentemente nos encontros do género.
“Por causa desta lei que não existe, o Instituto da Biodiversidade da Áreas Protegidas (IBAP) não conseguiu candidatar-se, com o arquipélago dos Bijagós, como património misto cultural e natural”, referiu e afirmou que se todos esses patrimónios do país fossem classificados pelo governo, mediante um inventário, ninguém poderia modificar as casas de Bissau Velho a seu belo prazer e o IBAP candidatar-se-ia sem entraves.
“Talvez por dentro, mas fora não e estamos a assistir também a modificações pontuais no São José de Amura mas essas arquiteturas marcaram as suas épocas e devem ser protegidas”, explicou.
Perante estes fatos, Cornélio Correia revelou que foram elaboradas e submetidas aos sucessivos governos várias propostas, mas o Ministério das Finanças nunca se dignou desbloquear dinheiro para o setor da cultura, porque “não significa nada e é tida por muitos apenas como um lugar de festas, esquecendo que ela é a identidade de um povo, que marca as diferenças entre povos fato que vai desde a sua língua, bilhete de identidade…”
CORNÉLIO ALERTA QUE O CARNAVAL DA GUINÉ-BISSAU PODERÁ ESTAR AMEAÇADO
Preocupado com a interferência do Senegal em alguns traços culturais da Guiné-Bissau, sobretudo no norte do país, o antigo diretor-geral da cultura, alertou que se não forem tomados os cuidados necessários, a maior festa cultural da história da Guiné-Bissau, o carnaval, poderá estar ameaçado e registado como um evento cultural do Senegal.
Revelou neste particular que se não fosse a crise sanitária provocada pela pandemia do novo Coronavírus, Covid-19, o Senegal teria realizado um carnaval em Dakar, tendo sublinhado que é um país que investe muito no setor cultural, o que, na sua observação, poderia ter “afetado negativamente” o carnaval guineense que “por si só já perdeu a sua originalidade”.
“Em 2015 convidamos o ministro da Cultura do Senegal e o diretor-geral da cultura e turismo da União Económica Monetária Oeste Africana (UEMOA) e viram o carnaval aqui e aquilo impressionou-os bastante”.
Segundo João Cornélio Correia, o ministro da cultura do Senegal teria decido que organizaria o carnaval no seu país e até enviou um convite a Guiné-Bissau para tomar parte.
“É bom lembrar que o Senegal tem mais condições que a Guiné-Bissau e investe seriamente na cultura mais do que a Guiné-Bissau e se organizar o carnaval, o nosso que já perdeu a sua originalidade, poderá estar em risco”, salientou.
Afirmou que em consequência de o país não registar o seu património cultural, a Guiné-Bissau já começou a perder alguns dos seus bens, porque nas cerimónias de toka tchur, as pessoas usam mais músicas moderna gravada e cantada em linguas nacionais do que o tradicional Bombolom, um instrumento usado para o efeito.
Cornélio Correia referiu ainda que em detrimento dos países da sub-região, a Guiné-Bissau está também a perder os seus bens, no caso a origem de Corá pelo Mali, o panu di pinti que hoje em está em discussão com o Senegal e Cabo Verde, em parte, porque “o país não se dignou registar o seu património cultural”.
Perante a situação, João Cornélio Correia lamentou que Guiné-Bissau não tenha um único museu nacional para depositar todos esses materiais com valores espirituais, nem uma biblioteca para a memória do povo guineense e da geração vindoura.
“É preciso trabalhar para registar os produtos culturais da Guiné-Bissau. O Senegal já começou a discutir para registar o “fole” como um dos seus frutos silvestres, não estamos a proteger nada que nos pertence” sublinhou e defendeu que o governo deve encarar a cultura como um setor que pode impulsionar o desenvolvimento não só cultural, mas também social e económico do país.
Por: Djamila da Silva
Foto: D.S
Conosaba/odemocratagb