segunda-feira, 30 de novembro de 2015

PRESIDENTE DA GUINÉ-BISSAU PEDE APOIO FACE AOS "ENORMES RISCOS" DAS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS



Paris - O presidente da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, fez nesta segunda-feira um "vibrante apelo" aos parceiros do país, para que o protejam face às mudanças climáticas.

"Lanço um vibrante apelo aos nossos parceiros para que apoiem a Guiné-Bissau face aos enormes riscos que as alterações climáticas colocam", referiu o chefe de Estado ao discursar na Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP21), que decorre até 11 de Dezembro, em Paris.

José Mário Vaz referiu que "é chegado o momento inadiável de alicerçar compromissos" à escala global, de forma a haver "uma partilha efectiva de responsabilidades". 

O chefe de Estado realçou que a Guiné-Bissau - com 80 ilhas e ilhéus e um território continental quase plano - é um dos países mais vulneráveis à subida do nível dos mares.

A Guiné-Bissau faz parte da aliança dos Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento e pretende continuar a constituir-se como "um sumidouro absoluto de gases responsáveis pelo aquecimento global", acrescentou Vaz.

A chave para a Guiné-Bissau cumprir esse papel são as florestas, que, disse José Mário Vaz disse, irão ter "uma gestão mais sustentada". 

Também na agricultura, o presidente guineense confia em avanços, mas garantindo sempre que será uma actividade amiga do ambiente.

A COP21, que decorre entre 30 de Novembro e 11 de Dezembro, reúne em Paris representantes de 195 países, que tentarão alcançar um acordo vinculativo sobre redução de emissões de gases com efeito de estufa.

O acordo deve limitar, até 2100, o aquecimento da temperatura média global da atmosfera a dois graus centígrados acima dos valores registados antes da revolução industrial.

Até agora, mais de 170 países já apresentaram contributos para a redução de emissões, mas são ainda insuficientes para alcançar a meta proposta.

Entre os assuntos pendentes estão a aceitação de um mecanismo de revisão periódica das contribuições nacionais e a existência de um só sistema, sem divisões entre países desenvolvidos e em desenvolvimento, mas com flexibilidade no tratamento - tema que, juntamente com a responsabilização dos países maiores emissores, serão aspectos mais difíceis de resolver.

portalangop\\Conosaba

GLOBAL VOICE E ALL SEAS PROPÕE UMA ESTRATÉGIA PARA MOBILIZAÇÃO DE FUNDOS AO GOVERNO GUINEENSE


Gabinete do Primeiro-Ministro, 30 de Novembro de 2015 – O ex-Primeiro-ministro do Haiti, Sr. Laurent Lamothe, líder do LSL Word Initiative – Genuíno Parceiro de Desenvolvimento, à frente de uma delegação da Global Voice e All SEAS, está de visita ao país. Nesse quadro, foi hoje recebido em audiência pela Sua Excelência, o Primeiro-ministro, Sr. Carlos Correia.

O grupo veio propor ao governo uma estratégia de mobilização de fundos para o desenvolvimento durável a nível nacional, que denomina “Financiamento Inovador”. A ideia é através das taxas cobradas aos diferentes serviços, criar-se um Fundo, que poderá ser usado a favor da educação, da energia, ou como Fundo de Urgência para ajudar socialmente a população de forma direta, sem ter-se que aguardar pelas tramitações financeiras.

No fim do encontro, o Sr. Lautent Lamothe satisfeito referiu que é a “minha terceira visita a Guiné-Bissau, mas vejo e sinto os progressos realizados”, pelos excelentes trabalhos que têm sido feitos.

O Chefe do Governo agradeceu e disse ter tomado uma boa nota da experiência relatada sobre a criação de Fundos desse tipo, em outros países, nomeadamente no Haiti, que irá estuda-la e analisa-la face ao contexto nacional.

Carlos Vaz
Conselheiro para Comunicação e Informação




PRIMEIRO-MINISTRO GUINEENSE RECEBE MISSÃO DO BANCO MUNDIAL


Gabinete do Primeiro-Ministro, 30 de Novembro de 2015 – Uma missão do Banco Mundial, chefiada pelo Sr. Eric Brintet, Especialista em gestão Financeira da Governação, que integra o Sr. Paolo B. Zacchia, Chefe em Economia para Senegal, Cabo Verde, Gambia, Guiné-Bissau e Mauritânia, foi hoje recebido pela Sua Excelência, o Primeiro-ministro, Sr. Carlos Correia.

O objeto da missão, cujo incumbência é propor a revisão de despesas a nível da Defesa e Segurança, foi constatar e inteirar-se da realidade relativa a atual gestão, para posteriormente com base em experiências internacionais efetuar recomendações ao governo.

O Chefe do Executivo reafirmou o interesse do governo em continuar a trabalhar com o Banco Mundial para a melhoria e gestão dos sectores.

Carlos Vaz
Conselheiro para Comunicação e Informação


«LITERATURA» TONY TCHEKA LANÇA LIVRO "OS MEDIA NA GUINÉ-BISSAU"


Bissau,30 Nov 15-(ANG) - O escritor guineense António Soares Lopes vulgo Tony Tcheka lançou na passada sexta-feira em Bissau, o seu livro intitulado “Os média na Guiné-Bissau”.

Em declarações á Imprensa, após o lançamento da obra, o autor explicou que o trabalho foi escrito entre o mês de Março de 2012 e Março 2013, mas o golpe de Estado de 12 de Abril de 2012 e outros constrangimentos travaram a sua publicação. 

No livro Tony Tcheka revelou que os meios de Comunicação Social não deviam “depender de grupos económicos ou políticos” para suprir necessidades tão básicas como aquisição de combustível e manutenção de equipamentos.

Adiantou que, o cenário de dependência é recorrente e condiciona o trabalho dos jornalistas.

O escritor defendeu que as Rádios, Televisões, Jornais e outros meios deviam, por exemplo, unir-se na hora de fazer aquisições ou requisicao de serviços.

“Falta de formação de base dos Profissionais da Comunicação Social, ausência de regulação da profissão e do sector e um mercado pouco convidativo sao algums desafios com que confrontam os medias guineenses”, disse.

Por sua vez, o ministro da Comunicação Social que presidiu o acto, disse que tomou em considerações muitas notas das recomendações do livro, tendo apelado o apoio financeiro continuo do Programa da União Europeia ao estudo. 

Agnelo Regalla disse que o estudo defende a consagração de uma verba no Orçamento Geral do Estado como forma de poder desenvolver os órgãos da comunicação social, desde que seja vista pelo Governo como um parceiro de desenvolvimento da democracia no país. 

Adiantou que, a comunicação social tem dado provas de capacidade de mobilização das comunidades, que a obra ilustra como históricas.

Para Miguel de Barros, sociólogo e dirigente associativo que apresentou a obra criticou os orgaos de informacao guineenses, dizendo que os Manchetes dos jornais trazem erros graves em português e que nas emissões das rádios ninguém se percebe se as línguas que falam é português ou crioulo.

Barros explicou ainda que o estudo e o Livro foi financiado pela União Europeia UE em colaboração com o Programa de Apoio aos Actores Não Estatais.

O livro contém 180 páginas e foram produzidos mais de 500 exemplares da mesma.

ANG\\Conosaba

«BRASIL» MÁRIO JARDEL SUSPENSO DO CARGO DE DEPUTADO ESTADUAL POR ALEGADA CORRUPÇÃO


O ex-futebolista Mário Jardel, que passou por FC Porto e Sporting, Mário Jardel, vai ser suspenso das funções de deputado estadual do Rio Grande do Sul, Brasil, no âmbito de uma investigação judiciária, que o relaciona com casos de corrupção.

O caso, tornado público na página oficial do Ministério Público daquele estado brasileiro, refere que, por determinação do Tribunal de Justiça, foi entregue ao presidente da Assembleia Legislativa (AL) estadual um pedido de "suspensão do exercício da função pública contra o deputado Mário Jardel Almeida Ribeiro".

Segundo o jornal Estadão, a suspensão tem a validade de 180 dias e, segundo a nota do MP, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) está a cumprir mandados de busca e apreensão no gabinete de Jardel na AL e nas residências do antigo goleador, da mãe, do irmão, do seu chefe de gabinete, António Foresta e de duas "assessoras-fantasma".

Segundo os investigadores, concluiu-se pela existência de "uma estrutura criminosa instalada na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul", com Mário Jardel "como principal beneficiário" e o advogado Christian Vontobel Miller, associado ao ex-futebolista, "como mentor de uma série de fraudes e falsidades contra a administração pública".

A nota policial dá conta de crimes como lavagem de dinheiro, com o envolvimento de António Foresta, que arrecadava os valores exigidos aos demais funcionários do gabinete, da liderança ou da bancada do partido pelo qual Jardel foi eleito.

Durante as investigações "foram detetadas diversas diárias de viagens e indemnizações irregulares por utilização de veículos", nomeadamente pela mãe do deputado, familiares e assessores.

Segundo o Ministério Público, houve também pagamento com dinheiros públicos de viagens particulares de Jardel e colaboradores, mas o caso mais continuado era a exigência de "parte dos salários de todos os assessores nomeados de, no mínimo, três mil reais (cerca de 735 euros)", além dos valores das diárias e indemnizações por utilização irregular de transporte pessoal, segundo o comunicado.

Um dos casos mencionado nas investigações envolve o pagamento do aluguer da casa da mãe e do irmão de Jardel, quando este ordenou que um dos assessores fizesse o pagamento com um cheque pré-datado, "acertando" o valor posteriormente com diárias fictícias até ser ressarcido nesse valor.

No pedido de suspensão do exercício da função pública entregue ao Tribunal de Justiça, o chefe do MP, Marcelo Dornelles, realça que as investigações "demonstram o exagerado apego do deputado estadual Mário Jardel Almeida Ribeiro a toda e qualquer possibilidade de lucrar às custas dos servidores comissionados e, de modo indireto, do erário".

Lusa/Conosaba






«DJAMBACATAM» "GUINÉ-BISSAU CONTINUA UM PAÍS VULNERÁVEL AO TRÁFICO DE DROGA" - MINISTRA GUINEENSE DA DEFESA



ADIATO DJALO NANDIGNA, MINISTRA DA DEFESA DA GUINÉ-BISSAU

Bissau - O arquipélago dos Bijagós na Guiné-Bissau continua a ser a zona "mais vulnerável" ao tráfico de drogas no país, referiu nesta segunda-feira a ministra guineense da Defesa, Adiato Djalo Nandigna, na abertura de uma conferência sobre o tema.

A iniciativa organizada pelo Instituto de Defesa Nacional da Guiné-Bissau, que também conta com a participação de elementos do gabinete local das Nações Unidas, vai analisar, durante dois dias, a situação do tráfico de estupefacientes no país e medidas para o combater.

O seminário, que decorre entre hoje e terça-feira, junta técnicos do Instituto da Defesa, do setor judiciário, elementos da sociedade civil guineense e diversos representantes de organizações internacionais parceiras da Guiné-Bissau.

No discurso de abertura, a ministra Adiato Nandigna, afirmou que as estatísticas apontam para um decréscimo do nível do tráfico de droga na África Ocidental, embora na Guiné-Bissau o arquipélago dos Bijagós continue a ser uma zona problemática.

"O arquipélago dos Bijagós, que conta com mais de 80 ilhas, a maior parte das quais desabitadas, situa-se num caminho entre o grande produtor de estupefaciente que é a América Latina e o grande consumidor que é a Europa. Constitui a área geográfica mais vulnerável ao tráfico", na Guiné-Bissau, disse a ministra da Defesa.

Tabacu di irã

Adiato Nandigna afirmou ainda que as autoridades guineenses esperam continuar a ter o apoio da comunidade internacional para equipar as forças de defesa e segurança no combate ao flagelo.

Em representação do Gabinete Integrado das Nações Unidas para a Consolidação da Paz na Guiné-Bissau (UNIOGBIS), Antero Lopes reforçou o compromisso da comunidade internacional em apoiar os planos das autoridades guineenses no combate ao crime organizado no país.

Antero Lopes realçou ainda que as causas dos conflitos "já foram estudadas" por diversas entidades nacionais e internacionais e apontam que a instabilidade na Guiné-Bissau "também estão relacionadas" com aquele tipo de criminalidade.

Para o responsável da ONU, existe vontade política para a combater, existem planos concretos, o que falta, ressalvou, são os meios financeiros e técnicos que a sua organização irá ajudar a mobilizar, referiu.

portalangop\\Conosaba

«A FEDERAÇÃO ATLÂNTICA DAS AGÊNCIA DE NOTÍCIAS AFRICANAS» PRIMEIRA ASSEMBLEIA GERAL ADOPTA REGULAMENTO INTERNO DA ORGANIZAÇÃO


Rabat, Marrocos, 27 Nov 15 (ANG)- A federação Atlântica das Agência de Noticias Africanas(FAAPA) encerrou os trabalhos de sua primeira assembleia geral com a aprovação do regulamento interno da organização, do relatório de contas e de actividades desenvolvidas desde a sua criação em Outubro do ano passado.

Sob a presidência de Khalil Hachimi Idrissi, Director-geral da Agência Marroquina de Noticias (MAP), os representantes das agências de 19 países africanos recomendaram ao Conselho executivo da FAAPA a elaboração de um regulamento para o lançamento do concurso entre as agências do prémio para melhor artigo, melhor foto, melhor reportagem vídeo e melhor reportagem áudio. 

Os participantes desta reunião ainda aprovaram uma cotização anual de 1000 dólares para cada agência filiada na federação.

Os trabalhos de assembleia geral realizados hoje foram antecedidos de uma formação aos diretores-gerais das agências de noticias membros da FAAPA sobre a gestão das agências de noticias e de projectos, tendo os beneficiários, de forma unânime, reconhecido a importância e pertinente desse reforço de capacidades das direcções das diferentes agências de noticias.

A margem dos trabalhos da assembleia geral a FAAPA assinou convenções com a União Latino Americana das Agência de Noticias, e com as Agências de Noticias do Gana, e dos Congos (Brazzaville e Kinshasa).

O presidente da FAAPA, Hachimi Idrissi pediu que as agências filiadas na organização aumentassem as suas contribuições em termos de envio de mais despachos para alimentação do site da FAAPA.


A Agência de Notícias da Guiné(ANG), cujo Director-geral, Salvador Gomes participou nos nos trabalhos da assembleia-geral da FAAPA , figura entre as que menos tem fornecido noticias para o site da organização, representando 02 por cento das contribuições, mas a frente do Gabão cuja contribuição é estimada em 01 por cento.

As agências de noticias de Marrocos( MAP) e da Costa do Marfim5AIP) são as que mais contribuíram, com 3155 e 2078 noticias respectivamente. 

A FAAPA foi criada no ano passado em Casablanca, Marrocos e prossegue o objectivo de se tornar no maior polo de informação sobre África ao nível continental, e transformar-se numa plataforma profissional de capacitação das agência s de noticias para fazerem face aos desafios multiformes que a mundialização impôs ao continente. 

Conta actualmente com 19 membros efectivos, mas nove outras agências já manifestaram o interesse de aderir à organização. 

ANG/SG\\Conosaba

CABO VERDE E GUINÉ-BISSAU BENEFICIAM DE COOPERAÇÃO AGRÍCOLA DA CHINA EM ÁFRICA


A China está a aprofundar o seu envolvimento na agricultura em África e Cabo Verde e a Guiné-Bissau estão a beneficiar desta diversificação da cooperação, de acordo com um levantamento de projectos chineses na África Ocidental.

O estudo “Além das indústrias extractivas: O caso da assistência agrícola chinesa na África Ocidental”, publicado pelo Instituto Sul-Africano de Relações Internacionais (SAIIA), defende que estes países, incluindo os dois de língua portuguesa, “têm muito a aprender com a China” na agricultura, área que as autoridades chinesas definiram como prioritária para a cooperação.

A China “pretende aplicar um modelo de cooperação Sul/Sul defendendo ganhos recíprocos e o intercâmbio de melhores práticas”, depois de “nas últimas duas décadas ter construído um sector agrícola doméstico forte e tê-lo desenvolvido mais rapidamente do que qualquer outro sector”, afirmam as autoras do estudo, Emanuele Santi e Maxime Weigert.

Muitos dos projectos recentes, adiantam, são liderados por empresas públicas e focados em colheitas de rendimento, tal como noutras regiões do continente, caso da África Austral, onde também há exemplos importantes em Angola e Moçambique.

Entre os projectos deste género na África Ocidental, as autoras destacam o de cultivo de caju na Guiné-Bissau, a par do cacau no Gana, açúcar e algodão no Benim, açúcar na Serra Leoa, algodão no Burquina Faso e açúcar e algodão no Mali, em parceria com entidades locais.

Mais recentemente foram lançados também projectos de biocombustíveis no Benim, Serra Leoa e Nigéria.

“Estes projectos são orientados para a exportação – para a China, no caso do algodão, para a Europa, no caso das outras colheitas e incluem assistência técnica da China, incluindo formação, factores de produção e maquinaria, com o objectivo de aumentar a produtividade e qualidade da produção local”, afirmam as autoras, que identificam também algumas dificuldades enfrentadas no terreno.

Sob supervisão do Ministério do Comércio, a China doa maquinaria agrícola e participa no financiamento de programas agrícolas e também de projectos de infra-estruturas rurais, como é o caso da barragem do Poilão, em Cabo Verde, dedicada à irrigação, à semelhança de outra erigida no Gana.

A China também criou 4 centros de formação na região, no âmbito da assistência técnica, um deles na Guiné-Bissau, onde peritos chineses “disponibilizam formação técnica aos agricultores locais”, afirmam as autoras.

A cooperação chinesa com os países africanos, adiantam, está-se a pautar por “maior diversificação” e estes investimentos “beneficiam a região”, dado que vários países “exprimiram a sua disponibilidade para aumentar o desenvolvimento agrícola e modernizar o seu sector agro-industrial”.

A agricultura representa a maior parcela das economias da região, caso da Guiné-Bissau, sendo que Cabo Verde é um dos países menos dependente desta actividade.

As autoras deixam ainda algumas recomendações, como a promoção do emprego local, envolvimento de longo prazo e partilha de lucros, participação mais ampla de parceiros locais, para assegurar que são tidas em conta normas culturais e sociais e concessão de facilidades por parte das autoridades locais, no acesso a capital, arrendamento de terras, incentivos legais e apoio institucional.

“A China também poderia providenciar oportunidades vitais para um maior acesso ao financiamento, que tradicionalmente falta na região e no sector e é, ao mesmo tempo, uma alternativa sólida e um complemento aos recursos canalizados por doadores tradicionais”, adiantam as autoras. 

Macauhub/CN/CV/GW\\Conosaba

GUINÉ-BISSAU: BREVEMENTE NA SUA RDN COM ELIZALDA SANCA



Um programa que visa melhorar os conhecimentos sobre a língua portuguesa; sensibilizar e educar para a importância da escola na nossa vida ; proporcionar a criação de um espaço de diálogo entre diferentes camadas da sociedade ; realizar atividades que promovam a utilização da língua portuguesa. 



domingo, 29 de novembro de 2015

PR DE CABO VERDE CONVOCA CONSELHO DA REPÚBLICA PARA MARCAR ELEIÇÕES LEGISLATIVAS


O Presidente da República de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, vai ouvir no próximo dia 08 dezembro o Conselho da República e os representantes dos partidos com vista à marcação das eleições legislativas de 2016.

"Com vista a ouvir os membros do Conselho da República sobre a atual situação política nacional e internacional e sobre a data das próximas eleições dos deputados da Assembleia Nacional, convoquei este órgão constitucional e político de consulta do Presidente da República para o dia 08 de dezembro", escreveu Jorge Carlos Fonseca, numa mensagem na sua página pessoal na rede social Facebook.

Inicialmente, o chefe de Estado cabo-verdiano tinha anunciado 07 de dezembro como a data provável para a reunião do Conselho da República, órgão que integra os presidentes da Assembleia Nacional, Tribunal Constitucional e Conselho Económico Social e ambiental, o primeiro-ministro, o Provedor de Justiça, anteriores presidentes da República e cinco cidadãos escolhidos pelo chefe de Estado, tendo em conta "as sensibilidades políticas com expressão parlamentar", e um em representação das comunidades cabo-verdianas.

A reunião do Conselho da República decorrerá na tarde do dia 08 de dezembro e o Presidente ouvirá durante a manhã, sobre o mesmo assunto, os partidos políticos inscritos no Tribunal Constitucional.

As eleições legislativas, que deverão ocorrer entre 14 de fevereiro e 10 de abril, abrem o ano eleitoral em Cabo Verde, que até final de 2016 realiza ainda eleições presidenciais e locais.

O Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV) lidera o Governo do país, existindo ainda outros dois partidos com representação parlamentar: o Movimento para a Democracia (MpD), maior partido da oposição, e a União Cabo-Verdiana Independente e Democrática (UCID).

http://www.rtp.pt/Conosaba

«BEBÉ COM DUAS CABEÇAS NASCE NO BANGLADESH» "QUANDO EU VI A MINHA FILHA, FIQUEI ESPANTADO!" - PAI


Médicos de um hospital de Bangladesh prestavam atendimento a uma menina que nasceu com duas cabeças esta semana, informaram fontes médicas e o pai da criança.

O bebé nasceu na quarta-feira à noite e está receber tratamento por dificuldades respiratórias, depois de ser transferida para a unidade de terapia intensiva do maior hospital do país, em Dacca.

“Quando eu vi a minha filha, fiquei espantado. Ela tem duas cabeças totalmente desenvolvidas. Ela está comer com duas bocas e a respirar com dois narizes”, disse o pai, Jalal Mia.

“Ainda assim eu agradeço a Alá porque ela e a mãe estão bem agora”, completou.

Abu Kawsar, proprietário do ‘Standard Hospital of Total Healthcare’, onde a menina nasceu em um parto por cesariana, afirmou que os exames iniciais apontam que ela tem apenas um conjunto de órgãos vitais.

“Com excepção de ter duas cabeças, a recém-nascida tem o restante dos órgãos e membros como um recém-nascido normal”, disse Kawsar.

Milhares de pessoas dirigiram-se ao hospital em Brahmanbaria, local do parto, depois que a notícia foi divulgada.

Com a presença da multidão, os médicos optaram pela transferência da criança para a capital.

Uma criança também nasceu com duas cabeças no Bangladesh em 2008, mas não resistiu e faleceu pouco depois.

afp.com\\Conosaba

EMBAIXADA DA GUINÉ-BISSAU EM PORTUGAL PROMOVEU EM PARCERIA COM A ASSOCIAÇÃO DE ESTUDANTES GUINEENSES DE LISBOA UM ENCONTRO INTITULADO "BEM VINDO CALOIRO"



A Embaixada da Guiné-Bissau em Portugal, em parceria com a Associação de Estudantes Guineenses de Lisboa promoveram (em conjunto) um excelente encontro intitulado "Bem Vindo Caloiro" este sábado passado, dia 28 de Novembro de 2015, na faculdade de Direito de Lisboa e correu uma maravilha! 

Informação
A Embaixada da Guiné-Bissau em Portugal apresenta os seus melhores e respeitosos cumprimentos e informa que âmbito dos Regimes Especiais de Acesso ao Ensino Superior 2015/2016, por nunca se ter verificado um tão grande número de alunos que ingressaram no ensino superior através desse Regime (em 145 candidatos a Embaixada conseguiu colocar 125 nos cursos pretendidos).


Programa do encontro:


«OPINIÃO» "ATENTADO DE PARIS: 13 PERGUNTAS E 24 REFLEXÕES" - NAZANÍN ARMANIAN


Nazanín Armanian

Nenhum dos 13 objetivos da guerra contra a Síria tem a ver com eliminar o terrorismo: o jihadismo e o imperialismo se alimentam mutuamente.

A verdade é a primeira vítima de toda guerra”

1. Quais são as mentiras dos atentados do dia 13 de novembro, em Paris para que o presidente Hollande utilize a palavra “guerra” no combate contra o terrorismo? Pois uma “guerra” – investida militar – se declara entre Estados, e não de um país contra um grupo terrorista com sede e presença em mais de vinte países, inclusive na França.

2. Que garantia há de que as notícias que nos transmitem reflitam a verdade? Robert Menard, fundador da organização Repórteres Sem Fronteiras e prefeito de Bèziers, por exemplo, é um ultradireitista que encabeça a campanha de expulsão dos refugiados sírios.

3. Por que as imagens (falsas ou verdadeiras) dos bombardeios russos na Síria mostram vítimas civis, enquanto nas correspondentes aos ataques da coalizão ocidental só se possam ver pontinhos negros no deserto, quando a cidade de Al Raqa, agredida e cercada militarmente, milhares de pessoas que não puderam fugir da guerra vivem sem eletricidade? Estão aplicando o ilegal castigo colectivo?

4. Bashar al-Assad teria direito de bombardear França, Arábia Saudita, Qatar, Turquia, entre outros, caso dissesse que há células terroristas que viajam ao seu país para criar distúrbios?

5. Não foi o próprio Estado Islâmico (EI) o alvo de cerca de 200 bombardeios franceses, entre setembro e novembro de 2014? O que mais pretendem fazer?

6. Como é possível que os Estados Unidos e seus sócios, em poucos dias, destruissem o exército líbio, mas não puderam com alguns poucos terroristas carentes de armamento pesado?

7. A Turquia tem o direito de organizar milhares de homens armados para desmontar outro Estado-membro da ONU, sem a autorização da OTAN (Pentágono)? Arábia Saudita, Qatar e Emirados Árabes, que abrigassem bases militares estadunidenses, podem fazer o mesmo? É como se a Espanha treinasse 30 mil terroristas nas fronteiras com o Marrocos ou a França para derrubar o seu governo, fornecendo bombas, mísseis e apoio logístico, sem prévia permissão de Bruxelas e Washington?

8. Segundo alguns analistas ocidentais, a expansão do jihadismo é uma das consequências das guerras contra o Iraque e o Afeganistão. Acaso pretenderão alimentar uma maior expansão deste fenômeno, que tem sido um ninho para os militaristas do Ocidente e do Oriente?

9. O que querem nos dizer é que a “inteligência” ocidental, com tantos artefatos ultrassofisticados, é menos inteligente que um grupo de garotos aventureiros?

10. Sobre a piada dos “documentos de identidade” que não se queimam e que teriam sido deixados pelos terroristas antes de explodirem seus próprios corpos, cabe a pergunta: como dois dos suicidas se mataram nas ruas vazias do lado de fora do Estádio de Saint-Denis e não no meio da aglomeração dos torcedores que saiam do campo?

11. Como é possível que as grandes potências tenham alcançado cessar fogo na Síria com os terroristas do Estado Islâmico? Alguém tem contato direto com eles? Por que não o fizeram durante os quatro anos anteriores? Utilizar esse argumento justifica a ação de desmantelar o Estado sírio?

12. Que grupo assassino é considerado “terrorista” para o Ocidente? Os Talibãs, coautores dos atentados do dia 11 de setembro de 2001, o são?

13. Qual o interesse da OTAN ao destruir os Estados não religiosos como Afeganistão, Iraque, Líbia e Síria, respaldando os islamistas, para logo viver com eles numa espécie de “coexistência pacífica”? O terrorismo islâmico é uma cortina de fumaça?

Objetivos e consequências do atentado

1. Empurrar a Europa a uma mega intervenção na Síria, capaz de derrubar Assad, e desatar a “crise de refugiados” na Europa.

2. Desmontar o “Plano Putin-Obama” de manter Assad no poder durante a transição política, ao qual Arábia Saudita, Qatar e Turquia se opõem. O diário republicano New York Post chegou a pedir que Obama renunciasse ou atuasse contra Assad. Mais atentados no Ocidente abrirão o caminho para os novos “Bushs” na Casa Branca.

3. Mudar o balanço militar nesta fase quase final do conflito a benefício da OTAN, justamente quando Rússia e Irã foram transformados em protagonistas absolutos do cenário. O atentado contra o avião russo também se encaixaria nesse contexto. Se trata nada menos que da conquista da Eurásia por parte das potências mundiais.

4. Tomar uma região desocupada pelos Estados Unidos, agora que Obama leva as suas tropas a cercar a China. Um traje grande demais para a França, que carece de recursos para fazer esse papel.

5. Segundo o “Instituto para a Paz e a Prosperidade” e a Agência de Inteligência de Defesa dos Estados Unidos, a aviação da coalizão Anti-EI, liderada pelo Pentágono, bombardeia as posições dos curdos da Síria, e não as dos jihadistas, e afirma que “o apoio aos rebeldes sírios significa financiar grupos terroristas com o dinheiro dos contribuintes”. Esta é uma das 23 verdades incômodas sobre o Estado Islâmico.

6. Abrir caminho para a conquista militar da Síria, que de outra forma seria impossível. Hillary Clinton confessou ao diário The Atlantic, no dia 1 de agosto de 2014, que a intervenção dos Estados Unidos na Síria foi desenhada para “mudar a equação” em favor dos rebeldes: de alguma forma, os jihadistas vem atuando como tropas terrestres da Coalizão para fazer da Síria um Estado falido.

7. Justificar os bombardeios ilegais do Ocidente contra a Síria, já aprovados pelo próprio Conselho de Segurança, o mesmo que rejeitou a petição de atacar o país em julho de 2012.

8. Reconstruir a coesão político-militar da OTAN no Pentágono, impedindo que os europeus pragmáticos retomassem suas relações de cooperação com a Rússia.

9. Reforçar as bases militares da OTAN na Turquia (e na Espanha). Nas últimas eleições, os atentados atribuídos aos jihadistas deram a maioria absoluta aos islamistas de Tayyab Erdogan – outro dos patrocinadores do terrorismo religioso: a OTAN para atuar na Síria, necessita uma Turquia estável, onde pode dirigir as operações de conquista de Damasco.

10. Mostrar a eficacia da tática de Obama, de transformar a Síria num pântano onde pode desgastar os inimigos e rivais dos Estados Unidos e de Israel.

11. A ameaça terrorista contribuirá para que mais cortes sociais e mais pobreza não sejam contestados: as novas leis “Patriot” e o aumento das mordaças aos críticos se propagarão: todos os cidadãos, exceto os governantes, serão suspeitos de terrorismo.

12. Multiplicar os lucros das empresas armamentistas: as estadunidenses Honeywell e General Dynamics, a francesa Thales e as britânicas Bae Systems e Rolls Royce estão faturando alto.

13. A França deixa de ser uma bárbara potência colonial, e passa a ser uma vítima de bárbaros procedentes da região que um dia ela avassalou. Agora, além disso, pode pedir sua parte da Síria como prêmio, o que está sendo dividido entre os sócios do G20.

14. Atacar a solidariedade dos europeus com os refugiados e vinculá-los com o terrorismo, dentro da miserável tática do “dividir para vencer”. Para a maioria dos muçulmanos do mundo –principais vítimas do jihadismo –, o Islã é uma espiritualidade privada e não uma doutrina política.

15. Legitimar as boas relações das potências mundiais com os regimes autoritários e obscurantistas de Oriente Próximo e Norte de África (OPNA), apresentando a eles como “moderados” em comparação com os impiedosos jihadistas. A notícia é que Ali al Nimr, cidadão da monarquia “moderada” da Arábia Saudita e ativista de 21 anos, depois de três anos vivendo sob torturas, foi condenado à morte por decapitação e crucificação em público. Logo depois, a ONU apontou Riad como referência mundial da defesa dos direitos humanos.

16. Presentar a Coalizão Árabe da Síria – a nova cria da OTAN – como alternativa ao governo de Assad.

17. Impedir novas marchas contra os cortes de gastos sociais e contra o TTIP (sigla em inglês do Tratado Transatlântico de Investimentos), que partiram de várias cidades (Berlim, Madri, Londres, entre outras) rumo a Bruxelas. Conectar os atentados de Paris com a Bélgica e declarar Estado de emergência na sede da Comissão Europeia, o que motivará a suspensão de novas marchas contra a hegemonia das multinacionais e atentando contra os direitos dos trabalhadores.

18. Enviar mais efetivos militares ao Mali, aproveitando o atentado num hotel naquele estratégico país. França já conta com 3 mil soldados no Sahel, disputando suas grandes reservas de urânio (que abastecem meia centena das suas centrais nucleares), ouro e outros minerais com a China.

E a nível interno:

19. Resgatar François Hollande, que chegou a ser considerado “o pior presidente da história da França”. Agora, pode sonhar com uma possível reeleição em 2017.

20. Forçar o crescimento das forças fascistas. Assim, a esquerda poderia até mesmo votar em Nicolas Sarkozy, o NeoCon europeu, nas próximas eleições presidenciais. É a mesma jogada desenhada em maio de 2002.

21. Fazer com que os cidadãos franceses renunciem voluntariamente aos seus direitos políticos. Já foram tirados os direitos econômicos e sociais, e agora vão fazer o mesmo com os direitos políticos. Mas que diferença real existe entre o ataque de um estrangeiro (ou o cometido por um compatriota) e as conquistas de um povo?

22. Impulsionar a “unidade nacional” burguesa, baseada no medo, contra os mais pobres, representados pelos refugiados da guerra na Síria, os imigrantes e a classe trabalhadora própria. É como a estranha relação entre um preso e seu carcereiro. Na verdade, se trata de ódio aos pobres, disfarçado de ódio ao islã. Basta ver a magnífica relação entre os líderes do imperialismo com os sheiks do Golfo Pérsico.

23. A França é um dos países que há 30 anos vem enviando homens e mulheres de religião “cristã”, sem visto e armados até os dentes, aos países do OPNA. Soldados “civilizados”, que mataram cerca de um milhão e meio de pessoas, ferindo umas 20 milhões, obrigando a fugir dos seus lares a outras 30 milhões, ocupando suas terras e levando suas fortunas pessoais e nacionais. E ainda assim, eles não são “cristianófobos”.

24. Fechar as fronteiras da Europa. Imaginem a felicidade sentida agora pelo presidente búlgaro Boyko Borisov! Afinal, seu colega Hollande, defensor da “fraternité”, apoiado pelos cidadãos do seu país, respalda as políticas anti imigratórias da ultradireita.

Nenhum dos 13 objetivos da guerra contra a Síria tem a ver com eliminar o terrorismo. Ainda que o Estado Islâmico despareça (o que não acontecerá), a guerra na Síria continuará: o jihadismo e o imperialismo se alimentam mutuamente, e têm catastróficos planos para esta região.

*Nazanín Armanian é iraniana, residente em Barcelona desde 1983, quando se exilou no país. Licenciada em Ciências Políticas, dá aulas em cursos online da Universidade de Barcelona. Também é colunista de Público.es.

cartamaior\\Conosaba


sábado, 28 de novembro de 2015

CHEFE TRADICIONAL DA GUINÉ-BISSAU CONTRA "TENTATIVA DE APAGAR HISTÓRIA" DA PRESENÇA COLONIAL

A estátua de Diogo Gomes, agora em depósito na antiga fortaleza portuguesa do Cacheu...

Lúcio Rodrigues, um conhecido chefe tradicional da região de Cacheu, norte da Guiné-Bissau está contra a "tentativa de apagar da história" do país a presença da colonização portuguesa que diz ser "mais que evidente".

Antigo deputado ao Parlamento e agora régulo (chefe tradicional), Lúcio Rodrigues disse à Lusa que não entende como é que na Guiné-Bissau "as estátuas de figuras da colonização são atiradas ao esquecimento", quando nos outros países são preservadas, referiu.

Estátuas de figuras como Diogo Cão, Nuno Tristão, Teixeira Pinto, Honório Barreto, entre outras, estão amontoadas no pátio do antigo forte de Cacheu depois de terem sido arrancadas de diferentes lugares do novo Estado independente em 1973.

"É uma ignorância total", defende Lúcio Rodrigues, que afirma que embora o país seja independente "a história não se apaga" pelo que é pela reposição das estátuas nos seus lugares.

"O processo até à independência passou pela colonização, pelo comércio dos escravos. Faz parte da nossa história. É esta ignorância total que impera nas nossas cabeças que têm que ser lavadas", observou o régulo Rodrigues.

Defende ainda que aos alunos deve ser ensinada essa parte da história do país, para que possam saber, por exemplo, que Nuno Tristão foi morto no rio Cacheu, pelos felupes, um dos grupos étnicos da Guiné-Bissau.

Mesmo que tenham sido "matadores, ditadores, pacificadores", a memória dos promotores da colonização da atual Guiné-Bissau deve ser preservada, indicou o responsável tradicional

"Seja lá que o tenham sido, fazem parte da nossa história", insistiu Lúcio Rodrigues, para quem atualmente o país também os seus "matadores e ditadores" que não serão apagados da história.

Sobre o facto de ser um chefe tradicional a defender a preservação da presença colonial, Lúcio Rodrigues diz pensar pela própria cabeça e ainda ser "um profundo respeitador dos elementos da história".

A cidade de Cacheu, no norte da Guiné-Bissau, acolhe desde sexta-feira até domingo, o quarto festival cultural Caminhos de Escravos, para evocar o facto de milhares de escravos terem embarcado no porto local para as américas.

Segundo Lúcio Rodrigues seriam entre três mil a três mil e quinhentos escravos guineenses e de outros países da Costa Ocidental africana por cada navio negreiro que zarpou de Cacheu.

Lusa/Conosaba

Vista  da ponte-cais (ou porto) de Bissau

Edifício das Alfândegas

VENEZUELA APOIA PRODUÇÃO DE ARROZ NA GUINÉ-BISSAU


A Venezuela vai apoiar a produção de arroz e de outros cereais na Guiné-Bissau, anunciou quarta-feira em Bissau o embaixador venezuelano na Guiné-Bissau, à saída de uma audiência concedida pelo presidente José Mário Vaz.

O embaixador Eddy José Cordova Corcega garantiu que a Venezuela irá encontrar mecanismos, que não pormenorizou, para apoiar a produção de arroz, milho e sorgo, bem como outros produtos agrícolas, para melhorar a dieta alimentar da população guineense.

Eddy José Cordova Corcega que a questão do apoio à Guiné-Bissau irá ser aprofundado na próxima cimeira África/América do Sul, que terá lugar em Maio de 2016, em Quito, capital do Equador, na qual o chefe de Estado guineense deverá marcar presença. 

Macauhub/GW\\Conosaba

PARTIDO DA RENOVAÇÃO SOCIAL DA GUINÉ-BISSAU (PRS) QUER PROGRAMA DO GOVERNO E ORÇAMENTO GERAL DO ESTADO NO PARLAMENTO

porta-voz do PRS, Victor Gomes Pereira


O Partido da Renovação Social (PRS) vai exigir no parlamento que o Executivo do PAIGC liderado por Engº, Carlos Correia apresente o Programa de governação no espaço de 60 dias. Essas garantias foram dadas a imprensa ontem, pelo porta-voz do PRS, Victor Gomes Pereira. Segundo o porta-voz do PRS, a oposição do PRS visa apenas exigir que as normas Constitucionais e legais sejam respeitadas no que diz respeito a governação.

“O que vamos fazer a partir do dia 12 de Dezembro, não será nada de outro mundo. Será o exigir o respeito das normas democráticas. É nosso entendimento que o Programa do Governo, é um instrumento extremamente importante para guiar a actividade governativa. A par do Programa do Governo, também deve haver Orçamento Geral do Estado”, afirmou na sua curta declaração a imprensa.

Para Gomes Pereira, as exigências do PRS não devem ser entendidas como “uma bira” ou “guerra” contra o Governo do PAIGC. Antes, deve ser recebido como “acção legal de um partido de oposição”.

“Somos um partido de oposição e devemos pautar pelo Primado da Lei. Diz a lei que (através de uma norma injuntiva), é obrigatório num período de 60 dias, quem estiver a governar que apresente o Programa. É só isso que estamos a pedir. Não há outro caminho que o PRS podia seguir. Aliás, se o PRS não fazer esta exigência, no futuro será responsabilizado. Somos um partido criado para servir o povo, e não para servir interesses particulares ou de uma pessoa”, esclareceu Victor Gomes Pereira.

O porta-voz pediu ainda para que não haja qualquer outra interpretação a volta desse posicionamento, que não seja acção legal para a defesa dos interesses do povo. “Estamos a pautar pelo primado da lei. Apenas isso e mais nada”.

Nos últimos tempos, o país está a viver crise política e todos os cenários estão em jogo. O porta-voz do PRS não quis ingerir nos assuntos internos de nenhum partido, mas no que refere ao futuro da Guiné-Bissau, Victor Pereira não tem dúvidas: “Acho que a solução será encontrada. Da nossa parte, nunca permitiremos que a Guiné-Bissau entre novamente em situações que não favorecem o povo. Lutaremos sempre para os superiores interesses da nação. É isso que move os dirigentes do PRS a fazerem a política”.

Quanto ao programa propriamente dito, Victor Pereira até dá benefício de dúvida. Disse acreditar que, até o dia 12 de dezembro, quem governa vai encontrar solução. “Se não vir da parte do Governo, há Regimento da ANP e a Constituição da República que podem ajudar na busca de resolver a situação. A única promessa que faço é que todas as nossas acções serão baseadas nestes dois instrumentos”, concluiu.

prsgbissau


«OPINIÃO» "A DIVERSIDADE ÉTICA E RELIGIOSA NA GUINÉ-BISSAU" - Caetano José Baticã Ferreira (Flávio)

Caetano José Baticã Ferreira

Em França, ao longo da última década, as questões da laicidade, de imigração, do Islão, de Seitas Cristãs, Seitas Jihadistas, de Terrorismo, da Insegurança Interna, do Aumento de Controlo das fronteiras que vem constantemente ao debate público. As controvérsias em relação ao uso de véus, contestações de Peças de Teatro ou de Obras de Arte Contemporânea, a perigosidade de certos “grupos religiosos” sectários, que se opõem a certas caricaturas, construção de locais de culto com fundos estrangeiros, actos e propósitos racistas, Anti-semita e Anti-muçulmano, a recusa de integração de algumas Comunidades muçulmanas...

Estes novos tipos de Conflitos Culturais, Dimensões Étnicas e Religiosas não são específicos para a França, feridos e enlutados hoje em sua própria integridade territorial. Estes novos antagonismos ameaçam a Coesão Social e a Integridade Nacional em todo o mundo: Nigéria, Estados Unidos, Europa, Mali, Camarões, Costa do Marfim, Tunísia,... Muito próximo do nosso país desde 16 de Novembro de 2015, o nosso vizinho Senegal, um país com 95% de muçulmanos (Mas Laico) acabaram de interpelar vários Imams envolvidos em projectos de atentado na qual as investigações revelam que estes religiosos tiveram ligações com vários grupos Jihadistas que operam no Sahel. Perante o activismo Islamista no Continente, o presidente Senegalês, tomou a decisão de proibir o porte de Burca ou Niqab "em nome do interesse público e da Segurança Nacional" desde 17/11/2015. Uma medida que intervêm a quase seis meses após ter sido aplicado no Chade, Camarões e Gabão por razões de Segurança. 

No nosso país Guiné-Bissau, tendo em conta a evolução da nossa sociedade, devemos evitar ou não a estes debates: da Diversidade Religiosa, Cultural e Étnica um perigo ou uma riqueza? Como evitar estas radicalizações mortíferas das identidades religiosas, políticas, culturais, económicas, sociológicas no nosso país? Devemos hipocritamente manter o silêncio diante da proliferação das mesquitas em cada canto da rua, sem conhecer a proveniência dos fundos financeiros para a sua construção? Será que devemos fechar os olhos face a entrada e saída em massa de emigrantes sem controlo nas nossas fronteiras? Será normal que a linguagem Fula com nosso sotaque da Guiné-Bissau fosse substituída pelo sotaque Fula da Guiné Conakry na região de Gabu? Qual é o papel do Estado nas suas previsões estatísticas sobre a evolução da população migrante em relação à capacidade de acolhimento, da integração e da educação no nosso país?

DA SOCIEDADE TRADICIONAL PARA A SOCIEDADE INSTITUCIONAL E DEMOCRATIZADA

A "Guiné-Bissau, uma república soberana democrática, e estritamente laica..." nenhum partido pode se identificar teoricamente com uma religião ou grupo religioso, nem a uma forma particular de culto nem de etnia a fim de evitar os conflitos de interesse que possam resultar de tais práticas partidárias susceptíveis de pôr em causa a coesão social e a integridade territorial da nossa nação. Ao mesmo tempo, o direito fundamental da liberdade religiosa está inscrito na Constituição e protegida pelo Estado que deve assumir plenamente o seu papel de Vigilância, de Controlo, de Protecção e de Punição.

Oficialmente, a maioria dos Estados africanos são laicos. Mas os governantes, não hesitam em utilizar a religião para consolidar seus poderes, apelando a religiosidade popular que continua a aumentar, independentemente de uma ou de outra religião. Recentemente, temos sido capazes de experimentar na Costa do Marfim, onde a influência Pentecostes era desproporcionada em relação à esposa do ex-presidente Gbagbo que organizava reuniões de oração na Presidência. 

Constatamos também no Sul da Nigéria, onde o Cristão Evangélico é dominante, no Norte os extremistas predominantemente muçulmanos exibem a Sharia uma fonte constante de motins mortíferos e de conflitos políticos. Isto pode ser visto em quase todos os países da África Subsaariana, incluindo Senegal com a influência considerável das Irmandades Muçulmanas de Tuba na vida política, sócio cultural...

No entanto, a simbiose religiosa e política em África subsaariana é uma realidade surpreendente da história, ganhou proporções ao nível popular, através do défice educativo, de uma juventude que na sua maioria, está dramaticamente empobrecida, sob qualificada, analfabeta, contra o pensamento crítico, desprovido de liberdade intelectual e facilmente manipulável por certos extremismos religiosos. Em África como em outros lugares, a previsão de Andre Malraux provou certo: o século XXI será um século hiper religiosa em todas as classes da sociedade.

A DIVERSIDADE RELIGIOSA, UMA RIQUEZA PARA GUINÉ-BISSAU (PRIMEIRO NO RANKING EM ÁFRICA E QUINTO NO RANKING MUNDIAL)

A diversidade religiosa se ilustra estatisticamente pela heterogeneidade e um equilíbrio qualitativo e quantitativo nas crenças.

Durante vários anos, o eminente e o célebre Instituto de Pesquisa americano Pew Research realiza vários estudos sobre as religiões, o seu impacto cultural, social e económica no mundo. Estes estudos e pesquisas têm um papel de alerta, de prevenção dos conflitos provocados pelas religiões. O instituto publicou no início de Abril de 2014, um documento mundial sobre a diversidade religiosa, que inclui as principais religiões (Cristianismo, Judaísmo, Islamismo, Hinduísmo e Budismo), religiões tradicionais (Animismo) e ao grupo de "não-filiados " (Ateus e Agnósticos).

Nesta nova publicação inédita, o Índice da Diversidade Religiosa (IDR) por país foi calculada baseando nas diferentes confeições dos habitantes. Quanto maior for o número das diversas minorias religiosas mais espaço ocupam, mais o país é considerado como tendo uma forte diversidade religiosa. O ranking foi estabelecido em 232 países pesquisados, incluindo 51 Estados africanos. Singapura, Taiwan, Vietnam, Coreia do Sul entre os quatro países do mundo com melhor Índice de Diversidade Religiosa, o nosso querido país Guiné-Bissau é o quinto no ranking mundial. Obviamente, podemos estar orgulhosos desta classificação que faz do nosso país o primeiro em África entre 51 Estados em termos da diversidade religiosa pelo influente Centro de Pesquisa Pew EUA. 

Este ranking mundial deve nos permitir, ter consciência de que a Diversidade Religiosa no nosso país deve e pode ser uma Riqueza para o nosso país desde que as nossas fronteiras sejam vigiadas com a maior vigilância e que os fluxos migratórios sejam controlados e melhor enquadrado por nossos governantes. A Guiné-Bissau jamais deve ser uma peneira onde se entra e sai como se quer. É uma ameaça à integridade territorial da Nação.

Ao contrário, das regiões do Médio Oriente, da África do Norte, da América Latina, das Caraíbas, do Senegal, da Mauritânia,... se caracterizam pela mais Fraca Diversidade Religiosa do mundo, devido à presença, ou seja, maioritária dos muçulmanos ou maioritária dos cristãos.

O ESTADO LAICO DA GUINÉ-BISSAU: REGULADOR DA DIVERSIDADE RELIGIOSA E DOS CONFLITOS DOS VALORES

A independência do poder judicial e a força dos poderes executivos e legislativos são uma garantia para a nossa soberania que deve se exercer, quando vemos as massas da população de origem estrangeira se instalar no nosso país sem nenhum enquadramento, de gestão dos fluxos migratórios. Não é preciso ser um vidente ou um marabu para saber que dentro de 10 anos a nossa população actual será multiplicada por 5, ou seja, 6 milhões de habitantes. Em conformidade com o artigo 9 da nossa Constituição, a nossa Soberania Territorial e Nacional deve ser exercida com maior vigilância para evitar futuras situações conflituais que se desenrolam perto das nossas fronteiras. Para mim, "gerir é prevenir o melhor e o pior!"

Perante os conflitos ligados a diversidades de crenças, o Estado tem um papel preponderante na regulação de conflitos. No entanto, o estado é o garante da integridade nacional e deve ser um factor de unidade entre os cidadãos que vivem no seu território. Por isso, ele deve promover os valores tais como; a Justiça Social, a Paz, a Liberdade, a Tolerância e a Reconciliação entre os homens. Também deve implementar as leis que promovem o respeito pela dignidade de todos os homens, sem qualquer discriminação religiosa.

A DIVERSIDADE CULTURAL E ÉTNICA

A diversidade étnica e cultural é caracterizada por cerca de 30 línguas com as suas identidades culturais e étnicas. Uma identidade constitui um conjunto de valores de um indivíduo. Mesmo se algumas identidades são dominantes, existe uma heterogeneidade cultural e étnica real. Para preservar os equilíbrios culturais e étnicos que conhecemos hoje, é importante que o Estado e os políticos desempenham o seu papel de controlo, de reguladores das populações de integração social e cultural das novas populações que entram para se instalar no nosso país. Alguns deles fugiram dos seus países por razões que o Estado desconhece devido à falta de capacidade de gestão de fluxos migratórios e, outros reconstituem os seus bairros com suas línguas e práticas sociais no nosso país. 

Assim, se constrói progressivamente zonas isoladas que se transformam em zonas onde tudo é permitido. Onde está a Soberania do nosso Estado em tais condições, com consequências imprevisíveis que podem ser dramáticas para a coesão nacional. Devemo-nos inspirar nas dramas que ocorrem no mundo e a nossa volta para juntos construirmos uma república laica aberta e justa.

As línguas da Guiné-Bissau mais importantes são Balanta, Fula, Manjaca, Mandinga, e Papel... As restantes línguas são faladas por menos de 50.000 falantes: Mancanha, Bijagós Mansoanca, Biafada Banhunhe Nalus, Felupe, Português, Francês, Cassanga, Árabe, Sírio, Libanes etc.

No ponto de vista do espaço geográfico, certas línguas ocupam grandes espaços: Balantas a volta e no Norte de Bissau, Oeste Manjacos, Fulas no Leste. Bijagós ocupam um espaço significativo no Arquipélago dos Bijagós

CONCLUSÃO

Vários acontecimentos trágicos ligados ao terrorismo internacional nos últimos dias revelaram a que ponto a Diversidade Religiosa, a Diversidade Cultural e Étnica continua frágil em todos os Continentes por causa do fanatismo e diferentes tipos de radicalizações. Esta radicalização ideológica pode ser evitada pelas questões de diversidade religiosa, cultural e étnica baseada no humanismo e o pragmatismo institucional. Estes são os nossos pontos fortes e a nossa riqueza comum que devemos preservar e transmitir às gerações futuras. Sim à Diversidade Religiosa, sim ao Pragmatismo da Lei que coloca cada Guineense em mesmos direitos e as mesmas obrigações. No seu papel de protector da integridade territorial, o Estado deve controlar e limitar as construções de mesquitas que proliferam excessivamente em cada canto da rua, sem que saibamos exactamente a origem dos fundos nem a identidade dos responsáveis destas mesquitas. 

O Estado deve redobrar a vigilância na construção de locais de culto, sejam eles muçulmanos ou cristãos, a fim de salvaguardar esta riqueza de todos nos que e a diversidade religiosa que nos coloca em primeiro lugar no Continente Africano e quinto no ranking mundial. Este equilíbrio religioso, cultural e étnico constitui a base da nossa democracia, da nossa capacidade de viver juntos no diálogo, com sentido de Estado, na justiça e na paz. Conforme a Constituição, o Estado deve desempenhar o seu papel da supervisão dos espaços religiosos, de fronteiras para evitar fluxos de imigração descontrolada. É Preciso um Estado forte capaz de informar, comunicar e sancionar as infracções neste domínio, corajosamente o Presidente do Senegal, um país com 95% de muçulmanos disse assim: "Para mim, o véu integral não corresponde à nossa cultura nem às nossas tradições, ou mesmo a nossa concepção do Islão. Devemos ter a coragem de lutar contra esta excessiva de nos impor um modo de ser. Não podemos aceitar que nos imponham modelos de vestuários vindos de outros lugares. "

Portanto, é necessário, o respeito incondicional dos valores comuns definidos na nossa Constituição, uma redistribuição equitativa da justiça social, preservação das culturas, bem como a preservação da biodiversidade.

É precisamente, para concretizar este papel da diversidade, que várias Organizações Internacionais, como a Francofonia implementaram a Convenção sobre a Diversidade Cultural em 2005. Em 2010, a Unesco, sublinhou a importância da diversidade cultural e religiosa no mundo contemporâneo, colocando-o em pé de igualdade com a necessidade de preservação da biodiversidade no planeta. É o mesmo para a Convenção sobre o ensino, educação, promoção e protecção da diversidade das expressões culturais. Na verdade, qualquer cidadão em situação de exclusão social, nomeadamente o analfabetismo, a pobreza e o desemprego continuam a ser um alvo privilegiado para o crime organizado e dos extremismos religiosos.

Para vencer estes desafios é preciso um Estado forte, soberano, justo, protector da integridade territorial com meios de informações eficazes e capaz de sancionar imediatamente quando necessário. Não pode existir no nosso país nenhuma zona " Estado dentro do Estado" como existe no Vaticano (Itália). Mais cedo ou mais tarde, estes agrupamentos comunitaristas transformarão em zonas de isolacionismo identitária e sem Leis. A Nossa missão a cada guineense e de continuarmos a lutar sem pensamentos que podem nos dividir para juntos construirmos um mosaico étnico sociocultural que temos, valoriza-lo e torná-lo cada vez mais visível perante o mundo.

Caetano Ferreira para mim, "gerir a Nação é prevenir o melhor e o pior no longo e médio prazo para a justiça e a coesão social! "


Caetano José Baticã Ferreira (Flávio)

Um dos membros activo da Diáspora Guineense em França